sábado, fevereiro 05, 2005

Memórias do Vinil (3)



Longtemps j'ai atendu
au long de ta rue
mais tu n'est pas venue

Je suis reparti sans rumb
tout seul à travers la nuit

(esta era do Richard Anthony: "Le ciel est ci beau ce soir", óptima para momentos de desespero. Espero que a Dra. Maria Júlia não ligue aos erros)

Há tempos descobri as «paroles» corretas:
Le ciel est si beau ce soir
La nuit est si bleue ce soir
C'est l'heure où je me sens
Perdu comme un enfant
Le ciel est si beau pourtant
Depuis que l'on s'est quittés
Je n'ai jamais eu d'été
Soudain, je viens d'avoir
Envie de te revoir
Le Ciel Est Si Beau Ce Soir
Longtemps, j'ai attendu
A l' angle de ta rue
Mais tu n'es pas venue
Je suis reparti sans bruit
Tout seul à travers la nuit
Mais je ne veux pas croire
Qu'il n'y a plus d'espoir
Le Ciel Est Si Beau Ce Soir
Le Ciel Est Si Beau Ce Soir
Compositores: Jacques Plante / Doree Post / Bill Post

Jerónimo tem razão

O apoio ao PS não tem que depender de um tacho num Ministério ou numa Secretaria de Estado mas das políticas que este partido seguir.

Memórias do vinil (2)


Chove
A noite cai sobre mim
Choro
Sem ti, Oh!, sem ti...


(Conjunto Académico João Paulo: "Chove". O Jardim ainda não tinha estragado aquilo tudo e havia por lá um jornal fantástico: O Comércio do Funchal, onde o Vicente Jorge Silva escrevia excelentes artigos).


O Eng. Sócrates tem razão

É preciso mostrar um cartão VERMELHO aos partidos da direita!
Ora prove lá aqui do Ourem


(roubado ao blogue de esquerda)
Nem isto me anima

PSL está de cabeça perdida. Agora quer Cadilhe para vice-PM.
Mas será que não percebe que, se o homem for coerente, todas as suas promessas vão por água abaixo? Vai ter de cortar até dizer chega...
E que destino para reformados, desempregados e despedidos?
Se calhar alguém se lembra de umas masmorras no CAstelo...
Um sábado estragado

É verdade, fui mobilizado para a vigilância de testes.
Que ideia mais escabrosa para um sábado quando podia muito bem estar em Ourém a contemplar o Castelo e a fazer uns grelhados.
Alguém vai ter que pagar isto!
Museu do vinho no Castelo?

Será mais um disparate do presidente David?
Depois de tudo o que aconteceu na nossa Ourém, não me admira que ainda seja atribuído um sórdido destino ao Castelo.
E que venha por aí um bordel medieval, um torneio medieval...
Isso mesmo, Ourém a atravessar a longa noite...
A notícia é do Região de Leiria.

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Faz hoje 45 anos



Um verdadeiro pinga-amor tal como o nosso venerado PSL.
Existirão outras semelhanças com o "cão mais estúpido que a própria sombra"?
Veja aqui mais imagens do Santanplan: 1, 2, 3, 4, 5.
Santana versus Sócrates

É claro que vi o debate.

Santana, um verdadeiro vendedor de banha da cobra que não hesita em recorrer aos mais vis meios para sujar o seu adversário.

Sócrates, mais hirto, mais verde, menos à vontade mas com a lição bem estudada, dando algumas garantias de poder ser um melhor primeiro ministro do que o seu adversário.

Teve algumas partes engraçadas embora em nenhuma me risse tanto como aquela imagem do Santana, fora dali, em comício, a dizer que ia ao terceiro andar e encontrava o Jorge Coelho, ia ao rés do chão esquerdo e cruzava-se com o Vitorino...

Boa, boa foi uma situação em que Sócrates falava na terceira idade e Santana retorquiu que iria oferecer alguns estágios profissionais. "Eh, pá! Caro PSL, já me chega...".

De resto, ficou claro que os programas dos dois partidos não são substancialmente diferentes, que há coisas no programa do PSD que até poderiam ser engraçadas se não tivessem um Santana à frente, que nenhum esclareceu como vai implementar as promessas feitas e que é preciso uma votação muito forte à esquerda destes senhores que faça com que eles não tenham a veleidade de pensar que podem fazer tudo o que lhes apetecer...

Um verdadeiro Serviço Público

PDM de Ourém, carta da Reserva Ecológica Nacional (R.E.N.), com zona de construção identificada a verde. A zona marcada a azul é classificada como Ameaçada pelas Cheias e os traços oblíquos a vermelho classificam Áreas de Máxima Infiltração.

