sábado, abril 02, 2005

Os aquartelamentos
Por Júlio Henriques (Julito)

O seu primeiro aquartelamento, segundo relatos não muito precisos, teria sido em instalações provisórias pertencentes à quinta do Barão de Alvaiázere, ali à Rua 1º. de Dezembro, dispondo apenas de uma bomba braçal, relíquia essa ainda hoje presente no nosso Quartel, e mais alguns poucos apetrechos para, se necessário fosse, atalhar qualquer fogo que se levantasse.
Posteriormente, vieram a instalar-se na Rua Teófilo de Braga, junto ao Hospital de Santo Agostinho, num rés do chão amplo, mais tarde transformado em oficina de automóveis do Ezequiel “Biché”, pertencente ao Sr. Joaquim Vieira Verdasca, hoje propriedade da família Prazeres Durão (médico-veterinário), onde durante muitos anos funcionou o Grémio da Lavoura.
Dali saíram para a Rua Carvalho Araújo, onde permaneceram durante cerca de 3 décadas, ficando o quartel em frente à Casa Verdasca, com um quintal que servia de parada e local de festividades e aonde foi construído em madeira um “esqueleto” para a realização de exercícios. Mais tarde este edifício, com a saída dos Bombeiros, passou a servir de sede do Clube Atlético Ouriense. Muitos ainda se lembrarão dos bailaricos ali realizados e as partidas de ping-pong.

É já na década de 50, mais propriamente em 21 de Junho de 1953, após algumas peripécias e divergências com a família Verdasca para a cedência do respectivo terreno, que é inaugurado com pompa e circunstância o novo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Ourém, ali mesmo na Avenida, onde ainda hoje se encontra, mas já transfigurado e ampliado para assim poder acolher o seu inevitável crescimento orgânico e melhor servir a sua missão.


Moderno aquartelamento na década de 60 Posted by Hello

A Avenida ficou mais rica e os Bombeiros, já orgulhosos do seu passado, rejubilavam de alegria por terem uma nova Casa, sendo justo reconhecer a determinação daqueles homens e a disponibilidade financeira de alguns contos de réis desde logo anunciada pelo Senhor Vicente Rodrigues, grande benemérito da Associação, para que fosse possível adquirir aquele terreno pelo preço de 170 contos.


Instalações actuais Posted by Hello

Nova perspectiva do Castelo Posted by Hello

sexta-feira, abril 01, 2005

Uma lenda viva...

... há 70 anos a servir o comércio de Ourém.
Manifesta formidável lucidez e não se deixa levar pelos argumentos alheios. Tem estórias e estórias. Lembrou-se do meu nome quando me identifiquei.
Chegou a Ourém aos 12 anos, oriundo do seminário de Cartuxa, e foi trabalhar para a loja do sr. Oliveira, junto à do sr. Pina. “Uma excelente pessoa” – diz ele.
Mal soube da minha qualidade de economista, perguntou-me de imediato se sabia como estes profissionais enganavam o povo. E esclareceu-me: “Há doze casas para treze pessoas, vou-te dizer como eles fazem”. Desenhou 12 quadrados que preencheu com números:
2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7
8 - 9 - 10 - 11 - 12 - _
“Sabes? Para a primeira vão 2. Depois vai o terceiro, o quarto, etc. Resta uma casa vazia. Vai para lá o que estava a mais na primeira...”.
É notável esta sapiência e, ao mesmo tempo, a ingenuidade. Na perspectiva do sr. Manuel, as 12 casas iam, apesar de tudo, para 12 pessoas que necessitavam delas.
Já não tinha mais tempo. Tentei ir-me embora. Ele percebeu.
"Quando cá voltares, já cá não estou".
"Você vai durar mais dez ou vinte anos".
Ele riu-se...
Uma boa ideia


Ainda em esqueleto Posted by Hello

Manter a fachada.
Renovar todos os interiores, se possível crescer... Ourém mantém a sua imagem...
Amizade ou nostalgia?

