sexta-feira, março 03, 2006

A formidável cadeia das manias

E ao décimo quarto dia, o Abdegas respondeu.
São engraçadas algumas das suas manias:
Levantar de noite para comer. Confesso que não o faço, de tão enjoado que isso me faria. Mas, dias a fio, levantei-me de noite para acalmar o gato, dando-lhe comidinha, tudo com o objectivo de o mesmo não ser posto na rua por uma dona sem coração...
Semáforos... Nem sabem o que me acontece por vezes. Em vez de estar atento à estrada, vou a pensar no blog ou nas belíssimas e paro frente ao sinal verde com todos a apitar atrás de mim. Ourém tem sido dos locais mais frequentes onde isto terá acontecido.
Horário... tenho a mania de chegar às coisas quase duas horas antes da hora marcada.
E que fazer agora?
écse, a quem não vejo há tantos anos: quais são as tuas manias?
Os blogs de Ourém são uma bola de neve, rolante, viva, cada vez maior

Só agora dei por estes dois: Chorus Auris e Foto&Legenda. Perdoar-me-ão com certeza a desatenção. E neste pedido de desculpas envolvo o Skywatcher, os Sérgios, o Nuno e o Pedro. Eu apresso-me a fazer a referência e a actualizar aquela coluna ali ao lado, sem me preocupar com total reformatação que isso daria para demasiado tempo.
E votos de longa vida...

A encosta da pedra rolante



Caminhavam pela encosta do moinho imbuídos pelo espírito de mil aventuras. Por vezes transportavam lanças, resultado da mutação de canas em virtual exercício mental, julgando ter com eles elemento de arremesso.
Naquele dia procuravam algo de diferente. Que encontraram...
No chão, a uns 100 metros da estrutura já esventrada do moinho, estava uma mó. Algo bem pesado pela certa. Em forma circular, convidava imediatamente a exercício mais radical.
- E se a apontássemos ao colégio?
- Temos de ser vários a agarrá-la. Vamos a isso.
Com a força que tinham, lá a conseguiram pôr de pé. Um ainda pôs ligeiro entrave:
- E se acertamos em alguém?
- Deixa-te disso.. Isto vai trespassar o ginásio e fazer monumental alarido no recreio.
Continuaram a apontar a mó.
- Vamos largá-la.
E a encosta começou por viabilizar a insólita descida. Algo impediu que ela se concretizasse na totalidade. Ou uma oliveira ou inclinação mais abrupta fizeram com que ela fosse encontrada uns metros mais abaixo e deitada de lado...
Lá em baixo, no colégio, o sr. Nunes tocou a campainha e, pouco depois, o recreio estava cheio de estudantes que ali foram gozar as delícias do intervalo…

quinta-feira, março 02, 2006

Os Stones

E quem sou eu para falar dos Rolling Stones? Nem pensem... olhem, encontram aqui quem o faça melhor e com excertos de músicas.
Apesar de fazerem parte de quase toda a minha vida musical, nunca me entusiasmaram seriamente, mas há pequenos episódios ao longo do tempo.
O primeiro, que não posso deixar de vos recordar, é aquele do nosso Jó Rodrigues a identificar um belo solo em "Tell me you are coming back". Nessa época eu ouvia os Stones, mas embirrava com o seu som.
Depois as coisas foram melhorando. Uma tarde, o posto de turismo da Nazaré brindou-me várias vezes com "Get off my cloud" enquanto eu repousava na esplanada. Tanto bastou para tal música se me tornar inesquecível.
Mais tarde, aquela dos olhos cor de mel ajudou-me a ouvir "She is a rainbow", contribuindo para horas e passeios muito agradáveis.
"Ruby Tuesday" também faz parte da minha recordação dos Stones. Acho uma canção deliciosa. Aliás, seria interessante contrapor três interpretações de que me estou a lembrar: a do autor (Dylan, claro), a dos Stones e a da Melanie (que eu considero fabulosa). Talvez um dia pensemos nisso.
Finalmente, não posso deixar de vos referir "Lady Jane". É uma canção que está ligada a um daqueles episódios em que fui fértil. Imaginem que algum amigo vos pergunta:
- Que disco hei-de comprar?
Isto aconteceu no terceiro ou quarto ano do curso. O Vitória Fernandes comprou um gira-discos e queria iniciar a colecção. Caiu na patetice de me perguntar. Nessa altura, ouvia-se a dita música e claro que eu lha recomendei imediatamente. Não sei porquê, esse meu amigo não gostou, ia partindo o disco aos bocados:
- Por que é que eu fui na tua opinião? Ainda tu parto na cabeça...
O mais engraçado é que esta minha tendência para aconselhar os amigos “sem fazer concessões ao comercial” ocorreu com um outro a quem recomendei "Tubular Bells" de Mike Oldfield, aquele em que há uns quinhentos instrumentos (em momentos diferentes) sempre a tocarem a mesma coisa, mas, em que lá por dentro, o homem explora todos os sons inclusivamente os que se produzem em casa de banho. Claro que mais uma vez fui censurado... O Bastos acabou por trocar o disco por "Gracias a la vita" da Joan Baez.
Tudo isto para vos dizer que, hoje, vamos mudar de som, deixando uma pequena homenagem ao nosso querido amigo Jó Rodrigues com um dos discos que ele me ajudou a ouvir...