Por vezes, há posts no Castelo que me parecem desfazer todas as dúvidas sobre algo polémico. Olho para aquilo e não posso deixar de qualificar o que se passa na Corredoura como monumental disparate de que os oureenses sofrerão as consequências no futuro.
Será que sob a aparência das coisas (a evidência) existe alguma essência que me possa fazer mudar de opinião?

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Liberdade de circulação

A nobre criatura do CDS apela a um levantamento popular para impedir a entrada de Sócrates em Coimbra.
É assim mesmo.
Mostrem o que são...

Memórias em vinil (1)

É mais uma provocação do Viúva Negra.
E eu junto: e qual o local de Ourém que elas lhe recordam?
Com base num tema destes eu podia trazer quatro ou cinco vinis, ou melhor EPs, agora já em CD ou em K7.
Curioso. O Avenida lembra-me o horroroso “Ma Vie” do Alain Barriere. O Central recorda-me Les Chats Sauvages (“Derniers Baisers” e “Oh Lady!”). O destruído jardim junto à Câmara lembra-me uma noite em que ali ouvi os Beatles em “I want to hold your hand”. Depois há todas as canções de sessenta associadas à feira nova e de que já falei na História de Amor.
Aquele pequeno parque frente à tabacaria do Vieira (o Fernando que trabalhava na Marina), perto do local onde paravam as camionetas dos Claras, lembra-me uma cena protagonizada pelo Jó Alho e que descrevi em Uma Chegada Imponente. Aí a canção era o “La plus belle pour aller dancer”.
Mas o Fernão Lopes tem de ter alguma canção associada. Acho que era a Borda d´Água, a Lena, que gostava muito da Françoise. Também se arranja qualquer coisa. Mas não podemos esquecer a Sylvie e o Christophe com o “Si je chante” e o magnífico “Aline”.
Recordo, ainda, um momento mágico, numa das fabulosas manhãs primaveris de Ourém, em que estávamos embevecidos na contemplação da belíssima imagem da Boazinha que, por seu lado, procurava dotar-nos com mais alguns vocábulos da língua inglesa. O problema era o "só". E recomendava ela: lembrem-se daquela canção, o "Only You", dos Platters. Nunca mais esqueci o momento nem a canção.
O Castelo também foi sujeito muitas vezes à visita da minha geração. Levava-se comida e música e eram tardes em beleza que ali se passava em pleno ar puro. Foi lá que, pela primeira vez, ouvi o “Sounds of Silence” do Simon and Garfunkel.
Se o Rui Temido passasse aqui pelo Ourem, ele decerto confirmaria que inúmeras vezes ouvimos no quintal, naquele local onde agora é a escola preparatória, perto da casa do ZéQuim, músicas do Dylan interpretadas por seguidores com outras preocupações melódicas. Foi o caso dos Byrds com o “Mister Tambourine Man” e dos Beach Boys com “The Times they are a-changing”, dois hinos fabulosos daquele tempo. Mas o pessoal também conseguia ouvir o Dylan como aconteceu com o “Like a rolling stone” que permitia executar pé de dança durante quase dez minutos e que nos acompanhou numa estadia na Nazaré. O mesmo Rui foi responsável pela divulgação de singles tal como o “I’m a believer” dos Monkees, mostrando desde logo os efeitos que a passagem por meios externos a Ourém tinham em termos de acesso ao comercial.

Nos bailaricos as músicas mais ouvidas eram as dos Procol Harum, “Whiter shade of pale” e dos Bee Gees (tantas: “World”, “Words”, “To love somebody”, “Spicks and Spckes”...).
E já não vos falo dos magníficos sons da Casa do Largo de Castela para que não se julgue que será mais uma sessão para dizer mal dos nossos prezados autarcas.
Bolas, estava-me a esquecer do Halliday com o “Le Penitencier”, uma versão magnífica da “House of the rising Sun“ dos Animals e que um dia caí na patetice de trocar com um oureense (acho que se chamava Raul) que nunca mais encontrei para desfazer a troca.
Remeto-vos ainda para aquele post relativo a Descobrir filões no meio da confusão musical que descreve a capacidade do Jó Rodrigues para encontrar passagens melodiosas no meio de cada gravação o que justifica que eu adicione aos já mencionados o "Happy together" dos TUrtles e o "Tell me you are coming back" dos Stones.
Bom, eu posso levar alguns destes gravados, algumas capas e falar uns quinze minutos, enquanto eles se vão ouvindo em fundo, depois não tenho conversa para aguentar mais.
Haverá mais voluntários?