O skywatcher põe esta questão a propósito da minha vivência em Ourém e eu não tenho dúvidas em responder: amizade e nostalgia. E muito prazer por poder recordar as horas que por lá passei, as pessoas que conheci, os momentos verdadeiramente bons. Mesmo a recordação é prazer, contrariamente à tristeza que sinto no Sérgio quando afirma: "o que foi vivido, vivido está".
Uma mágoa: termos deixado que alguém se apossasse da nossa Ourém e a tivesse transformado no deserto que quase todos, menos os seus autores e respectiva clientela que julgam ter parido uma grande obra, reconhecem...

Los presuntos implicados




A famosa adega Posted by Hello

Tal como os três de Dumas eram quatro e o mais terrível era o mais jovem.
Estavam em perfeita sintonia com o Oeste selvagem. Chegaram ao ponto de terminar a infindável colecção de cromos que tanto apreciavam.
Nesta casa recriavam o ambiente.
Uma vez, que tive a honra de lá estar, assisti a uma cena de antologia. Cada um deles tinha a sua cama de rede, instalada bem alto para a subida e descida ser radical. Dali liam as suas estórias e mandavam as bocas da ordem. Encontrei lá também o Duarte. E havia um gato. Quase uma bola.
O Duarte pegou no gato pelas patas com a barriga para cima, mais ou menos a um metro do chão. E largou-o. Fiquei arrepiado, o pobre bicho iria com certeza rebentar. Qual quê? Com extrema agilidade, virou-se no ar e aterrou em cima das patas.
O Duarte repetiu a cena várias vezes enquanto todos riam da minha atrapalhação...
Flor Vermelha


A flor solitária Posted by Hello

Era uma personagem da série Cisco Kid, desenhada por Salinas. Linda, tal como as outras três mulheres que ajudaram a salvar o nosso herói.
Mas a questão que deixamos aos nossos amigos, sendo indesculpável que não se lembrem, é: como se chamava o episódio publicado no Mundo de Aventuras em que Flor Vermelha era o elemento central da história?

quinta-feira, março 31, 2005

Um punhado de homens bons
Por Júlio Henriques (Julito)

O 4 de Janeiro de 1912 marca de forma indelével uma página doirada da história de Vila Nova de Ourém. É com aquela data no pergaminho da sua certidão de nascimento que oficialmente nasce na nossa Vila uma das mais prestigiadas e prestimosa Associação de Bombeiros do País - a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Ourém, tributo esse devido ao trabalho incansável de ilustres Ourienses que nunca regatearam esforços para a sua criação, apesar do muito desânimo em momentos cruciais da vida desta Instituição.

Já em Agosto de 1911, dado o atraso na aprovação dos estatutos de constituição da Associação, esse punhado de “homens bons” que se propuseram erguer este baluarte de esperança, de solidariedade e de humanitarismo, que passou a ser um “ex-libris” da nossa Terra, em reunião para o efeito realizada, nomearam para os cargos de 1º. Comandante e Imediato do seu Corpo de Bombeiros, respectivamente, os Senhores Alfredo Viana de Sousa Leitão e José Andrade da Fonsêca Ritto.
O nosso Castelo esta manhã


As brumas de Ourém Posted by Hello

O nevoeiro indiciará a chegada do desejado?
Os dias vão passando e não consigo aquela imagem do Castelo a pairar acima das nuvens que, uma vez, tive o privilédio de descortinar. Fica aqui um esboço...
VIDA POR VIDA
Por Júlio Henriques (Julito)

Vila Nova de Ourém era nas décadas de 40, 50 e por aí fora uma menina adormecida. Vivia-se no remanso bucólico de uma pequena Vila, outrora Aldeia da Cruz, que a espaços e muito especialmente no verão era sacudida e entrecortada pelo som estridente da sirene dos Bombeiros. E então era vê-los, esses soldados da paz, a correr desenfreadamente ou pegando em qualquer bicicleta estacionada junto a qualquer taberna em direcção ao seu Quartel, vindos de todos os lados como formigas, fosse de noite ou de dia, chovesse ou fizesse sol, por vezes ainda a vestirem-se e descalços. E nós, os mais pequenos, não perdíamos pitada de todo aquele frenesim, sendo gostoso de ver a população vir para a rua ou assomar-se às suas janelas numa prova clara e inequívoca de que os Bombeiros estavam no seu coração.

