sábado, setembro 18, 2004

Morte à refinaria
Se te doi o dente, vai ao dentista...
PSL é mais radical: se te doi o dente, arranca-o...
Assim, como a refinaria de Leça de Palmeira era difícil de gerir, aí vem a decisão: acaba-se com ela.

Pacheco puro
Faz-me lembrar aqueles rapazinhos de cor que, mal são contrariados, começam a gritar por racismo. Este não pode perder ou empatar um jogo. A sua equipa é sempre excelente e a táctica perfeita. A culpa, essa, é inevitavelmente imputada ao árbitro empenhado em algum conluio para o prejudicar.
Independentemente de se ver claramente a quase dezena de oportunidades que a sua equipa falhou de baliza escancarada, umas por cima, outras ao lado, outras nos postes...

sexta-feira, setembro 17, 2004

Cuidado com a bolsa

É insaciável...
Acenando com etéreas melhorias para os que estão ligeiramente acima dos limites dos escalões, prepara-se para levar os benefícios fiscais de todos.
O criado de Britaldo
Aparece na História transformado em múltiplas e abjectas figuras sempre sob o signo da destruição.
Há muitos anos foi Iria...
Não nos admira que tenha contribuído para a destruição do amor de Pedro e Inês.
Mais recentemente, reencorpou em Ourém e já é longa a sua obra de destruição.
Santa Iria na versão de Garret
VIAGENS NA MINHA TERRA - CAPÍTULO 30

"História de Santa Iria segundo os cronistas e segundo o romance popular.
A milagrosa Santa Iria - Santa Irene - que deu o seu nome a Santarém, donzela nobre, natural da antiga Nabância, e freira no convento duplex beneditino que pastoreava o santo abade Célio, floresceu pelos meados do sétimo século.
Namorou-se dela extremosamente o jovem Britaldo, filho do conde ou cônsul Castinaldo que governava aquelas terras, e não podendo conseguir nada de sua virtude, caiu enfermo de moléstia que nenhum físico acertava a conhecer, quanto mais a curar.
É sabido que a mais santa lhe não pesa de que estejam a morrer por ela; e, mais ou menos, sempre simpatiza com as vitimas que faz.
Santa Iria resolveu consolar o pobre Britaldo: e já que mais não podia por sua muita virtude, quis ver se lhe tirava aquela louca paixão e o convertia.
Saiu, uma bonita manhã, do seu convento - que não guardavam ainda as freiras tão absoluta e estreita clausura - e foi-se à casa do namorado Britaldo. Consolou como mulher e ralhou como santa, por fim, impondo-lhe na cabeça as lindas e benditas mãos, num instante o sarou de todo achaque do corpo; e se lhe não curou o da alma também, pelo menos lho adormentou, que parecia acabado."

