quinta-feira, novembro 25, 2004

A Câmara e o Santuário
As grandes opções do Plano (2005/2008), título estranho para uma descrição de acções, contemplam uma generosa dotação de cerca de 10 milhões de euros para requalificação da zona envolvente à nova basílica de Fátima, onde 75% do financiamento provém de fundos comunitários.
Contrariamente ao que os meus amigos possam pensar não estou contra a nova basílica, não considero que os gastos nela sejam um monumental desperdício numa obra megalómana.
Um dos principais benefícios é que os fiéis, por vezes bem maltratados em Fátima, passarão a ser melhor recebidos.
Mas esse não é o único.
Com este gasto, uma fracção da monumental riqueza acumulada pelo Santuário, em vez de continuar sem proveito nos cofres do mesmo ou de ir alimentar a cínica corte romana que em séculos pariu a inquisição, o ostracismo dos que não acreditam, o fuzilamento de infiéis e só raras vezes teve uma mensagem de libertação para os oprimidos e, faça-se-lhe justiça, de paz, manifestando por vezes um profundo alheamento da realidade e dos princípios que a deviam nortear, será distribuída a operários e a empresários na forma de salários e lucros contribuindo assim para dinamizar o consumo e o investimento.
Esperemos é que esta requalificação não se transforme na destruição das árvores daquela magnífica e bem antiga avenida que liga as duas rotundas. Haja fé!

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