Era assim também a nossa Avenida que fervilhava nesses momentos de grande agitação com a passagem “sempre a abrir” e com a sirene e rotativos ligados dos carros dos Bombeiros conduzidos por uma lenda do nosso Corpo de Bombeiros “o Ti Júlio dos Bombeiros” e outros ases do volante que faziam as delícias da pequenada, que quando fossem “grandes” também queriam ser bombeiros.

E assim se foi construindo com muito esforço, muita abnegação e altruísmo a mística dos Bombeiros Voluntários de Ourém envolta no seu lema “VIDA POR VIDA”, por onde têm passado centenas de homens que deixaram no acervo histórico da Instituição momentos marcantes de episódios e estórias bem dramáticas, salpicadas aqui e ali com momentos hilariantes e de muita pertinácia, relembrando as figuras carismáticas dos Comandantes José Maria Pereira (Zico Pereira) e Joaquim da Silva (Joaquim Chucha) que em muito contribuíram para que o nosso Corpo de Bombeiros se alcandorasse entre os melhores.

quarta-feira, março 30, 2005

À volta de Ourém


Uma casinha patusca Posted by Hello

Há pormenores - muito vulgares, dirão alguns - que fazem as delícias de quem anda à volta de Ourém. Um dos que mais me seduz é o desenho daquelas janelas. Fazem-me inveja...
Entretanto, os nossos heróis lá vão perdendo com a Eslováquia. Será que vamos ultrapassar aquele forte obstáculo? Ofereceremos um exemplar do "Ourém em estórias e memórias" a quem adivinhar o resultado...
Os nossos bombeiros

Amigos oureenses, estou em condições de anunciar a publicação para breve de alguns artigos sobre a gloriosa história dos nossos bombeiros. Já tenho quase todo o material, faltam apenas algumas fotografias.
E, garanto, essa história será contada por quem bem a conhece...

terça-feira, março 29, 2005

Ourém precisa de mudança no poder autárquico (2)
O PS acaba de anunciar quem será o seu cabeça de lista, e fá-lo com a habitual postura arrogante de que ele-PS, e só ele, é a mudança. Só ele e os seus candidatos…
A CDU não discute nomes, não emite juízos de valor sobre pessoas. Avalia, isso sim, declarações e projectos políticos.
E o arranque da campanha autárquica do PS não augura nada de bom. Não evidencia a intenção de contribuir para a mudança de que Ourém precisa.
Depois de todas as distribuições de lugares dentro do partido, e pelos independentes com que foram estabelecendo compromissos, não ficou clara, como seria indispensável, que a escolha feita corresponde a uma hierarquização de objectivos e que o candidato escolhido para Ourém seria aquele que, em qualquer circunstância, estava indicado para ser o cabeça de lista.
Não se põe em dúvida a boa fé de quem se candidata mas o modo como a “máquina partidária” funcionou na distribuição dos lugares nos vários níveis do poder, justifica todas as desconfianças e não se encontra o sinal de que a mudança de políticas seja o objectivo prioritário.

Alguns oureenses desejam essa mudança que tão necessária é…
… e decerto muitos militantes e eleitores do Partido Socialista estão entre os que mais a desejam.

Mas a apresentação do cabeça de lista, como correu e pelo que foi dito, não mostra essa necessidade e esse desejo como os verdadeiros motores da candidatura.