Transcrito a partir do magnífico TOmar de Leonel Vicente
Santa Iria na versão da Câmara MUnicipal de Santarém
Nascida de uma rica família de Nabância (Região de Tomar), de onde era natural, Iria recebeu educação nobre num mosteiro de freiras beneditinas, governado por seu tio, o Abade Sélio, e no qual viria a professar. Pela sua beleza e inteligência, Iria cedo reuniu a simpatia das religiosas e das pessoas da povoação, em especial dos moços e fidalgos, que disputavam entre si a as virtudes da noviça. Entre estes mancebos contava-se Britaldo, príncipe daquele Senhorio, que veio a alimentar por Iria uma paixão doentia. Iria, porém, recusava as investidas amorosas do fogoso fidalgo, confessando-lhe a sua eterna devoção a Deus.
Dos amores de Britaldo teve conhecimento Remígio, director espiritual de Iria e a quem a beleza da donzela também não passara despercebida. Consumido de ciúmes, o monge fez tomar a Iria uma tisana embruxada, que logo fez surgir no seu corpo os sinais de gravidez. Expulsa do convento, a pobre donzela recolhera-se junto do rio para orar quando, traiçoeiramente, foi assassinada por um criado de Britaldo, a quem tinham chegado os rumores destes eventos.
Lançado ao rio, o corpo da mártir foi depositado em sepulcro celestial nas claras areias do Tejo, aí permanecendo, incorruptível, através dos tempos.
Após estes lendários acontecimentos, a urbe recebeu a nova deseignação de Sancta Irena, mantida após a dominação muulmana sob as formas de Chantitein ou Chantarim.
As Irias da nossa terra
Recordo apenas três, os meus amigos ajudar-me-ão por comentário a corrigir qualquer lapso.
E são: a Dona Iria, a Cova da Iria e a feira de Santa Iria.
Dona Iria. Professora de referência, ao nível do ensino primário, na escola de meninas (recordem a separação entre meninos e meninas, naquele tempo...), situada do lado esquerdo daquela rua que tem ao cimo a casa onde cresceu o Luís Cúrdia, à direita a casa do padre-doutor e em baixo o atentado que substituiu a casa do Dr. Preto.
Cova da Iria. Local de culto, onde alegadamente a Virgem Maria terá aparecido a três pastorinhos, que atrai todos os anos milhares de peregrinos para celebrações religiosas. A solenidade, o respeito por tais factos (reparem, eu sou agnóstico, não sou ateu...) são contrariados pela desenfreada exploração comercial e pela anarquia do desenvolvimento urbano que afastaram definitivamente todo o recolhimento e potencialidades de meditação que estes locais geralmente oferecem.
Feira de Santa Iria. Feira tradicional de Ourém, cuja realização tem mais de cem anos, que me acompanhou na infância e juventude e que recordo junto à Câmara. Neste blog já divulgámos uma história de amor de que aquele depósito será hoje a única testemunha. Mas a feira e os carrinhos de choque também contribuiram para muitos dentes partidos de oureenses.

quinta-feira, setembro 16, 2004

Crónica da destruição de Ourém (1)
Não há Feira de Santa Iria

Noticia o Castelo que, por causa das obras em curso e por não haver espaço alternativo, este ano não se realiza a tradicional feira de Santa Iria.
É inacreditável, imperdoável, mesmo...
Eu bem digo que eles destruirão tudo o que caracterizava Ourém noutros tempos.
E julgo que é só má vontade.
O carrossel podia muito bem ficar na Praça Mouzinho da Silveira.
Os carrinhos de choque assentavam que nem uma luva em frente ao Central.
As barracas, as bifanas, as meninas e a pirataria podiam ir para junto da casa do padre.
E que melhor sítio para o circo do que o parque junto à Câmara Municipal o que ainda por cima nos lembrava a feira noutros tempos?
Não tenham dúvidas, não há feira, porque não há vontade de a fazer. Mas pagarão tudo nas próximas eleições...
Outra vez
Logo à noite, vamos ter de novo o ministro Bagão.
Bolas! Com as tiradas inoportunas do Nobre Guedes e a presença deste senhor na TV, até parece que o CDS é que manda.
A mensagem vai ser repetida, mas agora envolvida em entrevista. É preciso fazê-la chegar a toda a gente. Há que convencer o povo de que não há alternativas, há que mantê-lo fielmente submetido à exploração capitalista.
E a RTP1 vai dar uma ajuda...
Um número curioso
Aproxima-se 003300.
Quem será o leitor que vai ser brindado com esta magnífica prenda?
Só peço: não faça como o 3000, não deixe passar em claro, registe a ocorrência em comentário. Isso, elabore um comentário à maneira. Repare, só daqui a 1100 acessos, o fenómeno poderá repetir-se. Será que o actual governo ainda existirá?
Bolinhas de naftalina (3)
O pastel de amêndoa

Julgam que há 40 anos, em Ourém, era tão fácil comer um bolo como é hoje?
Desenganem-se.
De vez em quando, lá vinham uns bolos, provenientes de Tomar, na camioneta dos Claras que parava ali, mais ou menos à frente do monumento de inspiração soviética.
A ocupação sistemática do Avenida fazia com que dessemos pela sua chegada e pressionássemos imediatamente o Ezequiel ou o Fernando Fortes.
E, sem desprimor, para a actual pastelaria de Ourém, garanto-vos: aquele pastel de amêndoa era do melhor que havia.
Bolinhas de naftalina (2)
As caixas

