sábado, maio 28, 2005

As pupilas do senhor reitor

Estarão em processo avançado de degradação a avaliar pelas alucinações em que se transformou a luz que por elas penetra originando esta aberração:

Pelo andar da carruagem pode prever–se (talvez!) que, dentro de alguns anos, os muros mais altos que separam as direitas das esquerdas políticas acabarão por se consolidarem na sede do Parlamento Europeu. Se assim chegar a ser, e as esquerdas prosseguirem no seu programa de acabar com todo o sofrimento no mundo, e sobretudo o sofrimento que na sua visão, e também no seu ódio, tem origem em convicções religiosas, vamos ter em todos os países e classes sociais, abortos aos milhões, e casamentos de homossexuais aos milhares. Os contentores de resíduos hospitalares vão transbordar de crianças mortas, muitas delas completamente formadas – no Reino Unido o aborto é permitido até às 24 semanas – e nos países mais pobres, mesmo da Europa, corpos esquartejados de bebés vão aparecer em lixeiras de toda a espécie, ao olhar horrorizado ou faminto de pessoas e de animais.

Este homem tem que ser tratado. Se durante centenas de anos a religião que nos serve nos brindou com a Inquisição, com os crimes dos cruzados, com o apoio a regimes fascistas, não tem a menor legitimidade para inventar cenários como estes para sujar os que têm posições diferentes. Pode ser contra tudo o que quiser, mas não seja mentiroso!
Miserável igreja esta! Em vez de contribuir para libertar os pobres e oprimidos, o que faz é criar-lhes receios e falsas ideias para não ousarem tentar a mudança.
Via Voz de Fátima

sexta-feira, maio 27, 2005

Mais um livrinho...


A capa... Posted by Hello

... que, no século passado, acompanhou oureenses da geração anterior à que pertenço. Sinais, legislação, conselhos, mecânica tudo lá se encontra, ocupando mais de 200 páginas. A data de edição é 1956.
É possível constatar que, pelo menos ao nível de figuras, as coisas não terão mudado assim tanto...
O futuro não pode começar

Interessante discussão no Castelo por causa de um autarca não querer deixar cair o poder na rua.
É pena que já se esteja a deixar tudo para depois das eleições, porque os partidos já definiram os seus candidatos. É que podiam redefini-los ou redefinir alianças...
E, ao que parece, há muitos que poderiam responder ao apelo: "vem, Ourém precisa de ti".
Aliás, estamos tão longe das autárquicas que seria possível um movimento de opinião que exigisse aos dois candidatos da oposição mais conhecidos (Sérgio e José Alho) que se entendessem tanto mais que concorrem para coisas diferentes.
Será que uma lista aglotinadora das duas candidaturas não teria mais hipóteses? Será que quem vota PS fugiria do Sérgio? Será que os que apreciam a CDU rejeitariam Alho? A união não criaria sinergias, uma dinâmica de vitória?
Estando de fora, penso que o PS e a CDU fariam um bom serviço a Ourém se aqui abdicassem um bocadinho do seu ódio de estimação e tentassem criar uma lista com os melhores em oposição aos actuais detentores do poder. Não posso impor nada aos eleitores, mas penso que eles deveriam exigir isso.
Estou estoirado


Roubado ao Algures aqui

Levantar às seis menos um quarto, apanhar comboio, subir para o Quelhas, actualizar o blog, aturar os miúdos durante três horas, pôr material a fotocopiar, continuar a actualizar o blog, peparar as disciplinas do próximo ano, mereço bem um momento de descanso.
Visitei o Algures Aqui e concluí que tem imagens que merecem ser vistas.

Ourém precisa de mudança no poder autárquico (8)
Um comunicado da concelhia de Ourém do PCP

