sexta-feira, agosto 13, 2004

Taipais
Venho de passar junto à Marina.
Olhei lá para baixo e já vi os taipais de madeira que vão isolar a praça.
Que vergonha!
Noite de fados em Ourém...
Da qual são banidos 99% dos oureenses.
Noite de fados em Ourém
É hoje, sexta-feira, 13.
Uma realização que procura dinamizar e trazer eventos culturais a Ourém.
Infelizmente, o sistema estatístico da Câmara está desactualizado.
Para ela só há duzentos oureenses. Ou, então, só duzentos oureenses são merecedores de tal manifestação.
Obviamente elitista, pelo preço e por todas as proibições que se estão a montar à volta.
Já vejo os coches a chegar. A aristocracia oureense aí vai para a praça Mouzinho de Albuquerque. Ricos senhores feudais podres de ricos e nada para fazer. Já chegou o barão, não tarda muito vem o alcaide e o conde de certeza também aparece. Alguma burguesia também tem direito, se possível alguns dos seus comprarão brasão e tudo. É preciso que não se misturem com a ralé, com essa gente que, se calhar, povoa o Central.
Para prestar as devidas homenagens com certeza não faltarão os distintos serviçais autárquicos. Engravados, vestidos a preceito, a garantir que tudo vai correr bem. E como é óbvio, no final, após as cantiguinhas, o caldo verde, o banquete chega a boa acção: a receita é para ajudar a AMI.
Não brinquem comigo. Com uma noite de fados para todos os oureenses a receita seria, sem dúvida, maior. O que ali acontece é um processo de selecção.
Como o tempo passa
A Nicha, uma querida amiga dos tempos do CFL, vai hoje ser homenageada por alguns dos seus primeiros alunos. Talvez trintões ou quarentões...
Não duvido que ela tenha sido uma magnífica professora.
E é bom ver que alguns dos melhores sentimentos que caracterizavam as pessoas de Ourém se mantêm.
Manhãs de sábado no Central (3)
Isto não é uma convocação.
Longe de mim a ideia de dinamizar qualquer manifestação contra o poder legitimamente estabelecido no concelho.
Mas seria engraçado...
Seria engraçado um encontro de oureenses junto ao Central que, calmamente, enqunto se toma uma bica ou uma água, comentassem o estado pavoroso daquele local e elaborassem um documento que fosse o testemunho do seu repúdio pela acção que conduziu ao mesmo.
Sugiro as onze horas da manhã de amanhã.
Não garanto que o calor no exterior seja suportável. Aquilo é só pedra.
Quim, Julito, Cúrdia, Genito, Duarte, Arnaldo, Kansas, Zé Rito, Ferraz, Zé Alberto, Manel, Tó (tu deves adorar o que eles fizeram à obra do teu pai!), ZéQuim, Alfredo, Carlitos, Pintassilgo, Beto, Leitão, Aires, Vitor, Toino, Humberto, Quim Manel, Fred, Sérgio(s)... apareçam.
Estacionar em Ourém...
... é cada vez mais difícil.
Que o digam os moradores e comerciantes da zona perto da Praça Mouzinho de Albuquerque.
Consta que há moradores que são multados por deixarem os carros perto das suas residências.
Consta que há canais directos à Câmara para informar sobre algum estacionamento que esteja fora da lei ou que não agrade a comerciantes de máquinas de madeira. Os homenzinhos que levavam as mesas para os fados quase que tiveram de fugir a sete pés.
Pobre Câmara que divide os munícipes.
Pobre gente que acredita que uma boa ligação ao poder é fonte eterna de benefícios.
Porque, acreditem, isto há-de mudar!
À luz do luar
Ontem, por volta das 23, passei por Ourém e reparei que o jardim municipal, aquele que substituiu o belo jardim frente à Câmara, não tinha uma única luz acesa.
Trata-se, decerto, de nova e excelente iniciativa autárquica que convida, assim, os jovens oureenses a desfrutar os encantos das noites de verão ao luar.
Só que a fase do satélite não ajudava...
Comida para a gatita
Descuidados, apercebemo-nos que nos tínhamos esquecido da comida para a gatita.
Lembrei-me que, perto do Leitão, havia qualquer coisa. Fomos lá. Rações para animais.
Tinham a marca, mas não tinham o que pretendíamos. Aquele cheirinho a rações fez-nos interrogar como era possível duas pessoas passarem todo o dia ali dentro. Ao mesmo tempo, eu recuei uns quarenta anos e recordei como gostava, na juventude, de entrar no Grémio da Lavoura, frente ao hospital, e sentir todos os odores que se desprendiam daqueles produtos.
A saga de procura de comida continuou e, numa loja que nos indicaram, uma loirinha tem esta engraçada tirada.
- Sabem, não temos essa comida, porque é muito cara e ninguém a compra.
Pobre gatinha que foi treinada por estes vendedores para só comer aquilo e depois tiram-lhe o tapete quando os interesses comerciais mudam.
Enfim, uma média superfície lá nos evitou uma viagem maior.
Al Simon