Há muitos anos, em Ourém, a substituição das lâmpadas fundidas era efectuada regularmente.
Durante o dia, as luzes eram acesas, vinha o funcionário com uma escada e uma série de lâmpadas novas, examinava o que se passava em determinado local e actuava de acordo com o resultado do exame.
Com seis ou sete anos, eu contemplava, no Largo de Castela, embevecido essa operação.
Para além da novidade da luz acesa durante o dia, o que gostava mais era aquela parte em que havia efectivamente substituição e eu podia guardar a maravilhosa caixinha, julgo que vermelha em que vinha lâmpada nova.
Um dia, o deslumbramento foi de tal ordem que segui o incansável trabalhador na mira de me apropriar de todas as caixas que pudesse.
Ele subiu a rua de Castela, desceu para a Avenida, passou à Teófilo Braga, fez ligeira paragem no Manuel Raul, desceu para a loja do sr. Paisana...
De quando em quando lá subia à escada para substituir a lâmpada e oferecer-me a magnífica caixa. Para aumentar o ritmo, eu já pensava em, da próxima vez, atirar previamente umas pedras às lâmpadas.
Já tinha umas dez caixas em meu poder quando ouvi o sino da igreja. Sete da tarde. Tinha saído de casa pelas duas horas e ninguém sabia onde eu estava. Ai a monumental sova que aí vem.
Iniciei os procedimentos de regresso, cinco minutos depois estava em casa. Mas Ourém era uma paz. Afinal apenas houve um ralhete por não ter lanchado e ficou tudo bem.
Já não me lembro quando deixei de seguir o processo de mudança de lâmpadas. Mas, a avaliar pela escuridão em algumas ruas de Ourém, parece que anda por lá alguém com a ilusão que o homenzinho ainda voltará para lhe oferecer as caixas e que o seu ritmo pode ser acelerado nos moldes que eu idealizei.
Bolinhas de naftalina (1)
A prenda

Estava quase a adormecer quando oiço, sorrateiros, os passos da Ana.
- Paizinho, comprei-te um DVD.
Levanto-me, agitado, movido pelo desejo de conhecer a novidade.
-É dos Moody Blues. Sei que gostas muito.
Claro que, naquela noite, já não deixei dormir ninguém lá em casa. TIve que ouvir, fazer ouvir, e repetir o que tinha gostado mais.
Era um concerto de 2000 denominado, se não estou em erro, Hall of Fame.
Como estão velhotes. Então o Ray Thomas, apesar da execelente forma vocal, parece sofrer de discopatia acentuada.
Isto dos DVD tem o seu quê de revelador e, ao mesmo tempo, de castrador.
Mostra quem produz os sons, quem interpreta e, nessa perspectiva, ficamos a conhecer a participação de cada elemento no colectivo. Ao ouvir CDs ou vinil, nunca me tinha apercebido da importância musical do atrás referido, sempre tinha reduzido o grupo ao Lodge ou ao Hayword.
Mas, por outro lado, o DVD fixa-nos naquelas imagens. Aquela facilidade de o nosso espírito ser arrastado pela música, percorrer mundos, sonhos, é um pouco diminuída, pois temos o que está perante o nosso olhar a forçar-nos a atenção.
No entanto, valeu a pena e, no bocadinho que sobrou da noite, enquanto tentava adormecer, a minha mente reproduzia: "isn't life strange?..."