Num concelho como o de Ourém, com grande área florestal, impõe-se uma política de ordenamento florestal, que há muito tarda. De protocolo em protocolo, o avanço concreto tem sido nulo, e os pequenos proprietários querem projectos objectivos que vão ao encontro dos seus problemas.
Em termos florestais, pode falar-se de duas realidades mais ou menos distintas identificáveis com o norte e o sul do concelho.
Em primeiro lugar, há que considerar que o regime de pequena propriedade, típico das regiões a norte do Tejo, se traduz na existência do agricultor-operário, que tenta manter as suas propriedades amanhadas para ajudar ao sustento e mostra crescentes preocupações com o estado geral da floresta, com o brutal e desordenado incremento da biomassa a ameaçar mesmo os que vão tendo o árduo trabalho de a manter limpa.
É urgente a criação efectiva de equipas camarárias de desmatamento, bem equipadas, com acompanhamento técnico para aconselhar os proprietários sobre as formas de proteger a sua floresta com o mínimo de custos.
Há algumas questões básicas a ter em conta na problemática do inexistente ordenamento florestal.
É o eucalipto a espécie mais produtiva e mais lucrativa?
A degradação dos solos, que em certas zonas do nosso concelho é evidente e apresenta tão elevada erosão que no futuro dificilmente será possível plantar directamente árvores no solo sem que se usem primeiro espécies pioneiras, deve-se a essa errada ideia; acresce que os sedimentos, ao serem arrastados, destroem solos férteis, entopem leitos de ribeiras e degradam vias existentes. Estes prejuízos superam em muito os benefícios, quer para o proprietário quer para a comunidade.
Quando tudo se pondera, verifica-se ser o pinheiro a essência florestal de eleição para grande parte do norte do concelho. E sê-lo-á tendo em conta que apresenta elevada taxa de germinação que possíbilita desmatar e deixar “indivíduos jovens” que irão substituindo/ocupando o seu lugar na floresta. Também o carvalho português e o sobreiro são espécies espontâneas nestas áreas, e observa-se que muitos proprietários, ao desmatarem, deixam estas espécies, o que valoriza ecologicamente a mata, protege-a e contribui para a formação duma manta morta mais rica, além do factor de nutrição que representa. Assim se inibe/desacelera a germinação de espécies arbustivas e contribui para menor incremento da biomassa no substrato arbustivo.
O desmatamento coordenado tecnicamente i) por um lado, permite triturar parte da biomassa vegetal deixando-a no local, contribuindo para o enriquecimento do solo (importa dizer que muitos proprietários têm dificuldades no destino a dar ao material vegetal retirado da floresta) assim como as espécies caducas ou hemi-caducas que, ao perderem a folha, formam a camada de manta morta que dificulta a germinação, ii) por outro lado, há no mercado equipamentos que permitem transformar a biomassa que se remove em materiais reutilizáveis.
É fundamental a manutenção duma rede estratégica de vias transitáveis nas áreas florestais e incentivar os proprietários das zonas adjacentes a contribuírem para criar corredores verdes a ladear estradas, utilizando espécies mais resistentes ao fogo, menos carburantes (como a aroeira), que dariam, em situações de incêndio, maior protecção a veículos que ali transitassem. Estas vias podem ser também percursos de lazer e manutenção, o que, valorizando-as socialmente, reforça a protecção dado que, como se sabe, muitos dos incêndios são detectados por cidadãos e não pelo sistema de prevenção.
________________________________________
Não à constituição europeia

Alarga-se o movimento contra a chamada Constituição Europeia.
Sabendo que o sim já tem os seus adeptos mais ou menos bem definidos, interessa conhecer alguns argumentos relativos ao não.
Assim, disponibilizamos aos amigos oureenses:
um apontador para um blog (o sítio do não) que defende o não, da responsabilidade de Pacheco Pereira;
um artigo de um oureense (Sérgio Ribeiro) que foi deputado europeu;
Reforma agrária

O Sérgio pergunta se me lembro. Tem razão, com tudo o que se passa, quase me esqueci.
A terra a quem a trabalha...
Há dias li, na Exame, que os estudantes do ISEG iam na altura dar uma ajuda ao trabalho nos campos.
Havia convites para excursões para se ver como tudo estava bonito e cultivado.
Depois vieram os oportunistas, o medo, o Barreto, a UE e é o que se vê...

quinta-feira, maio 26, 2005

Simpatizo com esta fotografia



E como lhe chamaria?
O melhor amigo...
O escritor e o gato...
O político e o gato...
É engraçado. Apesar de dormir, o felino está sempre presente na designação.
Afinal de nada valeu...


A capa Posted by Hello

... ao governo provisório da República, por decreto de Novembro de 1910, aprovar esta obra deliciosa para o ensino primário. A nossa agricultura está como as recentes opções lhe impuseram.
Trata-se de um livrinho de 1915 com 116 páginas que transmite conhecimentos sobre a agricultura, em 26 lições. Profusa e ingenuamente ilustrado.
No último parágrafo, define agricultura como "o conjunto dos conhecimentos que fornecem ao homem o ensino preciso para ele poder tirar duma dada superfície da terra, e da maneira mais económica, a maior soma de produtos animais e vegetais".
Acho que o vou ler com toda a atenção. Com as recentes medidas do governo, qualquer dia tenho de me dedicar à produção para autoconsumo já que a carga fiscal será insuportável e os rendimentos serão facilmente comidos pela subida de preços.
Outras obras do mesmo autor: A Horta do Tomé, A quinta do diabo, o Padre Roque, os netos do Nicolau. A registar ainda a particularidade de serem considerados falsos todos os exemplares que não tiverem a rubrica do autor.

