sexta-feira, junho 24, 2005

Um oureense sem orgulho na sua terra...

... mas amante do seu passado.
Andam para aí a dizer que me devia orgulhar de ser oureense devido às festas que Ourém tem.
Porventura, serei um mau oureense.

Não tenho qualquer orgulho no que se tornou hoje esta terra nem nas suas festas e muito menos no novo espaço onde as mesmas se desenrolam, afastado do centro, escuro, cheio de armadilhas para incautos. Por outro lado, as festas são tristes, sem participação, pimbas, infinitamente inferiores às de outros tempos em que houve capacidade para aqui trazer alguém com a qualidade de Carlos do CArmo e só despertam alguma atenção pela novidade do espaço.

Ourém é uma coutada de Fátima através do exercício do poder por Catarino. Faz-se aqui o que os de lá impõem. Tal reflecte-se em múltiplos aspectos de que o menos importante não será, por exemplo, a atenção dada ao seu património urbanístico.

Os responsáveis pela autarquia não hesitaram em destruir o belíssimo jardim frente ao Central para transformarem aquele espaço em pedra sem sentido. Consta que tinham dinheiro da União Europeia e não sabiam o que haviam de fazer com ele. Melhor estivessem quietos e o devolvessem à origem. Depois, indemnizaram-nos com um parque bem afastado da vivência diária, onde temos de nos deslocar para o usufruir.

Os responsáveis pela autarquia não hesitam em destruir a aldeia de Castela que tem o seu expoente mais significativo na casa do Largo de Castela, preparando-se no entanto, a troco de chorudas indemnizações, para reconstruir a casa do Administrador. Está clara aqui a lógica: Ourém ganha sentido em função de Fátima, para eles Ourém não tem história própria.

Isto é ofensivo do oureense que me considero. Fátima é um acidente na história de Ourém. Tem direito ao seu caminho, à sua história, ao seu desenvolvimento, mas não a comprimir e abafar a dos oureenses. Acresce a esse facto o de nos mostrar, pelos exemplos do seu desenvolvimento, que o mesmo é também constante agressão ao património onde mamarrachos se sobrepõem a mamarrachos numa espiral cujo crescimento não anuncia nada de bom. As pequenas moradias de Fátima de outros tempos estão completamente destruídas ou engolidas pelos novos interesses que a dominam. Fátima é local de negócio muito mais que local de fé cujo ambiente paradisíaco foi completamente perdido excepto na caminhada denominada Via Sacra.

Poderei ter orgulho numa terra com estas características?

Mas, no final desta reflexão, subsiste uma razão para não ser detentor desse orgulho.
Poderia pensar que, perante a consciência do quanto Ourém é subjugada a Fátima, os oureenses manifestassem um mínimo de revolta. Por vezes, eu sinto-a. Mas é uma revolta muito surda, muito calada. E aqui, apesar de lhes deixar o benefício da dúvida, apesar de me poderem considerar arrogante e ofensivo, eu encontro mais uma razão para não me orgulhar de Ourém: é que não me orgulho destes oureenses que se deixam manietar por Catarino e companhia...

quinta-feira, junho 23, 2005

Mais uma visita ao mercado

Hoje, quinta-feira, achei o mercado de Ourém muito triste o que contrasta com esta imagem de Ourém em Movimento que o poder tenta transmitir. O mercado estava mais pobre em termos de compradores e produtos oferecidos.
Estava, talvez, melhor localizado. O que não deixa de ser susceptível de algumas observações:
- Algumas pobres árvores, que tanto custaram aos oureenses, estavam escondidas e esborrachadas sob as tendas dos vendedores; outras suportavam as cordas com que os mesmos seguram essas tendas. Acho incorrecto: não é legítimo gastar tanto dinheiro do povo nesta estrutura que é o parque linear e depois deixá-la estragar nestes moldes.
- A senhora das flores naturais queixava-se da proximidade do ”comes e bebes”: “as flores ficam com um cheiro horroroso, e que dizer da roupa que se vende mesmo ali ao lado? Fui falar com a engenheira, mas não consegui nada...”.
Mas, se havia este ambiente de constestação, não posso deixar de referir verdadeiras pechinchas que pude ali desfrutar. Comprei várias t-shirts Lacoste, com o crocodilo e tudo, e da marca Gant a um preço unitário inferior aos 9 euros. Ainda bem que a fiscalização fecha os olhos a estas coisas. Obtemos os produtos mais baratos e conseguimos fazer um figurão em sociedade com aquele material de marca. Quero lá saber que prejudique o detentor da marca: estou a contribuir para a crise geral do capitalismo... é uma forma de acabar com eles. Vivam as chemises Lacoste do mercado de Ourém... Abençoado presidente David que facilitas assim a vaidade do teu povo.
E no mercado fechado? Cereja a euro e meio... uma maravilha. Um bom bocado de raia, broa, tomate, pimento e pão complementaram mais uma pedrada no fraco orçamento.
E... adeus, Ourém. Qualquer dia, cá voltarei.
A galeria do Parque Linear