quarta-feira, setembro 15, 2004

18 mil e tal euros
Só a reforma de Mira Amaral dava para 10 escolas terem mais um professor neste conturbado início do ano lectivo.
E a propósito: será para isto que o senhor ministro Bagão quer que trabalhemos mais?
É um refinado brincalhão...
Outra invasão
Desta vez, foi no Parlamento londrino que aprovou a abolição da caça à raposa com cão.
Bom, é preciso esclarecer, quando manifesto uma certa simpatia por este tipo de acções, que me estou a referir a algo não violento.
Por outro lado, a propósito do objectivo deste post, aproveito para deixar aqui expresso o repúdio por toda e qualquer forma de diversão baseada no sofrimento animal, quer se trate de raposas, touros, coelhos, lebres, perdizes,..., quer faça ou não parte das tradições de uma região...
Ainda a propósito da invasão de reuniões
É chocante, é ilegal, é um atentado contra a democracia.
Mas pode ser a única forma de uma voz fazer ouvir a sua razão.
Todos conhecemos e temos contactado com a arrogância do poder.
Ela aparece em todas aquelas situações em que as legítimas reivindicações das pessoas são pura e simplesmente ignoradas pelo facto de não serem suportadas por uma organização política credível, isto é, aceite pelo sistema dominante.
Em Ourém não há disso?
Sei lá, se calhar até há. Tantas coisas que por aqui têm passado procurando valorizar o modo como Ourém era e o desprezo que lhes é votado...
Falta é alguém com a coragem, a descontração e a concentração para cometer um acto tão anti-democrático como o da Alda.
A invasão
No Porto, a deputada municipal do BE, Alda Macedo, procedeu a uma invasão da reunião camarária.
Está toda a gente contra ela, incluindo a rapaziada do PS e da CDU.
Talvez porque lá estavam na reunião.
Talvez porque o acto dela mostrou que estavam ali tipo inúteis.
Eu não estou contra a Alda Macedo. Aquilo pode ser chato para a democracia, mas é compreensível.
Há crianças a dormir na rua. Não, não são as de Beslan, são as do Porto, cá no nosso país.
E noticiava, há dias, o Correio da Manhã que existem mais de 500000 casas não habitadas (para além daquelas que são segunda habitação).
Fundo de Financiamento das Freguesias (2)
Aliás, uma simples comparação com o valor médio mostra a formidável desigualdade da distribuição.
Vejamos...
O valor médio é de 43599 euros.
Apenas quatro freguesias recebem mais do que este valor (Freixianda, N. Senhora da Piedade, N. Senhora dos Remédios e Fátima). Todas as outras (14) recebem um valor inferior, sendo que em três casos (Atouguia, Seiça e Urqueira) há uma certa aproximação à média.
Os meus amigos podem dizer: é pá, é esse o critério...
Têm razão, neste país, os critérios são sempre penalizadores para os que menos podem.
Fundo de financiamento das freguesias
Há dias, numa pesquisa ao Orçamento de Estado para 2004, deparei com um quadro relativo a Fundos de Financiamento das Freguesias assegurados pelo mesmo. Confesso que desconheço a finalidade daquele fundo, mas de vez em quando poderia haver da parte de quem nos governa uma inversão nos critérios e dar um pouco menos aos tubarões e atribuir um pouco mais aos tradicionais esquecidos.
Assim, ávido de um pouco de justiça redistributiva, procurei a informação relativa ao nosso concelho e deparei com uma interessante distribuição.
A primeira pesquisa foi para a mais pobrezinha das nossa freguesias e logo dei com Formigais que, para o ano inteiro, só tem direito a pouco mais de 21000 euros. O que irão eles fazer com tanto dinheiro?
Em seguida, procurei a mais beneficiada e deparei com Fátima a receber quase seis vezes mais.
Estes critérios que fazem que sejam sempre os que já têm, quem mais recebe parecem-me extremamente injustos, há locais que nunca sairão de um estado de pobreza crónico.
Eis os números que encontrei:








Freguesia

FFF (euros)

