domingo, novembro 21, 2004

Ainda a grande unidade
Ao falar numa grande unidade que procure retirar o poder a quem o exerce não estou a afirmar que é necessário que as pessoas abandonem as suas ideias, as organizações em que melhor se reveem, isto é, que façam um corte radical com o que sentem que, estruturalmente e no mais fundo, as representa. Estou a dizer, isso sim, que é possível estabelecer um conjunto de princípios e metas para a acção que pode unir gente dos mais variados quadrantes.
Não é impossível em Ourém unir pessoas que queiram preservar o seu património florestal, cultural, ambiental, que digam um não total à corrupção e ao clientelismo, que defendam as liberdades, a democracia e a eliminação progressiva das desigualdades, que queiram desenvolver o concelho com respeito pelo passado.
Apoiar um programa fundamentado nesses princípios não é semear ilusões.
Pelo contrário, é estabelecer uma contraposição ao poder actual. Arrogante, sem princípios, sem respeito pelo passado.
Pelo contrário, mesmo que não se vá longe, ajuda à formação da consciência das pessoas.
Por isso, este espaço estará aberto a todos os que queiram mudar Ourém. Mudar num sentido de progresso, sem vícios, sem compromissos, mas respeitando completamente as opções de fundo dos actores. Não vamos fazer a revolução socialista, mas não vamos combater ou ostracizar aqueles que, intimamente, a desejam. Não vamos eliminar as desigualdades, mas vamos contribuir para que elas se atenuem. E vamos defender com toda a força as liberdades e a seriedade.
E aqui não há ilusões: mesmo que se resolvam alguns problemas, muitos ficarão por resolver, muitos novos problemas surgirão e é preciso manter uma motivação forte para os enfrentar e ultrapassar.

1 comentário:

Bin_tex disse...

Pois é..O Sérgio fala e muito bem na arrogância dos que querem ser alternativa.
Bem a conheço por dentro. Infelizmente é assim que alguns partidos da oposição camarária funcionam, acham-se os detentores da alternativa democrática.
Conheci grandes e verdadeiros socialistas em Ourém. Recordo-os com saudações e comoção alguns deles. Se fossem vivos ficavam escandalizados com o ps dos dias de hoje.A falta de solidariedade, de fraternidade, quase me atrevia a dizer a falta de socialismo..
Gente que pensa no poder pelo poder...
Abraço

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