Cartas do Viúva Negra ao Ourem


Meu Caro Luís,
Estás a puxar por mim!

“Viuvinha” fui. E campeão universitário. Mas, além do desporto, a Associação teve grande importância para mim, para o que fui e sou.

Comecei por colaborar, por criar uma secção de papelaria e fui co-responsável pela secção de folhas.

Andei nas lutas do “célebre” 40900, de 1956, decreto do MEN fascista para retirar democraticidade às AE e torná-las departamentos dos Centros Universitários da Mocidade Portuguesa. Lutámos, com manifestações e outras formas de luta, e ganhámos! A Assembleia Nacional suspendeu o decreto.

Em 1957/58, meu último ano (com surpresa para muitos que me viam a chumbar dada a assiduidade aos “amigáveis”), fui vice-presidente da direcção e representante de Económicas nas RIAs, onde conheci muitos camaradas, como o João Cravinho e o Zé Bernardino (IST), o Ramos de Almeida e o Orlando Neves (Direito), o Marques Pequito (Veterinária), o Branco Ló (Arquitectura), Portas (Agronomia).

Participei muito activamente no 1º Dia do Estudante. E, já curso acabado, acompanhei de perto tudo o que levou às lutas de 1962, fazendo parte de uma Comissão de Antigos Dirigentes, que, numa semi-clandestinidade, muito apoiou os Sampaios, Vengorovius, Abreus...

A luta do CDUL, e outras, fica para outra “provocação” tua. Das boas.


Amigos Oureenses, isto tem a ver com a nossa história recente.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

A vitória do Viúva Negra

Subia a travessa do Pasteleiro envolto na sua capa qual ente tenebroso.

Nunca se soube a verdadeira razão. Uns sustentam que o frio a tanto obrigava. Outros acham que, por essa altura, tinha de esconder a sua face para não ser notada pelas pidescas criaturas que cercavam Económicas e perseguiam os estudantes.

Apesar do seu disfarce, na escola cultivava o espírito de Os amigáveis. E era de tal modo empenhado que venceu o campeonato universitário e participou em vários TIAs (Torneios inter-associações).

A designação sugerida não me é estranha, só que, no meu tempo, a campa e batina estava de todo abandonada e era nas RIAs (reunião inter-associações) onde aqueles de que tantas vezes já vos falei delineavam os próximos passos para dar uma ajuda à construção do país livre que hoje temos.

Quais seriam as referências musicais do “Viuvinha”? Eu reivindico o Zeca, o Adriano, o Sérgio, o Cília, o Zé Mário para a minha geração. O que se ouviria doze ou treze anos antes?

E dos outros? Eu tive os Beatles, os Stones, os Animals, os Moody Blues, a Mellanie... Já não sei o que resta ao “Viuvinha”, talvez o Paul Anka, o Pat Boone, o Elvis, não é ele um grande pé de dança como por vezes demonstra em São Sebastião?

Mas, se no meu tempo houve RIAs, é porque, para além do seu magnífico empenho no desporto, ele o conseguiu utilizar como uma forma de gerar a união entre escolas na contestação ao fascismo transformando algo que parecia de todo inofensivo num instrumento de subversão.

Incógnito ou Inconsciente?

Um comentário no Castelo tentou desvalorizar o estudo do INE sobre o poder de compra concelhio per capita. Na onda do autarca de Celorico, insinuava que as pessoas iam fazer as compras a Leiria e afirmava que em Ourém não existe desemprego.

Isto merece-me três notas.

Em primeiro lugar é importante dizer que o estudo do INE se baseou não em uma, mas em vinte variáveis que listamos na parte final do artigo, referindo-se a maior parte delas a actos verificados no concelho. A análise efectuada é assim uma perspectiva multidimensional baseada em técnicas que são utilizadas em todos os países avançados e que procuram identificar um conjunto menor de factoress para proceder à interpretação dos resultados. No caso presente foram identificados os factores Indicador do poder de compra per capita e o Dinamismo Relativo (onde Ourém não se situa nada mal). Mas o resultado para o primeiro é deveras preocupante e deveria fazer pensar qualquer responsável autárquico ou mesmo do governo central em vez de formular desculpas saloias para atirar a questão para o caixote do lixo.

