E por que não o referendo?
Será que os portugueses estão contentes com a integração europeia? Se estão, não há que ter receio, votarão com toda a naturalidade na continuação do processo. Mas, se não estão, não me parece legítimo que se ignore a sua posição e se obrigue os mesmos a irem por um caminho que não desejam só pelo facto de uns iluminados entenderem que esse é o melhor caminho para o país (lá está, a classe dominante chega ao poder e define o seu interesse como universal...).
Poderá ser desastroso o resultado de um processo eleitoral nesta fase? Mas não será pior provocar o desastre mais tarde?
Confesso que não percebo as dúvidas sobre a legitimidade do referendo. Ou melhor, percebo, há o receio de que não seja vencedor e obrigue a rever tudo. Mas o que é isso para os arautos da liberdade e da democracia?
Não me confesso grande admirador dos resultados que a integração europeia teve para o nosso país. Com excepção da rede de autoestradas e da articulação ao nível do ensino superior (embora me comece a parecer que o processo de Bolonha se vá traduzir num empobrecimento dos licenciados em termos de formação, tão apressado foi no nosso país), essa integração levou a consequências negativas na agricultura e pescas, não teve os efeitos esperados a nível de turismo, catalizou os processo de corrupção, criou uma mentalidade de facilidade e de consumismo, influiu decisivamente no crescimento das desigualdades. Hoje, continua a produzir efeitos, ao trazer conceitos como o da flexigurança, cuja aplicabilidade no país, por incapacidade financeira, é bem duvidosa, havendo todas as razões para suspeitar que se traduzirá em muita flexibilidade e pouca segurança, isto é, em mais desemprego, se tal ainda é possível, e portanto tornando a relação salarial ainda mais selvática.
Apesar da minha desconfiança em relação à integração europeia, não vejo hoje grandes alternativas para o país, tal a abertura ao exterior em que este está envolvido. Portanto, sou uma espécie de europeísta tímido. Mas isto não significa que rejeite a realização de um referendo sobre a continuação do processo, bem pelo contrário, creio que ele seria bem clarificador numa altura em que o país já se apercebeu que não é facilmente que vai ter os salários europeus apesar de ter a moeda europeia e, cada vez mais, consumir produtos importados...
Será que os portugueses estão contentes com a integração europeia? Se estão, não há que ter receio, votarão com toda a naturalidade na continuação do processo. Mas, se não estão, não me parece legítimo que se ignore a sua posição e se obrigue os mesmos a irem por um caminho que não desejam só pelo facto de uns iluminados entenderem que esse é o melhor caminho para o país (lá está, a classe dominante chega ao poder e define o seu interesse como universal...).
Poderá ser desastroso o resultado de um processo eleitoral nesta fase? Mas não será pior provocar o desastre mais tarde?
Confesso que não percebo as dúvidas sobre a legitimidade do referendo. Ou melhor, percebo, há o receio de que não seja vencedor e obrigue a rever tudo. Mas o que é isso para os arautos da liberdade e da democracia?
Não me confesso grande admirador dos resultados que a integração europeia teve para o nosso país. Com excepção da rede de autoestradas e da articulação ao nível do ensino superior (embora me comece a parecer que o processo de Bolonha se vá traduzir num empobrecimento dos licenciados em termos de formação, tão apressado foi no nosso país), essa integração levou a consequências negativas na agricultura e pescas, não teve os efeitos esperados a nível de turismo, catalizou os processo de corrupção, criou uma mentalidade de facilidade e de consumismo, influiu decisivamente no crescimento das desigualdades. Hoje, continua a produzir efeitos, ao trazer conceitos como o da flexigurança, cuja aplicabilidade no país, por incapacidade financeira, é bem duvidosa, havendo todas as razões para suspeitar que se traduzirá em muita flexibilidade e pouca segurança, isto é, em mais desemprego, se tal ainda é possível, e portanto tornando a relação salarial ainda mais selvática.
Apesar da minha desconfiança em relação à integração europeia, não vejo hoje grandes alternativas para o país, tal a abertura ao exterior em que este está envolvido. Portanto, sou uma espécie de europeísta tímido. Mas isto não significa que rejeite a realização de um referendo sobre a continuação do processo, bem pelo contrário, creio que ele seria bem clarificador numa altura em que o país já se apercebeu que não é facilmente que vai ter os salários europeus apesar de ter a moeda europeia e, cada vez mais, consumir produtos importados...
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