Encontros Posted by Hello

Sempre em rota de colisão com a comitiva autárquica, na segunda feira, ainda me foi possível passar rapidamente pela esplanada, cuja falta de protecção me fez lembrar aqueles filmes de cinquenta em que os figurantes caiam à água, e, daí passar a uma galeria de exposições.
Olhámos e fixámos algumas imagens.
Seria bom que, para além dos preçários, que dão desde logo à arte uma desagradável conotação de submissão ao mercado, fossem organizados folhetos com a imagem de cada objecto exposto e uma pequena explicação sobre o mesmo. Aliás, penso que seria verdadeiro serviço público.

A janela indiscreta... Posted by Hello

quarta-feira, junho 22, 2005

Olha a ambulância do ti' Júlio



Não sei se a associação que fiz está errada, mas que o dito e a dita terão salvo dezenas de vidas em correrias para Lisboa, Coimbra, Torres Novas, etc., é bem verdade.
Verdadeiros heróis!
O segredo do damasqueiro

Há mais de trinta anos que o conheço
Nunca tinha dado um frutinho que fosse.
Este ano, derreteu-se em damascos de delicioso sabor, garanto-vos...
Algo de novo se anuncia para Ourém.
É preciso acreditar...
Palavras

Queria chamar-te tanta coisa bela

Pássaro, fogo, vento, caravela
Terra, semente, pão

Chamar-te amigo
E inventar as palavras que não digo
Com medo de as dizer sem ter razão


À espera na Som da Tinta Posted by Hello

No próximo domingo, dia 26 de junho, às 16 horas, na Som da Tinta em Ourém, que ninguém falte ao encontro com Eugénia Cunhal e seus livros. Alunos da 9ºB da E.B 2,3 D. Afonso, 4º Conde de Ourém, teatralizarão um dos seus contos.

Parque linear


Pedra sobre pedra... Posted by Hello

Uma boa obra, com certeza, esperavam que dissesse o contrário?
Nem as crianças foram esquecidas, dispondo de um pequeno espaço. Não percebo é a razão destes mamarrachos de pedra
Ontem, encontrei-me aqui perto com o candidato socialista. Delicadamente, veio falar comigo.
- Há uns quinze anos, propus algo de semelhante num artigo no NO. O Albuquerque fartou-se de gozar com a esplanada das melgas...
- Isto evidencia algo de errado na mente deles. Acabaram com as árvores na Praça e oferecem este parque para lá ir uma vez na semana, no mês ou no ano. É algo tipo dia da mãe, dia da criança... Ourém poderia ter as suas habitações no meio das árvores.
Simpático este candidato. Fala com as pessoas quer o apoiem quer não...
Temos de ser cada vez mais


Duas oureenses para a causa do OUREM Posted by Hello

Aos poucos, o esforço do OUREM vai sendo reconhecido.
Estas duas oureenses juntaram-se à nossa causa:
- Luís, nós não apoiamos a destruição dessa Ourém magnífica de há muito anos...
Consentiram em dar a cara.
Lá atrás, a casa onde nasci permanece confiante...
Precisamos de mais exemplos, mais apoio, em todas as formas que se lembrem.

terça-feira, junho 21, 2005

Mecham-se!!!


A marcha fúnebre Posted by Hello

Ontem, passeava-me por Ourém, esperando beber a bica no Central.
A certa altura, ouvi o ruído de uma filarmónica.
Serão eles? Irei ter um encontro do 3º grau?
Subi o pequeno declive ao lado da biblioteca e, logo, eles apareceramm lá em cima junto à loja do sr. David.
Sorridentes, arrogantes, à vontade...
Nem um olhar deitaram à Praça dos Carros que ajudaram a destruir.
Atrás, a filarmónica dava a cadência com os pratos...
Trré, trré...
Fez-me lembrar uma cena do Roque Santeiro em que nos foi mostrada uma marcha fúnebre.
É verdade. O que eles estavam a fazer era como que a enterrar Ourém, a nossa Ourém... e a vangloriar-se disso...

segunda-feira, junho 20, 2005

Será que...?