Ultimamente, mal chego a Ourém, tenho, quase de imediato, desfrutado do contacto com distinto oureense. É bom. Ele faz-me lembrar outros que já não estão, que deixaram imensa saudade e que, quando ele estava, geralmente, também estavam.
O seu nome também é interessante.
Recorda-me um dos elementos daquela famosa dupla dos anos sessenta. E anuncia-me que, efectivamente aqui, eu posso desfrutar do magnífico som do silêncio.
Regresso

Ó minha terra
onde eu nasci...


A rega matinal está feita.
A gatita já corre atrás das lagartixas.
Para o almoço está planeada excelente morcela de Ourém com batatinha cozida e couves da biológica cá da finca.
É bom estar cá de novo.

quinta-feira, agosto 12, 2004

A Nestlé e a água de Ourém
Confesso que estou deliciado com a contribuição de Marco Jacinto, se não estou em erro, no Castelo relativamente a este assunto.
Um texto que faça e aprende-se.
Quase que sugeria ao Fred que pusesse aquela contribuição como post para ganhar outra dimensão.
O covil dos comunas (7)
Suprimir comentários?

No rescaldo do que se escreveu e comentou sobre a visita de VGM à Som da Tinta, alguém opina que comentários que baixam o nível sejam eliminados.
Não vejo razão para tanto.
Isto mostra a realidade oureense. É com ela que temos de conviver, não devemos criar ilusões.
Se calhar, o Joca até nem é má pessoa. Embirra e gosta de desancar em comunas, mas até é honesto ao confessar esta limitação, como o é ao manifestar que não gosta de dar a cara, que não gosta que saibam quem é. Porquê este receio, porquê esta opção pela clandestinidade, pelo covil?
Vê-se que a democracia ainda não chegou a Fartaria, apesar de o palhete de lá poder ser excelente.

quarta-feira, agosto 11, 2004

Sérgio Ribeiro
A colaboração do nosso deputado europeu, neste blog, é interrompida por um curto período.
Aproveitando essa folga, resolvi disponibilizar os textos sobre o Parlamento Europeu que ele nos enviou em formato blog, pela ordem em que foram produzidos, num espaço exclusivamente dedicado aos mesmos e com possibilidade de inserção de comentários.
Eles estão aqui.
Ó Sérgio, e quais foram as respostas do Presidente da Comissão Europeia àquelas três perguntas? Educado como é, se calhar, ignorou-as.
Além desses textos, para este blog, o Sérgio brindou-nos com:
Gosto desta foto e
A propósito de Joaquim Espada.