Em segundo lugar, ninguém pretende responsabilizar as autarquias por estes atrasos. Se os empresários não investem, se pagam maus salários, a culpa não é obviamente da Câmara. Mas ela já será culpada de não gerar acções que possam a prazo contrariar esta tendência, sem se substituir à iniciativa privada.

Em terceiro lugar, há que referir a estafada questão do desemprego tão do agrado do Incógnito e do nosso venerado presidente David. Pode parecer que não há desemprego em Ourém, mas tal só acontece porque o desempregado, naturalmente, não fica lá a procurar trabalho. Quantas pessoas de Ourém são obrigadas a procurar trabalho em grandes centros do país ou estrangeiro? Quantos tiveram de emigrar? Quantos estarão nas listas do Instituto de Emprego e Formação Profissional com uma residência na Grande Lisboa ou noutro centro urbano que constitua uma atracção de desempregados? Assim, este argumento não é mais do que cinismo e hipocrisia.

Nestas condições, mantenho que o estudo efectuado deveria ser uma grande fonte de preocupação para todos os oureenses que não devem ir na onda ilusória lançada pelo candidato laranja.

Eis os indicadores utilizados pelo INE:
.Imposto sobre veículos, contabilizado pelas Câmaras Municipais, per capita, 2002
.Consumo doméstico de electricidade, per capita, 2002
.Número de telefones fixos (postos principais) da Portugal Telecom, per capita, 2002
.Número de acessos RDIS básicos instalados pela PT (usados geralmente para estabelecer uma ligação à Internet sem prejuízo do uso normal do telefone), per capita, 2002
.Número de pessoas ao serviço nas empresas da CAE 52 (comércio a retalho), com actividade, sediadas nos concelhos, per capita, segundo uma fotografi a extraída do Ficheiro de Unidades Estatísticas (FUE) do INE, que inclui dados físicos de 2003 e económicos de 2002
.Número de automóveis, ligeiros de passageiros, vendidos e registados nos concelhos, per capita, 2001
Crédito à habitação (stock) concedido em estabelecimentos de crédito localizados nos concelhos, per capita, 2002
.Rendas de habitação, per capita, segundo estimativa realizada a partir dos Censos, refl ectindo o valor unitário e a dimensão do mercado de arrendamento, 2001
.Valor dos levantamentos em caixas multibanco, per capita, 2002
.Número de outras operações em caixas multibanco, excepto consultas, per capita, 2002
.IRS liquidado segundo o concelho de residência do contribuinte, per capita, 2001
.Rendimento colectável para efeitos de IRS segundo o concelho de residência do contribuinte, per capita, 2001
.Contribuição Predial Autárquica, inscrita como receita das Câmaras Municipais, per capita, 2002
.Sisa contabilizada pelas Câmaras Municipais, per capita, 2002
.População divorciada, segundo os Censos, per capita, 2001
.População com 21 ou mais anos com ensino superior concluído, segundo os Censos, per capita, 2001
.Densidade populacional (como indicador do grau de urbanização dos concelhos), 2002
.Número de empresas das CAE 551, 552 e 553 (alojamento e restauração, com exclusão de estabelecimentos de bebidas, cafés e similares), com actividade, sediadas nos concelhos, per capita, segundo fotografi a do FUE, que inclui dados físicos de 2003 e económicos de 2002
.Número de pessoas ao serviço em empresas da CAE 55 (alojamento e restauração, incluindo estabelecimentos de bebidas, cafés e similares), com actividade, sediadas nos concelhos, per capita, conforme a fotografi a mencionada em cima
.Hóspedes totais nos estabelecimentos hoteleiros, registados na Direcção Geral do Turismo, per capita, 2002


terça-feira, fevereiro 01, 2005

A Câmara de Ourém é má pagadora? (2)

Mais grave que a situação, parece-me uma das justificações dadas pelo nosso venerado presidente:

“há funcionários que começam a trabalhar às 9 horas, mas que chegam ao local de trabalho às 10. E depois saem uma hora antes para estarem na sede do concelho às 17h30. E, ainda assim, queixam-se de que não lhe são pagas as ajudas de custo, o que para mim é um escândalo”.

Quer dizer: ele aproveita-se e deixa manter uma ilegalidade, que demonstra ausência de pulso nos serviços que devia coordenar, para cometer outra que vai lançar mau nome sobre a autarquia.
Só em Ourém.
A Câmara de Ourém é má pagadora? (1)

Lê-se no Região de Leiria:

A Delegação Regional de Santarém do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local admite recorrer a tribunal se a Câmara Municipal de Ourém não pagar as ajudas de custo que entende serem devidas a alguns trabalhadores da edilidade.