Até pelas responsabilidades científicas e cívicas do candidato, esperar-se-ia muito mais que afirmações vagas e de “luta pelo poder” em alternância, sem claras linhas políticas de mudança e alternativa, e que não se deixasse enredar na questão “caso Intermarché”.
Sobre este caso, foi evidente a preocupação de tudo conciliar, os interesses que não são conciliáveis, de afirmar respeito por leis que são ignoradas em nome de uma racionalidade que considera irracional o que seria não aceitar factos consumados, ou que, para que essa consumação concilie todos os interesses, se torçam leis, programas e regulamentos.
A CDU continua a aguardar que seja dada resposta a requerimento apresentado na Assembleia da República pela deputada do PCP do distrito e não será a falta ou adiamento de resposta que a fará aceitar o que só seria aceite por estar já consumado.

No entanto, os casos são casos e apenas ilustram o global, a orientação política, a maneira como se exerce o poder executivo.

A mudança por que a CDU se bate – bateu e baterá –, independentemente dos lugares em que possam estar eleitos seus, é antes de mais uma mudança de entendimento do que representa o poder autárquico, uma mudança que faça com que, progressiva mas determinadamente, as populações sintam que esse poder é seu e que apenas o delegam em representantes seus… e enquanto o merecerem.
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Sérgio Ribeiro de volta à Assembleia Municipal

Uma vereação em que haja oposição
Ourém precisa de mudança no poder autárquico (1)

Desde 1976 que os oureenses têm delegado esse poder, que é seu e foi conquistado com o 25 de Abril, primeiro no CDS, depois, no PSD, ao longo dos anos com alguma participação, ao nível dos executivos, do PDC e do PS. O PCP, nas coligações eleitorais FEPU, APU ou CDU, também teve eleitos, quer em freguesias, quer na Assembleia Municipal, sem alguma vez ter tido responsabilidades nos executivos.
Muitos oureenses que reflectem sobre o concelho, sobre a “sua terra”, e exprimem as suas opiniões têm vindo a manifestá-las de forma crescentemente crítica relativamente a quem detém o poder, e revelam a consciência dessa necessidade e desse desejo de mudança.

Alguns oureenses desejam essa mudança…
… mas não todos, nem a maioria dos oureenses, como o comprovam os sucessivos resultados, em quaisquer que sejam os actos eleitorais, mantendo uma confortável maioria para o PSD e CDS/PP.
A CDU considera que no concelho de Ourém foi laboriosamente entretecida uma rede de influências e de clientelismo que faz com que a maioria dos oureenses esteja muito grata por todos os benefícios que o tempo – e o 25 de Abril – lhes trouxe aos eleitos dos partidos que têm sido poder, como se fossem sua dádiva, e receie todos os malefícios se outros partidos vierem a ser os detentores desse poder. Por exemplo, para a população idosa, as conquistas sociais, que tão dificilmente se conseguem promover e manter contra uma política de direita, seriam benesses oferecidas pelos eleitos desses partidos e perder-se-iam se outros fossem os eleitos… pelo que voto só pode ser no PSD ou no CDS/PP.
É o mundo ao contrário!
Como contribuir, então, para o esclarecimento, num meio fechado e manipulado, que leve à tomada de consciência que, por sua vez, provoque a mudança necessária?
A CDU, sem a obsessão de tomar seja que poder for, mas sempre disponível para ser poder onde quer que sejam escolhidos candidatos seus, entende que a única via é a do esclarecimento contínuo, da verdade como único método, do contacto e do respeito pelas populações, sempre dizendo quem somos, ao que vimos, o que faríamos se eleitos tivéssemos. E assim tem sido sempre.

A CDU é uma coligação de dois partidos, o PCP e o Partido Ecologista os Verdes, com uma associação cívica, a Intervenção Democrática, e integra todos os independentes que a ela se queiram juntar por estarem de acordo com os programas relativos a cada uma das eleições. O projecto autárquico da CDU é conhecido, e temos provas dadas, como é o caso em concelhos vizinhos do concelho de Ourém.
No nosso espaço cabem todos os que queiram partilhar uma experiência de luta, pela liberdade, pela democracia, pelo ambiente, por um projecto autárquico que vale pelo que tem feito, por vezes apesar dos esforços para o diminuírem e desvalorizarem, e que tem orgulho em se dar a conhecer.