terça-feira, agosto 10, 2004

O Parlamento Europeu em 2000 caracteres por semana - VI
Por Sérgio Ribeiro

Estamos mesmo no meio de Agosto e tinha pensado que ia aproveitar uma certa pausa no trabalho parlamentar para desfrutar em pleno o Zambujal.
Afinal, o relatório das pescas, sobre os Açores e a Madeira com os seus recifes de coral e a protecção que lhes é devida, embora num quadro perverso que a Política Comum de Pescas lhe criou, tem-me perturbar o desejado (e necessário) sossego, tem-me feito andar á volta do tema, a estudar (e a descobrir!) coisas novas e muito interessantes.
É assim, nas férias a dedicar-me à pesca... e ainda parece que me queixo.
No entanto, como a pesca e os relatórios serão temas a que naturalmente voltarei neste "prestar de contas" que o Ourém-blog me proporciona, nesta semana do meio de Agosto queria trazer um outro assunto.
O Parlamento Europeu atribui a cada deputado o direito de, por ano, organizar duas visitas de convidados seus, ou a Bruxelas ou a Estrasburgo. Há para isso verbas que cada um gere como melhor lhe parece e, no caso dos eleitos do Partido Comunista, são utilizadas para se organizarem visitas de cerca de 40 visitantes, de acordo com uma planificação que responde a critérios que têm em consideração, de forma cruzada, oportunidade política, distribuição regional e profissional, escolas de vários níveis, comunicação social, solicitações diversas.
Na década de 90, quando então por lá estive, mais de uma vez promovi a ida de oureenses, particularmente a de Junho de 1991, em que os visitantes foram quase todos de Ourém, mas também noutras oportunidades em que muitos oureenses lá se deslocaram.
Para esta legislatura, com partida a 14 de Novembro calhou-me (porque tal reivindiquei...) organizar-se uma visita e queria que Ourém estivesse bem representada.
Estou a fazer contactos e a pensá-la maduramente e voltarei a falar disto. Aguardando, também, manifestações de interesse.
A viagem é em autocarro – para poder ir o maior número possível, pois se fosse de avião seriam menos os convidados e/ou teriam de ajudar às despesas… –, não é desconfortável – eu já a fiz... –, será a Estrasburgo por altura da sessão plenária e ocupa, praticamente, toda a semana pois o regresso é no sábado 20.
Voltaremos a falar disto.

segunda-feira, agosto 09, 2004

O fantástico rugido do «maquitan»

Era uma tarde de futebol no largo de Castela.
Jogava-se com empenho à procura do golo. O Jó Alho era o mais habilidoso, um autêntico médio de ataque benfiquista que só Ourém conseguiu descobrir.
O Manel não lhe ficava muito atrás. Bom a fintar e a idealizar jogo era mais possante e isso dava grande solidez à sua equipa.
O Luís Cúrdia tinha mais um ou dois anos pelo que a diferença física dava de imediato superioridade a quem jogava com ele.
O Luís Nuno era o guarda-redes de eleição. Um autêntico Carlos Gomes, que então brilhava pelo Sporting.
A minha modéstia proibe-me de falar no mais desajeitado ponta de lança que Ourém alguma vez conheceu, mas que, de vez em quando, marcava um golito.
O Zé Rito jogava, relatava e fazia de árbitro.
O Mina Guta trazia rapidez e argúcia a qualquer equipa.
Eram estes e outros heróis que, em certo dia da década de cinquenta do século passado, depois de os capitães de equipa escolherem, após moeda ao ar, os guerreiros de cada lado, procedimento em que, estranhamente, eu ficava sempre para o fim, disputavam renhida partida naquela fabuloso estádio.
A minha equipa já vencia por uns claros três a zero.
De repente, vindo daquela rua que se iniciava frente àquele local onde já funcionou a Dirup, que passava frente à casa do Luís Nuno e ao atelier do Souto(1), ouve-se um fantástico rugido que atroa oa ares.
Os jogadores param apreensivos. Que se passaria? Seria o George a ensaiar, uns cinquenta anos antes, a operação estrondo e terror, já a pensar na famosa cruzada em que se empenharia no início do século XXI?
O ruído continuava enorme e ouvia-se lata a bater sobre lata.
Ao fim de algum tempo, o mistério era esclarecido.
Um carrinho, um Austin de eleição, daqueles mais ou menos de forma semelhante aos actuais Partner ou Kangoo, carregado com balanças, entra pelo largo de Castela em baixa velocidade e com ruído elevado.
Era o maquitan.
Lá dentro, o João Honório gozava o susto que nos tinha pregado.
Excelente pessoa, foi outro dos que puderam desfrutar o prazer de habitar a casa do Largo de Castela, após eu a ter deixado. Tantas vezes lá voltei para ele me emprestar os magníficos Búfalos e Bisontes que possuia.
Agora, ali, estacionava junto à casa da Dona Aurora e permitia que nós, com o devido cuidado, continuássemos o jogo.


(1) Confusão. Era uma atelier onde se fabricavam jaulas para galinhas. Não sei se da responsabilidade de Souto ou Ezequiel Casimiro

domingo, agosto 08, 2004

Ourém, de novo, longe
O Castelo já não se vê.
Hoje e nos próximos dias, a bica não será no Central.
O som das aves, a rega matinal, os grelhados, a gatita a correr de um lado para o outro são coisas do ontem.
Os posts sobre Ourém não serão suscitados pelo dia a dia.
Resta um enorme desejo de regressar.
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