sexta-feira, julho 01, 2011

E como será a vigarice daqui a 3 meses?

Se consultarmos os dados do INE, veremos que as necessidades de financiamento da economia em milhões de euros foram, por trimestre, respectivamente, desde o segundo trimestre de 2010: -4.731, -2.327, -3.277, -2.985.
No próximo trimestre, esgota-se o efeito do valor negativo, -4.731 e, se admitirmos que o defice do segundo trimestre de 2011 será semelhante ao do primeiro, como foi no ano anterior, a cadeia de valores para o apuramento será: -2.327, -3.277, -2.985, -2.985 o que se traduzirá num déficit de 6,7% para o ano assim considerado.
E depois? Manter-se-á a tendência para as necessidades de financiamento serem bem inferiores no terceiro trimestre que nos restantes? Se assim for, o objectivo dos 5,9% estará praticamente garantido no terceiro trimestre...
E já não falo na ajuda do roubo dos 800 milhões do subsidio de Natal cujo efeito se sentirá no último trimestre.
Claro, com a política dos outros, mas por obra e graça do novo PM: eis Step the Rabbit no seu melhor...

quinta-feira, junho 30, 2011

Derrapagem para a austeridade

O governo prepara-se para anunciar mais medidas de austeridade.
Entre os seus fundamentos está algo que me parece uma mentira e que os jornais não param de propagandear: ontem, o INE anunciou um déficit de 7,7% para o ano que decorreu entre o final de Março de 2010 e Março de 2011; O DN começou por falar em 8,7% no primeiro trimestre e depois corrigiu para os 7,7%; a SIC manteve o número errado e bem assim o período; tudo alinhou pelo mesmo ponto de vista, o da derrapagem e a sua distância para o objectivo de 5,9%.
Estarão todos loucos? Serão todos mentirosos? Ou estarei eu a ver mal?
Um déficit de 7,7% no ano assim definido significa uma acentuada descida em relação ao déficit apurado no final do ano de 8,6% e está inteiramente de acordo com as perspectivas anunciadas pelo anterior governo baseadas nos seus dados sobre execução orçamental. Para esse déficit foram considerados três trimestres de 2010 e um de 2011. Uma média ponderada considerando o valor de 2010 três vezes e o valor final apurado mostra que o déficit do primeiro trimestre deve andar perto dos 5% (=7,7%*4 - 8,6*3, em termos simplistas). No entanto, fala-se em 7,7%. Mente-se.
Mais logo, Passos Coelho, baseado nesta mentira vai anunciar mais medidas de austeridade entre as quais uma taxa especial e única sobre o IRS. Começa mal, muito mal... e estranhamente ninguém do PS, BE ou PC denuncia esta miserável orquestração.
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