quarta-feira, maio 25, 2005

Os inspiradores


O agiota Posted by Hello

Não sei qual terá sido o ano de edição deste livro dedicado a "fórmulas práticas para se ganhar dinheiro, explorando qualquer indústria ao alcance de todas as inteligências".
Mas, de então para cá, a realidade mudou muito. A integração europeia serviu para o país perder quase toda a indústria e agricultura, canalizando subsídios que não foram aproveitados em investimento mas em bens de consumo duradouros por uma classe empresarial que se negou.
Assim, o eng. Sócrates terá estudado por uma versão um pouco diferente: "Mil maneiras de sacar dinheiro ao funcionário público e ao potencial reformado".
O que liam no século passado alguns oureenses?

Enquanto esperamos pelas medidas do governo para perpetuar a crise e tramar funcionários públicos, reformados e consumidores tesos, adivinhando o gozo que as mesmas estarão a dar ao PSD que nunca teve coragem para as tomar (aliás, é sina do PS...), fomos até ao sótão e descobrimos um conjunto de livros, pertencente ao espólio familiar, cuja edição terá sido entre 1915 e 1956. Livros de leitura da 1º República, estórias que se vendiam em fascículos no mercado de Ourém, tragédias, conselhos aos produtores provenientes do governo de Salazar.
Ao longo dos próximos dias, vamos partilhá-los com os amigos oureenses.
Quanto às medidas, sinto-me tramado. Parece que já não posso ir para Ourém aos 60 a não ser que me despeçam. Acho que não vão resolver nada. Por alguma razão já não se fala na fraude fiscal, na economia informal, na reorganização do aparelho de estado onde as previsões continuarão a ser iguais ao valor anterior + qualquer coisa em vez de partirem de uma base zero...
A minha ligação ao PS é sempre assim: cheio de ilusões no socialismo e a dar-me com a salvação do capitalismo.
Fernando Catarino na Som da Tinta


Em conversa Posted by Hello

Fernando Catarino virá a Ourém fazer o que faz como poucos: conversar pedagogicamente, conviver.
Virá falar de Ferreira de Castro, o escritor português que, nos anos 60, foi indigitado, mais de uma vez, para Prémio Nobel. Dia 28 de Maio às 17horas.

terça-feira, maio 24, 2005

Falemos de canções

O camarada Byn_Tex resolveu estender-me um inquérito musical. Como se eu percebesse alguma coisa do que para aí anda, como se estivesse actualizado. Preparem lá então um filtro para o cheirinho a naftalina...
(Nota: e desta vez o inquérito já vem com versão para nuestros hermanos)

Tamaño total de los archivos de música en mi ordenador?
Tamanho total dos arquivos no meu computador?

Muito pouco. A crise vai apertando. O dinheiro não chega para renovar os objectos de consumo mais ou menos duradoiros. Talvez uns 50 mega.

Último disco que me compré:
Último disco que comprei:

Foi o número 20 dos clássicos do Expresso, mas, perdoem, não recordo compositor, intérprete, pois ainda não tive paciência para o ouvir (e mesmo que ouvisse, passava logo).

Canción que estoy escuchando ahora:
Canção que estou a escutar agora

Nenhuma. Por sistema, não oiço música em serviço, apesar de actualizar o blog em serviço. Mas tenho aqui, se querem saber, umas pérolas muito engraçadas: Diamonds in my crown pela minha querida Emylou Harris, Ruby Tuesday pela Melanie, várias versões do Times they are a-changing, o It's all over now lady blue pelos Animals, um pedaço do Wings in America que tem uma entrada que gosto muito, enfim...

- 5 canciones que escucho un montón o que tienen algun significado para mí:
5 canções que ouço frequentemente ou que têm algum significado para mim

Claro, tinha que ser:
Something pelos Beatles e pela banda do George
While My guitar gently ..., pelos ditos
Traz outro amigo também do Zeca
Beware of Darkness pelo George e pela banda que o homenageou
Time Will Pass dos Spriguns (o tal que não encontro em CD)
... e as outras todas que não me lembro, mas que dependem muito da disposição e do momento

Y como no quiero ser menos que mi predecesor, aquí lanzo el testigo a otros 5 bloggers:
E como não quero ser menos do que o meu predecessor, aqui lanço o testemunho a outros cinco bloggers:

Não, não pode ser, não vou cometer essa injustiça.
O convite fica feita para todos que leem o OUREM. Respondam naquela secção de comentários que permite mais texto (comments) e eu publicarei as respostas que gostar mais.