%

Alburitel

26982

3,4

Atouguia

42486

5,4

Casal dos Bernardos

31606

4,0

Caxarias

39966

5,1

Cercal

22706

2,9

Espite

32047

4,1

Fátima

119994

15,3

Formigais

21321

2,7

Freixianda

51318

6,5

Gondemaria

26324

3,4

Matas

26854

3,4

N.Senhora da Piedade

70386

9,0

N.Senhora das Misericórdias

77655

9,9

Olival

40734

5,2

Ribeira do Fárrio

28973

3,7

Rio de Couros

38881

5,0

Seiça

43228

5,5

Urqueira

43323

5,5

784784

A RIAPA ataca em Ourém
Os Mochos ladram e a caravana passa...
Total desprezo lhes está reservado.
Delírio do insulto
Ontem, no seu estilo truculento, no noticiário da TVI, Miguel Sousa Tavares insultou miseravelmente os reformados e os trabalhadores da função pública.
Bronca como sempre, Manuela Moura Guedes corrigiu-o, temerosa das audiências, mas apenas relativamente aos reformados. Como ela esquece com facilidade que aquilo que aprendeu para lhe possibilitar o (mau) exercício da actividade profissional foi na televisão pública.
No fundo, o argumento desta gente assenta na inutilidade dos salários e das pensões distribuídas àquelas pessoas e numa falácia, iniciada pelo desavergonhado Medina Carreira, de acordo com a qual o IRS e o IRC quase não chegam para pagar salários e pensões, como se as receitas daqueles impostos fossem alocadas a estas finalidades e não houvesse outras para esse efeito.
MST já nos habituou ao melhor e ao pior. Senhor de boa presença, excelente voz e alguma razão, mas extremamente preconceituoso, por vezes arrasa, com todo o descaramento e com a maior leveza de raciocínio, qualquer que não lhe caia nas simpatias. Desta vez, coube aos médicos e enfermeiros que abnegadamente salvam vidas no interior do Serviço Nacional de Saúde, aos professores que garantem a formação dos portugueses, às forças de segurança (e talvez com alguma razão), aos técnicos dos departamentos governamentais nas mais diversas áreas, aos administrativos, aos trabalhadores do fisco, das autarquias. Tudo foi para o mesmo saco de incompetência e improdutividade. Desta vez, coube também àqueles que com mais de trinta e seis anos de descontos nos parcos vencimentos que tinham, neste momento, descansam um pouco.
Como potencial reformado, garanto desde já: não me importo absolutamente nada que me devolvam, devidamente actualizado pelo índice de preços (isto é, sem juros), o montante dos descontos que já larguei para efeitos de pensão de reforma e prescindir da mesma, se isso me garantir que não sou insultado por bestas como estas.

terça-feira, setembro 14, 2004

Classificar os oureenses
Já foram organizados os cinco níveis de rendimento que vão distinguir os oureenses em momento de recurso ao Serviço Nacional de Saúde. Consta que se criará a obrigação de cada um ostentar o respectivo cartão nas diversas facetas da vida social. Nós divulgamos esses níveis em primeira mão:
Oureense de 1ª - Empregado por conta de outrém com rendimento colectável na ordem dos 20000 euros anuais.
Oureense de 2ª - Funcionário público teso que, por vezes, completa o rendimento com as gorjas do contribuinte.
Oureense de 3ª - Profissional liberal, proprietário de até 5 jipes, 2 casas de campo, 3 casas na praia e rendimento colectável negativo.
Oureense de 4ª - Dono de exploração agrícola falida que garante a subsistência com os rendimentos da venda do Manual Prático do Vinho de Ourém.
Oureense de 5ª - Fidalgo arruinado que vive da distribuição das Actas do Cogresso de D.Afonso, 4º Conde de Ourém e sua época.
Oportunamente divulgaremos as taxas moderadoras que cada um destes oureense tipo terá de suportar.
Discurso da impotência
Afinal, o senhor ministro disse que já vamos crescer 2% em 2005, que a culpa dos males do país é do funcionalismo público e dos reformados, que vai mexer nos escalões do IRS para corrigir distorções e que, se for preciso, fura a recomendação sobre o défice.
Cremos que se trata de um verdadeiro discurso de impotência.
O número avançado para o crescimento está ali como podia estar outro qualquer, não há nada que o suporte nem sequer as perspectivas internacionais, é a manifestação de um desejo.
Os eternos culpados, funcionalismo público e reformados, continuarão a sê-lo para justificar o amor-próprio de uma classe empresarial que não gosta de arriscar e que, fechando a torneira do salário ou da pensão do reformado, quer abrir a do subsídio à empresa mal gerida.
A mexida em escalões de IRS beneficiando apenas os que se encontram perto dos limites dos escalões anteriores, podendo fazê-los baixar de escalão, não tem nada a ver em termos de efeitos com o mexer numa taxa que beneficiaria todos os que pagam impostos.
Depois destes sacrifícios todos, vemos que o défice continua a atormentar os portugueses. Então, não está controlado, ele foi escondido sob aquelas receitas extraordinárias...