Por isso, a CDU candidata-se.
Em Ourém, com o objectivo de recuperar mandatos e de recolocar Sérgio Ribeiro na Assembleia Municipal, onde é consensual que faz muita falta, também com o objectivo de contribuir, no mínimo, para uma vereação em que haja oposição!
Candidato à Assembleia Municipal

Sérgio Ribeiro anunciou a sua candidatura à Assembleia Municipal em Ourém.
Apoiá-lo-emos no que pudermos. Ourém precisa de uma pessoa como o Sérgio e a sua eleição será a garantia de que existirá uma voz com uma visão diferente e mais correcta para a nossa terra.
Oportunamente, disponibilizaremos os documentos que nos enviou a anunciar a candidatura.
Sempre à pedrada


Um bom espaço Posted by Hello

Lembro-me que o hospital tinha sempre um cheiro muito activo a éter e álcool. E funcionava, ao contrário do que parece acontecer com a maioria dos centros de saúde.
Aqui vim parar várias vezes, uma com o lábio aberto naqueles ferros laterais - onde se prendiam as cordas - de uma camioneta do sr. Isidro das galinhas, pois tinha comprado um álbum do Cavaleiro Andante e vinha para casa disposto a saboreá-lo quando fui interceptado pelo Tó Liz e companhia que me quiseram forçar a mostrá-lo o que me levou a desatar a correr que nem um doido. Outra em que deixei um prego na sola criar uma bolha de tal ordem que o pé teve de ser lancetado.
O Kansas também passou por aqui quando queimou a cara na cena do cemitério.
E o Luís Nuno levou um tiro de pressão de ar do Génito na barriga e não escapou a esta visita.
Excelente era o atendimento do enfermeiro Cruz.
Visita ao dentista macabro


Homenagem ao Dr. Agostinho Albano de Almeida Posted by Hello

A entrada era pela porta verde por trás do busto.
Lá em cima o leãozinho tem um aspecto amigável nada condizente com o que lá se passava.
As cenas que o Dr. Brito me fez passar dignas de um filme de terror, por vezes, regressam-me à memória.
Tudo inventava para escapar. Até dava a vez e fingia ter febre. Mas era incontornável...

segunda-feira, março 28, 2005

Fotografia da cultura oureense

15 dias a bailar
15 dias a provar
Coisas que sabem bem
Aqui vamos nós
Pró palhete de Ourém

E estava nesta magnífica prova quando dei com as notas do diário do Sérgio. Isto é dinamite. Vou ter que publicar isto. Mas qual a melhor forma?
Aqui vai, praticamente no estado em que me chegou às mãos. Perdoa, Sérgio, se faço alguma indiscrição

Fui ter com o Gageiro, velho amigo que encontrara ontem na Botica. Com sacrifício. Depois de ver o livro que me oferecera. Que é uma obra de grande qualidade..

O homem estava enervado, irritado. E o que ele me contou é… de anedota tipicamente oureense.

Vem o grande fotógrafo, internacionalmente reconhecido como dos melhores, premiadíssimo (ainda na semana passada na Áustria), e começa por ser recebido displicentemente pelo responsável pela “cultura municipal”, que não sabe quem é o senhor Gageiro (quem é esse gajo?) e o trata como a um fotojornalista em começo de carreira e à procura de acertar com a objectiva uns bonecos.

Isto sou é que conto assim, a partir do que o dito profissional (e artista) da fotografia me contou ontem, sem (se) dar qualquer importância. Porque ele é assim. Um homem muito modesto.

Mas hoje é que foi pior. Ou melhor: hoje é que foi péssimo.

