sexta-feira, março 21, 2008

Vejam, a velha vai cair



São revoltantes estas palavras sem dúvida. São indecentes quando proferidas por um jovem em quem estão depositadas todas as esperanças deste país. As palavras e o que lhes está por trás...
Mas, no fundo, não podemos esquecer que não passam do reflexo da humilhação a que uma classe tem vindo a ser sujeita há muitos anos pelo poder independentemente da cor partidária mais alaranjada ou mais rosa de quem o exerce.
Claro que denotam a total ausência de civismo, de valores e perspectivas de uma juventude que vive manietada pela obsessão do consumismo de que o telemóvel e outras bugigangas fáceis são a expressão actual, também essa um produto social. São também a manifestação da brutalidade a que vamos assistindo em muitos aspectos da vida social quer na relação do poder com as pessoas quer entre estas...
E trazem aos que estão a sair da vida activa um grito de alarme por aquilo que poderá estar a preparar-se para eles para daqui a alguns anos...

quarta-feira, março 19, 2008

A quadra incompleta

Esta semana tem sido algo estranha.
Nada me aparece para publicar nesta coisa...
Sei que há factos relatáveis, mas a forma de os dizer não entusiasma.
Por exemplo, o último Prós e Contras com gente de sucesso da economia... gente que parecia toda para o mesmo lado... e ninguém fala daquilo.
Quem os ouvisse diria que o nosso país vivia maravilhosamente bem. O senhor ministro da economia numa pose majestática. A banca. Empresários de sucesso.
Pudera! Tantos a viver à conta do QREN...
Aliás, se há por aí desempregados, é porque não criam o seu próprio emprego. No entanto, apesar de o senhor ministro da administração interna o não reconhecer, há alguns que já criaram: e é ver pessoal decente a ser abatido no centro comercial ou à porta de casa, cafés a serem assaltados com clientes lá dentro que isto está a ficar bom a valer...
Há pouco um post do Sérgio no Anónimo era um regalo e quase me deu nova inspiração. Ora oiçam e vejam lá se completam:

Nós somos a maioria absoluta
Nós somos a maioria impoluta
Nós somos a maioria absoluta
Desavergonhados e ...

domingo, março 16, 2008

Do pré-diagnóstico ao diagnóstico: a quimera da Internet

Os redactores do pré-diagnóstico prometem-nos a análise de mais informação entretanto recolhida nesse processo em documento a elaborar no futuro e que será o diagnóstico.
Para além disso, convidam a população do concelho a responder a um inquérito, através da Internet, onde as pessoas darão a sua opinião sobre os maiores problemas (carências) nas mais diversas áreas.
Como é óbvio, é correcto perguntar às pessoas a sua opinião sobre os problemas que sentem. Mas a importância que será dada a este inquérito pode, mais uma vez, vir a enviesar todos os resultados.
Com efeito, não há garantia de que todos os oureenses respondam...
Também não há garantia de que os que respondem só o façam uma vez...
Finalmente, mesmo que respondessem todos e só o fizessem uma vez, qualquer opinião nesta área é subjectiva e a soma de opiniões não se torna numa coisa objectiva, a realidade é apenas a de que essas opiniões existem, podendo não reflectir fielmente a realidade...
Recorde-se que os que usam Internet se integram entre os mais privilegiados. Assim, este meio de questionário vai procurar as necessidades dos que carecem menos e não dos que precisam realmente de apoio. Pode ser mais barato, mas não vai direito ao problema.
A detecção de problemas devia ser uma actividade de campo do grupo de trabalho associado a esta importante área da autarquia.Todo o trabalho devia pautar-se pela ideia de erradicar a pobreza e a miséria do concelho em todos os seus aspectos.
Infelizmente, parece-nos que vai mais servir como material de propaganda do presidente David em futuro acto eleitoral – que já oiça a peneirar-se: “levámos a cabo o diagnóstico social...” - do que como instrumento de intervenção social no sentido referido...
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