segunda-feira, setembro 13, 2004

Delírio do trabalho
A comunicação social diz que o senhor ministro das Finanças vai dizer aos portugueses para trabalharem mais.
Tem toda a razão.
Tem todo o meu apoio.
É preciso dar trabalho aos desempregados, substituir subsídios por trabalho produtivo.
È preciso limpar as matas, proteger as florestas, prevenir o próximo ano.
É preciso que a inspecção do trabalho ataque todos os casos em que há produção de trabalho extraordinário sem a respectiva remuneração o que é muito característico, por exemplo, da actividade bancária, das multinacionais.
É preciso mais trabalhadores para que os processos judiciais sejam resolvidos.
Em resumo, o senhor ministro tem muito trabalho para distribuir aos portugueses. Faça-o, não hesite...
Delírio na avaliação (2)
Esta descrença numa avaliação baseada no mérito é, aliás, reforçada pela consciência relativa à crise subjacente às relações laborais na actual sociedade capitalista.
Já não faz sentido falar em realização no trabalho, o sistema encarregou-se de tirar as ilusões da cabeça das pessoas.
Veja-se, por exemplo, o caso dos professores no nosso país, o calvário anual a que estão condenados, sem colocação certa, sistematicamente a recomeçarem vida noutra localidade, quando têm a sorte de ser colocados e cada vez mais sujeitos a agressões como retrata o Público.
O mesmo jornal que, hoje, no suplemento de EConomia, deixa uma nota sobre o livro "Bonjour Paresse" cujo autor é bem claro no que se trata de explicar o natural desamor à camisola:
O "desamor à camisola" notado nos empregados ... é uma tendência de fundo no mundo ocidental, onde um número crescente de empregados se distancia do mundo da empresa. Numa sondagem internacional de 2003, mas feita dentro da empresa, a "Chronopost" (empresa francesa de correio rápido) que tem escritórios no mundo inteiro, só 20 por cento dos empregados com menos de 35 anos declararam "implicar-se muito ou essencialmente" na sua vida profissional. E em todas as classes etárias e todos os escalões de responsabilidade, sete pessoas em cada dez disseram que a sua relação com o trabalho "tem uma barreira - a da vida privada".