O presidente e a simpatica presidenta Posted by Hello

... os caixotes de lixo anunciam o seu destino político: um para o presidente, outro para o vice e outro para a presidenta...?
Ourém, triste Ourém


Mas o povo não compareceu... Posted by Hello

A ausência popular representa o total divórcio relativamente ao poder.
Tudo era representação institucional...

domingo, junho 19, 2005

Imagens do Dia


A magnífica fanfarra dos nossos bombeiros Posted by Hello

Apresentação da sede de candidatura do PS Posted by Hello

Um avô babado Posted by Hello
O fabuloso 1º jantar do Castelo

Do CAstelo


Ourém, quem te viu e quem te vê... Posted by Hello

Cheguei antes da hora...
Contemplei Ourém. Prédios horrorosos. Tudo degradado e diferente da bela Ourém do meu tempo ...
A fonte


Onde os cavalos bebiam Posted by Hello

É melhor dar uma volta enquanto eles não chegam.
Havia uma fonte ali para baixo. Aliás, o Fred tinha-me explicado: era aqui que se dessedentavam os cavalos do D. Afonso Henriques quando ele vinha descansar das batalhas contra os sarracenos...
Nova contemplação


Onde está o moinho? Posted by Hello

Continuam sem chegar...
Vou até ali adiante a ver se a paisagem é mais bonita.
De novo, a olhar Ourém. Olha a Câmara... os moinhos... não consigo ver a bela casinha do Largo de Castela. Será que antes conseguia?
O sinal


Daquela torre... Posted by Hello

Toca o sino monumentais badaladas...
Vê-se que sabiam da nossa presença e assim quiseram saudar a visita de tão ínsignes oureenses. Noutros tempos, os sócios da casa de Ourém quando vinham à terra até tinham fanfarra. Agora, não temos dúvida, as badaladas eram uma saudação para nós...
O Fred não tardou a chegar.
Depois, o Alfredo, perdão o André, em seguida o Sérgio...
Cavaqueira até à hora do jantar. Os blogs isto, os blogs aquilo. O projecto do Fred
Tinha-me levantado às seis da manhã. Apesar de cansado, ouvia-os com toda a atenção.
A Câmara, A fragilidade da oposição. O caso da presidenta Deolinda...
Em força para Ourém que se começa a sentir fome.
O local do repasto


O local da conspiração Posted by Hello

Temos de conspirar, precisamos de um ambiente onde possamos erguer as nossas vozes contra os maus tratos a Ourém.
Este é com certeza um bom local, propõe o Alfredo.
O Sérgio já cá esteve, volta daqui a pouco, informou-nos nobre oureense. Vejam este belo pátio.
O nosso chafariz


O chafariz perdido Posted by Hello

Luís, diz-me o Fred, está ali o chafariz que tanto procurava.
É verdade. Partido, abandonado, ali está a imagem do que fazem ao património oureense.
Que cambada!
Ao menos que o tivessem levado e reinstalado nas magníficas moradias que ostentam por essa Ourém fora. Ao menos que o tivessem reduzido a pó.
Aquele chafariz é a imagem do desprezo que devotam à nossa Ourém, na nossa passagem por esta efémera terra.
Tudo pagarão mais cedo ou mais tarde, mas até lá temos de aguentar e sofrer este vexame de os ver a dominar Ourém. O povo de Fátima e arredores assim o quer, porque, ao que julgo, os de cá não estão assim tão convencidos.
O caldeirão com azeite a ferver


A casa Posted by Hello

E ali, informa-nos o Sérgio, era a casa do Administrador.
Recordei algo que estaria por aquele pátio nos meus tempos. O sr. Sabino a trabalhar como alfaiate. A Anita a brincar de um lado para o outro.
Pagaram a um alfaiate e a um sapateiro para sair daqui, informou-nos nobre criatura. Seria bem melhor que lhes pagassem para aqui se manter já que são profissões que estão em desaparecimento e sempre se poderia reproduzir melhor os acontecimentos e a vivência.
Diz a lenda que os pastorinhos foram ameaçados por um Administrador sem coração. A História pouco a pouco vai repondo a verdade, mas precisa de ser melhor contada.
Voltámos ao local do jantar.
Pouco depois fabuloso strogonoff e grelhada mista regados por palhete de primeira deliciavam estes seis amigos do Castelo.
Foi uma pena que os outros não viessem. Os Marcos, o Miguel, a Elvirita, o Byn... estavam tão entusiasmados, o Castelo teria ganho com isso. E Ourém, possivelmente, também...
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