Oiça Tell me you are comming back

quarta-feira, março 01, 2006

Uma roda que rolava pela estrada de Leiria


Uma tarde o Domingos (irmão do TóLiz, Licínio, etc.) veio ter comigo e com o Jó Rodrigues. Era relativamente mais velho, já trabalhava, ao contrário de nós eternos descansantes daquela fabulosa juventude.
- Querem vir comigo? Vou a Leiria levar um pneu...
Claro que nem olhámos para trás.
O carro do Domingos era preto, naquele formato arredondado da época. Sempre bem afinado, não fosse ele um exímio conhecedor de mecânica automóvel. O pneu já estava em cima do tejadilho e arrancámos para Leiria.
O Domingos era um bom acelera. O carro devorava a distância com grande sofreguidão. E assim passámos a Quinta da Sardinha, os Cardosos e descemos os Pousos. Eu olhava para o lado contemplando a paisagem a partir do banco de trás. Passado o largo da Igreja dos Pousos, ali, onde tudo desce, os meus olhos foram atraídos por algo que se mexia na estrada e a descia atrás de nós.
- É curioso, vem uma roda sozinha a rolar pela estrada atrás de nós...
- Uma roda? – exclamou o Domingos admirado...
Ao mesmo tempo, um carro que subia a estrada desatou a apitar para a roda. O seu condutor, excitado, fazia estranhos gestos como se quisesse afastá-la da frente.
- Passa-se qualquer coisa esquisita...
E a verdade é que a roda continuava a descer pela estrada, contornando suavemente as suas curvas, perseguindo-nos como se guiada por tele-comando. O Domingos resolveu parar e estacionar e a roda veio depositar-se suavemente no para-choques do carro.
Claro que em cima do tejadilho já não existia roda nenhuma, ela tinha-se desatado, caído para a estrada e não quis perder o seu ponto de referência.
- Ele há cada uma!...
O resto do percurso fez-se sem mais incidentes, tendo-nos este acompanhado em conversa com cervejinha no Liz Bar...

terça-feira, fevereiro 28, 2006

As belíssimas da Rolling Stone

Pedras rolantes, imagens eventualmente chocantes...
Amigos ourenenses, as solicitações carnavalescas são muitas. Nâo consegui descobrir imagens de pedras rolantes na BD. Em contrapartida, deparei com algumas belíssimas e interessantíssimas fotografias da Rolling Stone. E aqui estou a partilhar convosco:

Esta é a bela Aguillera. Algum distinto oureense não gostaria de ser viola por breves minutos?


E apreciem agora as horas de relaxe daquela saloinha do country: a Linda Ronstad. Também passou pela Rolling Stone e partiu corações.



Nunca tinha ouvido falar da Tony Pearce, mas o contacto com a Rolling Stone permitiu recuperar de tão imperdoável lacuna...


Finalmente, e pesar da desilusão que é qualquer actuação ao vivo da dita, não posso deixar de vos brindar com mais uma fulgurante capa da Rolling Stone, esta dedicada à Britney...
E agora, perdoem-me, mas o Carnaval chama-me. Se divirtam...

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Mais um sinal de outros tempos

Desta vez do Duarte. Sim, daquele que martirizava o gato em casa dos Castanheiras lançando-o para o chão com as pernas viradas para cima. E o gato, pesadão, no ar conseguia virar-se e aterrar de acordo com as normas.
O Duarte que um dia me pôs a tirar uma fotografia ao maralhal e eu cortei as cabeças a todos.
E quando é que virão todos ao OUREM?
Não desistas, Duarte, pelo menos enquanto eu não desistir...
Pico Ruivo

Todo o verão amontoei pedras e as dispersei

vigiava nuvens e sombras pelas fajãs
a mesma solidão perigosamente
transcrita naquele cinzento avermelhado
sob as escamas do céu
urzes sobrevivendo à dura estação
duas ou três cabras, uma tenda

túneis, atalhos, águas geladas
por aí nos conduz a travessia
a folha e a flor pertencem ao vento
um olhar (ainda o meu?) persegue-as entretido
na grande subida

mais abaixo, quando principiava a vereda
manchas de líquenes cobriam de igual modo
o nome dos lugares onde iremos
e dos lugares onde não chegaremos

Tolentino de Mendonça
(mais poemas deste madeirense)

domingo, fevereiro 26, 2006

If you need me

Pensam que me rendo apesar de não me ligarem nenhuma, de não deixarem qualquer comentário?
Vocês tentam mostrar que "não precisam de mim...", mas eu respondo-vos com a canção dos Stones. Oiçam-na, avaliem e estimem quantas vezes já pensei em matar esta coisa. Mas sou um ser sem coragem.
E cheio de bondade. Esta semana até vos brindo com duas canções dos Stones. A outra virá depois e noutros moldes.
O mote será obviamente o relacionado com pedras (e outras coisas rolantes). Vamos finalmente conhecer a Encosta das Pedras Rolantes. Adivinhem onde ficava...

Oiça If You Need me
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