(continuar a leitura de "A Câmara de Ourém é má pagadora?")
O homem quer, quer, quer...

O contorcionismo de Freitas começa a ser dilacerante: "Toda a minha vida estive disponível para o meu país. Essa disponibilidade mantém-se".

Eu também. E será maior se for para Presidente da República.
Santana está doente

Por causa disso, ontem não fez campanha.

Mas, antes, teve oportunidade de nos deixar preciosidades como esta, num comício em Braga, onde estava rodeado de mil mulheres: "O outro candidato tem outros colos. Estes colos sabem bem".

Esperemos que o presidente do PSD recupere rapidamente. Uma coisa é dizer disparates relativamente a questões sérias. Outra são nojices como aquela.

Oureenses, cuidado com aqueles a quem dão o vosso voto.

Até quando?

Graças ao empate que ontem conseguiram perante os sadinos, os lagartões ficaram perto do topo da classificação.
Será que a Maria e o nosso amigo Santa Cita mantêm a esperança ou estão em vias de mudar?

Remexer em carbine viva

Subia-se o Pasteleiro, passava-se ao Quelhas, entrava-se por uma porta guardada por alguém de nome Coelho.

Os amigáveis eram partidas de futebol realizadas num pequeno campo com as dimensões daqueles em que se pratica hóquei e que permitiam aos estudantes do primeiro ao quinto ano esgrimir entre si.

Nunca fui grande jogador, logo nunca fui seleccionado para qualquer equipa.

Mas recordo-me que, nos primeiros anos do curso, havia entusiasmo entre a assistência. Havia também óptimos jogadores alguns dos quais chegaram a militar em grandes equipas e outros, mais a tender para o maluco, que executavam saltos mortais em pleno Rossio.

Depois, entre 1969 e 1972, tudo mudou. A polícia de choque tornou-se presença habitual na escola e as pequenas refregas entre estudantes transformaram-se numa contestação muito séria à sua presença. Lembro-me de alguns que, naquelas instalações, foram desancados sem dó nem piedade. O ano em que terminei o curso, sempre com muitos incidentes, foi aquele em que foi assassinado Ribeiro dos Santos, um estudante venerado pelo MRPP.

Com o 25 de Abril, Os amigáveis não voltaram. Pouco a pouco, o automóvel foi avançando e aconteceu ao espaço do ISEG algo de semelhante ao que ocorre em muitos locais: foi sufocado.

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Deslocalização fiscal

De acordo com esta notícia do JN, existirão menos 92% de contribuintes entre os que se integravam no escalão mais elevado do IRS.

Terão todos eles empobrecido? Ou terão os seus rendimentos sido sujeitos a um processo de deslocalização para algum paraíso fiscal?
Ainda o poder de compra dos oureenses

Pasmo por não ter existido qualquer comentário ao post onde abordava esta questão e onde o candidato a deputado pelo PSD era claramente desmentido relativamente a Ourém ser um dos concelhos mais desenvolvidos do país.

Ourém está muito mais perto de Celorico de Basto, cujos responsáveis parece que vão processar o INE, do que da média Nacional. Os 66,05% de Ourém distam apenas cerca de 24 pontos percentuais do valor registado para aquele concelho.

A verdade é que, se me ficar por aquilo que os olhos veem, eu também sou levado a desconfiar daquele número. Ourém é uma terra onde se consome bem e onde grande parte das pessoas ostenta carros cujo preço não é para qualquer um.

Por que não reage então Ourém?

A onda de gelo vem do Norte

Hoje, a chegada à Miguel Lupi foi particulamente difícil.
Saí do comboio em SAntos, atravessei a Marginal, tomei a bica no café junto ao que foi o Cinearte e onde, actualmente, funciona a Barraca e iniciei a subida da D. Carlos.
Mesmo em grande aceleração, o frio era de tal ordem que me interrogava sobre o que se passava.
Subir a rua, comprar o jornal junto a S. Bento, iniciar a subida da Calçada da Estrela, contemplar o jardim que me separa de Económicas costumam ser um prazer. Pergunto-me já com nostalgia: "Será que alguma vez terei de abandonar isto?". (Estão a ver a ladainha que aí vem daqui a alguns anos?)
Hoje, nem a contemplação serviu para animar.
Mas, de repente, chegou a notícia. Braga fez das suas. Para além das péssimas notícias que fez chegar a PSL ao ponto de o levar a histerismo com a história da Megafraude, deu uma cabazada ao dragão.
E o local de trabalho parece que me trouxe todo o calor que me faltava...
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