Razões para a escolha:

Alarga o número de participantes e a sua natureza (bloggers e não bloggers, ou melhor comentadores compulsivos). Não força alguém que não esteja com paciência para isto. Obviamente conto com o Leão de Ourém, o SAnta Cita, o Fred e o NA
Levados pelo vento


Do alto da montanha... Posted by Hello

Decapitado, mutilado de asas, com as vísceras expostas ao sol e à chuva, vemo-lo assim abandonado e desprezado, no alto da encosta a que deu o nome.
Quando voltaremos a fitá-lo, restituído à sua primitiva silhueta, de velas pandas e alvas rodando ao sabor do vento, a dominar e a animar a paisagem deslumbrante com o simbolismo e a garridice da sua presença?
L.R.
Magnífico texto que foi recuperado pelo Outrora.
São Pedro de visita à Praça Mouzinho de Albuquerque


São Pedro e os anjinhos Posted by Hello

Lá está a minha velha confusão: será Mouzinho de Albuquerque ou Mouzinho da Silveira?
Não há dúvida, é o nosso querido amigo Luís Nuno rodeado de gentis anjinhos que não reconheço. Alguém ajuda?
Lá atrás, um pouco da vegetação existente na praça, que a excelente gestão autárquica de que desfrutamos destruiu, espreita, tornando o ambiente mais saudável, respirável...
Fotos de oureenses

A Teresa enviou-nos duas fotos que nos recordaram os velhos tempos de OUrém.
Agradecemos muito, o OUREM precisa desse material para sobreviver como de pão para a boca.
Já agora, será que alguém se quer atrever a proceder à identificação dos apanhados?

segunda-feira, maio 23, 2005

6,8%

É o valor apurado para o défice orçamental pela equipa de Constâncio.
Até podia ser 10%. Não me convencem...
Sei o que aí vem. A convicção que se gasta demais por causa dos desempregados, da função pública e dos reformados. A ideia de que os empresários não investem mais nem criam mais riqueza por causa do nível de impostos a que estão sujeitos (e a que grande parte foge...) e que os impede de ser competitivos. Esta ideia é disparatada. Eles não investem tal como não investiram no passado e ainda querem é mais benesses para continuar a não investir e a consumir.
Vamos esperar pelas medidas... e não me parece que sejam algo de bom. Aquele centro tem pouca coragem para ir ao cerne da questão. Aliás, nem é um problema de coragem. No fundo, tudo de trata de manter o sistema...
Situação social no concelho de Ourém

Concordarão comigo se afirmar que um dos elementos fundamentais que deve orientar a actividade dos autarcas é a situação social das pessoas a quem devem servir. Esta tem o seu espelho a nível de relatórios e publicações.
Constata-se a completa inexistência de referências na página da câmara de Ourém à situação social no concelho. Há pouco tempo, nas actas da câmara constatámos uma polémica interessante com a oposição a propósito do nível de desemprego. Mas o que procuramos são documentos e acções com um carácter mais oficial e de menor determinação partidária.
A sua ausência reflecte um certo desprezo por parte da autarquia a estas questões.
Vamos comparar o que se passa a este nível (informação acerca da situação social com outras...) e deixar alguma proposta aos candidatos que querem o voto dos oureenses. Claro que isto vai demorar...

domingo, maio 22, 2005

Uma parte já está

E foi bem difícil ao contrário do que querem fazer crer os invejosos.
Agora, é preciso vencer a taça.
E, lá para Outubro, afastar definitivamente o presidente David da nossa Câmara.
Ourém tem de respirar. Ourém tem de se libertar da ditadura fatimense.
Há candidatos de qualidade. José Alho para a presidência, Sérgio Ribeiro para a Assembleia são dois já conhecidos que oferecem garantias de competência e amor a Ourém.
Vamos. Falem com os vossos amigos, vão aos pontos mais afastados do concelho. A vitória do Benfica anuncia a grande mudança para a nossa terra. E quem acreditava que ela seria possível?
Viva o Glorioso

Já se sente no ar o cheiro à sensacional vitória que afastará definitivamente a chamada maldição de Tony. Curiosamente, sob a direcção de um Trapatoni.
Mas há algo curioso em tudo isto.
Esta não é pela certa a melhor equipa que o Glorioso teve nos últimos 11 anos. Pelo caminho ficaram outras que não chegaram tão longe, mas que davam muito mais prazer ver jogar. É como o lagartão. Taça, UEFA, campeonato a tudo disse adeus com uma equipa que prometia o melhor.
Agora, com uns canastrões que nem parece saberem fazer um passe certo, o Glorioso vai fazer o pleno dos troféus nacionais.
Não é para perceber.
Mas isso não importa muito. Dá prazer ver o Bispo do Porto, o Leão de Ourém e outros roídos de inveja...
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