Esta mudança de mentalidade teria começado há uns dez anos, quando a maior das empresas no mundo ocidental começaram lançar planos de despedimento, segundo o psiquiatra Patrick Légeron, dirigente do gabinete de recrutamento Stimulus: "Nos anos 1970 e 1980, pediu-se às pessoas que trabalhassem e que gostassem do trabalho delas. Mas depois veio o tempo dos despedimentos de massa, que sacrificaram até os empregados mais zelosos. A geração seguinte, que foi apanhada nos lares destroçados por estas situações, é a que menos apego tem ao mundo da empresa".
Delírio na avaliação
Tinha que ser.
Mais um lugar comum...
Parece que o mérito vai regular os aumentos salariais na função pública. À primeira vista, todos estamos de acordo, devia mesmo ser assim. Mas...
Três observações:
1) da minha experiência por estes locais, em 99% dos casos, numa escala de 0 a 10, a classificação de serviço das pessoas é superior a 9;
2) num local onde não há objectivos claros previamente definidos e assumidos, a avaliação de mérito é naturalmente substituída pela avaliação da capacidade de dar graxa;
3) com a progressiva partidarização dos departamentos governamentais, das direcções e serviços deles decorrentes e sua reprodução numa cadeia fortemente hierarquizada, imaginem o que isto vai dar...
Delírio orçamental
Será que o orçamento do Estado é mesmo como o orçamento de uma família? Com aquela lógica de que as receitas devem cobrir as despesas que se materializam em consumo... Ou será mais parecido ao de uma empresa devendo investir para viabilizar e melhorar o desempenho dos restantes agentes económicos?
Sinais de regresso
Durante quase uma semana, praticamente não houve comentários.
Bem eu provoquei sobre o Gaiteiro, o FCP, as moderadoras, as SCUTS, os ratos que roem cablagens. Apenas o Joca trouxe uma informação sobre o GAiteiro e este modificou a informação do compasso de espera.
Vamos continuar por aqui, tal como disse, com menor intensidade. MAs aproximam-se as autárquicas e queremos registar o que pensamos sobre o desenvolvimento de Ourém e sobre as diferentes forças que se apresentarem.
Apoiaremos o pessoal de esquerda quer seja do PS, do PC, do BE ou independente. Se alguém, enquadrado por alguma destas perspectivas e pelos objectivos de preservar, restaurar e desenvolver Ourém, quiser participar, é só dizer.
A propósito de participação, chega-nos um sinal do Sérgio.
Contamos com ele para prosseguir as suas crónicas sobre o Parlamento Europeu (ou outras) ao ritmo que ele puder suportar.
Gostaríamos também que o ZéQuim nos dissesse se gostou do que viu em Ourém durante as férias.
Interrogamo-nos se o SkyWatcher voltou para a costa alentejana revoltado com as novidades provenientes do governo de PSL.
E o AlSimon? Já terá regressado ao trabalho?
Meus amigos, deixem aqui um sinal...

domingo, setembro 12, 2004

Delírio bagânico
Amanhã, o titular da pasta das Finanças, fará uma comunicação ao país através da televisão.
Justificar o injustificável é cada vez mais deixado por PSL aos elementos da sua equipa.
No caso presente, consta que o ministro vai anunciar que os aumentos da função pública estarão sujeitos a um tecto salarial de 500 milhões de euros que já incluem mordomias.
Sugerimos, com o objectivo de diminuir a desigualdade de distribuição, que o valor em causa seja igualmente dividido por cada um dos trabalhadores considerados desde o simples contínuo ao gestor público mais bem pago, passando pelos ministros e membros da Assembleia da República.
Delírio santânico
O Governo vai mexer nas taxas moderadoras por forma a que quem tiver maiores rendimentos venha a pagar mais quando recorrrer ao Serviço Nacional de Saúde, anunciou PSL em Castelo de VIde.
Já conheço esta treta há muitos anos e em todos os locais em que foi aplicada resultou em flagrantes injustiças. A razão está no facto de a determinação do rendimento das pessoas não ser fiável. Basta que pensem no que se passa no sistema fiscal (onde o trabalhador por conta de outrém é sempre o caçado) e olhar a alguns sinais exteriores de riqueza.
Mas PSL vai mais longe.
"...haverá um cartão para cada tipo de escalão de rendimento".
Para quem está tão preocupado com o defice, melhor seria deixar-se desta fantochada e aplicar os recursos num sistema fiscal que efectivamente desse transparência aos rendimentos dos portugueses.
Vem aí qualquer coisa

É verdade.
Vi, agora mesmo, onde era o site do Gaiteiro que brevemente vamos ter "O Trombone de Ourém".
Será que conseguem recuperar algumas daquelas figuras, umas deliciosas (Andorinha dos Beirais) outras grotescas (Anti-comunas) que antes nos serviram?
Esperemos que a música seja boa e bem orientada para servir Ourém e para denunciar práticas reprováveis de quem quer que seja.
Sugiro, desde já, que não percam o espólio e que nos permitam alguma forma de acesso ao que resultou do Gaiteiro.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...