sexta-feira, outubro 23, 2009

Uma aventura no novo Governo

O anúncio de um novo Governo traz sempre novas esperanças que, muitas vezes, se transformam em novas ilusões, isto é, desilusões. O Governo de que tanto se fala não tem grande margem de manobra, isto pela falta de um apoio significativo e bem definido e ainda pela situação económica do país. Que é que nos estará reservado num panorama de défice público elevadíssimo, de endividamento internacional aterrador, de elevadíssima desigualdade social, de lentidão de desenvolvimento e ainda de progressiva valorização do euro? O que é possível fazer para aumentar as exportações que muitos consideram motor do desenvolvimento?
Desgraçado modelo este que despreza o mercado interno, a agricultura, as pescas, que vira as costas aos produtores de leite e de fruta, que vai atrás da sereia do mercado externo para, no primeiro momento de aflição, tudo deixar destruir tal a artificialidade do que terá construído!!!...
Apesar de tudo, considero que algumas modificações que este Governo traz são bastante interessantes.
Por exemplo,...
Acho que Santos Silva fica muito bem na Defesa. Agora, até pode ”malhar nos militares” que ficam com um interlocutor à altura.
Mas...
Gostei de ver António Mendonça chamado a estas responsabilidades. É uma pessoa de bom trato e discurso fácil, não tenho dúvidas de que vai pôr o TGV a andar e os aviões a procurarem novo aeroporto. Tendo abandonado o PCP há alguns anos, não é forçosamente um ex-marxista, isto na minha humilde opinião. A formação ficou lá e não será será fácil deitá-la fora. Aliás, quem de bom senso abandona esse excelente instrumento de análise da realidade que Marx nos legou depois de o ter praticado como ele fez? Difícil é aplicá-lo na transformação da sociedade. Vejo Mendonça inclusivamente mais como uma ponte à esquerda do que como um desvio do Governo para a direita.
Gostei, também, que ficassem Teixeira dos Santos (que garantirá credibilidade nas Finanças, apesar de uma atitude por vezes pouco simpática) e Vieira da Silva (o que teria sido da Segurança Social nas mãos de um indivíduo de formação mais liberal?).
Porém...
A saúde, aqui para os lados onde moro, continua a ser uma desgraça. Creio que Ana Jorge não tem perfil para modificar esta contínua afronta à “classe” dos que não têm médico de família e cujos direitos nesta área são sistematicamente espezinhados.
Finalmente,...
Os mais jovens terão ainda oportunidade de ver como nesta nova aventura no Governo, Isabel Alçada poderá arranjar argumentos para actualizar as suas bibliotecas...
E, para não dizer mais disparates, por agora me calo...

7 comentários:

Anónimo disse...

Vai ser mais do mesmo. Enquanto o Estado tiver um peso na economia superior a 50% este pais nunca irá para a frente. Enquanto existirem poucos a tirar a muitos por um suposto "bem comum", estaremos condenados a ser pobres.

Anónimo disse...

Pois é, não qurem o Estado, mas mal a economia treme, pedem-lhe logo a protecção...
Conversa da treta!

Anónimo disse...

Quem é que pede protecção? Quem a pede são os mesmos que defendem o tal Estado a "comandar" o pais. Reafirmo enquanto existirem poucos a tirar a muitos por um suposto "bem comum", estaremos condenados a ser pobres. A realidade mostra-nos isso.

E a questão não é "não querer Estado", a questão é ter bom Estado e apenas para as funções essenciais, educação, saúde, justiça, segurança, protecção social aos desfavorecidos. Em resumo, o Estado deve garantir uma igualdade a nivel de oportunidades para todos. O que temos visto nas ultimas décadas é que apesar do Estado consumir mais de 50% dos recursos do pais essas oportunidades não são iguais para todos.

Anónimo disse...

Continuo a dizer: Conversa da treta a do Anónimo 1 que também é o Anónimo 3.
Enquanto a sociedade se basear na divisão classista que caracteriza aquela em que vivemos, o Estado é sempre um Estado de classe que nunca assegura a igualdade de oportunidades, portanto esse discurso é irrealista.
Se no nosso país o Estado tem um peso à volta dos 50%, isso apesar de tudo cria algum emprego isto é tem um efeito redistributivo podendo ajudar a dinamizar a economia. Sei muito bem a quem se pretende atigir com esse discurso. Não são poucos a roubar a muitos. O que o Anónimo 1/3 quer é provocar monumental sangria nos quadros da função pública e lançar mais umas centenas de milhar no desemprego. Liberais da merda!

Anónimo disse...

Pois, pois, o Estado a levar 50% da riqueza para tipos como o Vara sugarem-nos até ao tutano. As famosas empresas estatais que só servem para servir alguns.
Sangria é o que todos os trabalhadores que pagam impostos sentem ao verem o seu dinheiro ir para o bolso de alguns.
E não tenho nada contra os funcionários públicos, apenas gostaria que existisse um tratamento igual entre trabalhadores, eu trabalho no privado e o meu trabalho não é garantido. Qual o direito de um funcionário público reclamar para si o direito de um trabalho eterno, mesmo que esse trabalho não sirva para nada?
Socialistas (xupistas) de m****

Anónimo disse...

Desculpe que insista, mas, tal como nos anteriores, o seu discurso denota que o que você tem é raiva aos trabalhadores do funcionalismo público. Antes não o disse, mas pressentia-se. Agora, há a certeza.
Então você quer a igualdade entre trabalhadores do público e do privado mas quer essa igualdade pelo lado da precariedade? Será masoquista? Creio que seria mais lógico que exigisse para si condições semelhantes às do funciomalismo público, se as acha assim tão boas. Agora quer pôr todos com as miseráveis condições de trabalho que voc~e diz que tem... nunca ouvi coisa tão reaccionária... se calhar é daqueles trabalhadores que cria o seu próprio emprego, patrão de si próprio...
Olhe, eu acho que todos na sociedade, se trabalharmos honestamente, somos necessários e que é muito desagradável produzir afrmações como a ultima que produziu, embora admita que em casos pontuais possam existir razões para a mesma. Mas não seja tão mauzinho com a mania que é o unico que produz nesta sociedade...

Anónimo disse...

A questão inicial nem se centrava nos funcionários públicos. Eu apenas tinha referido o excessivo peso do Estado na nossa sociedade. Mas ok, se acham que está tudo bem assim, continuemos assim. Alguns iluminados no poder, que tomam decisões que tiram a muitos para favorecer poucos. Só é pena que mais casos como o do Vara não venham a lume e não sejam condenados, para ver se o povinho abre a pestana. Mas como os gajos do poder sabem como fazer a coisa, vão dando umas esmolinhas ao povão para o manter sob controlo. O pior é quando isto rebentar, quando a mama se acabar.

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