Foi o fotógrafo consagrado e cioso da sua profissão fazer o que lhe parecia certo, e encontrou pela frente coisas estranhas. Como um senhora, de capa-máscara a fazer de figurante “da paixão”, mas de máquina fotográfica (decerto digital) a entremear figuração com tiragem de fotos.

Achou o homem que assim não podia exercer seriamente o seu mester, e pediu à senhora para se limitar à figuração deixando a fotografação para quem disso tem tarefa e (no caso) currículo.

Pois foi mal recebido. Que não senhora, que ela não tinha nada de se submeter a ordens de um fotografozeco qualquer (“quem é o senhor?”), que ela era “funcionária da câmara” (argumento definitivo).

Claro que o tal Gageiro não gostou, e terá dito que nem que ela fosse o Presidente da República podia fazer o que não era correcto (...cortado pela Comissão de Censura...)

E foi ao dito responsável pela “cultura municipal” apresentar reclamação pelas condições em que estava a fazer o seu trabalho, sem dizer, porque modesto é, que por todo o mundo lhe procuram criar as que melhor sejam. Como ainda há dias, no Egipto, em que foi o convidado por Portugal, ao lado de um “colega” por cada um dos países da União Europeia.

Pois o (ir)responsável, já decerto avisado pela funcionária das chatices que o senhor estaria a provocar no acontecimento e seu registo fotográfico, deu uma resposta seca e definitiva: “se a senhora está a fazer o que está é porque sabe as ordens que tem…”

Ficou o fotógrafo, que é Eduardo Gageiro e tem direito a entrada na Enciclopédia Luso-Brasileira – mas que fosse um simples profissional a fazer, honesta e profissionalmente, a sua profissão… – bastante chateado e, promete!, isto não fica assim…
Pelo menos prometeu-me.

No Xico Santo Amaro, já mais calmo da justa indignação e muito satisfeito com a “outra” recepção oureense que teve. Amiga de amizade de meio século.

O tira-olhos


Poços Posted by Hello

Entrávamos pelo caminho estreito frente ao antigo hospital, ao lado da casa do Dr. Durão. Íamos por ali abaixo...
Ao fundo, perto do sítio onde hoje se situa o Centro de Negócios, um conjunto de lavadeiras partilhava um tanque e águas em comum no meio de vegetação luxuriante.
Havia conversas, cantigas, risos, qual aldeia da roupa branca.
Passei por lá algumas vezes à espera de alguém que já não recordo. A vegetação atraía insectos. Eu ouvia, via, ria-me. Até que o diabo do bicharoco começou a enervar-me.
Era uma espécie de helicóptero que se mexia a uma velocidade tremenda. As pessoas chamavam-lhe tira-olhos o que me irritou ainda mais pois dava-me a impressão que ele vinha na minha direcção antes de fazer abruptamente uma mudança.
Escapei ao ataque...
Mas, há dias, passei por um local que me fez recordar as horas ali passadas. Não tem a vegetação, não tem o ambiente, mas, no mesmo momento, já lá encontrei um Mercedes e uma carroça com o respectivo jumento.
Às portas de Ourém, há, assim, algo que me lembra a Ourém da nossa juventude.

domingo, março 27, 2005

Lá ficámos sem o chafariz


Algures por ali... Posted by Hello

Parece impossível!
Havia um chafariz bem bonito na direcção da fotografia. Feito com o dinheiro dos nossos pais e dos nossos avós. Pertença de todos os oureenses.
Hoje, passei por lá e já não vi. Foi destruído durante o processo de desertificação da eira da pedra.
Malditos sejam.
Possivelmente, ornamenta o quintal de algum autarca proeminente. E o povo de Ourém sem nada saber. Destroem, ficam-nos com o património como se fossem donos. Como se um voto para governar lhes transmitisse a propriedade da coisa pública.
Amigos oureenses, estes predadores têm de ser corridos. Temos de os largar às portas de Ourém com as malas na mão. Eles são a ruína da nossa terra.
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