segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Dias que abalaram Portugal

No final do artigo relativo aos resultados eleitorais, a Teresa evocou os acontecimentos de 18 de Janeiro de 1934.
Procurámos na Internet algumas referências a essa data gloriosa do movimento operário e deparámo-nos com três entradas interessantes. Uma relativa ao monumento existente na Marinha Grande de homenagem ao acontecimento (que alguns oureenses diriam de inspiração soviética), outra proveniente de Estudos sobre o Comunismo, sob o título Fotos de revolucionários do 18 de Janeiro de 1935 e outra de José Adelino Maltez que consta na sua página Revoltas contra a ditadura e o Estado Novo.
Aqui fica a sua reprodução.

O monumento 18 de Janeiro

O Monumento à Revolta de 18 de Janeiro de 1934 Destina-se imortalizar a revolução armada de 18 de Janeiro de 1934, feito pelos Vidreiros numa tentativa de acabar com as situações de perseguição, exploração, a falta de trabalho que por várias vezes os haviam atirado para a miséria e fome. O monumento faz relembrar o sofrimento, a fome e a miséria em que o povo trabalhador e ordeiro teria passado para que em nome do trabalhador e na defesa social dos trabalhadores, tivesse participado nessa revolução. Constituída por dois blocos, um pedestal talhado com um operário vidreiro armado com a legenda "Homenagem ao Movimento Operário de 18 de Janeiro", o outro que tem esculpido operários a trabalhar o vidro. Trabalho feito por Joaquim Correia e inaugurado a 18 de Janeiro de 1989.
Situado na Rotunda do Vidreiro.

José Soares na prisão do Forte de Trafaria



A Greve Geral de 1934
Greve geral contra a criação de sindicatos nacionais, que teve especial incidência na Marinha Grande, mas que se manifestou também em Almada, Barreiro e Silves. No Poço do Bispo em Lisboa, há rebentamento de bombas. Há corte de circulação de comboios em Xabregas. A central eléctrica de Coimbra é ocupada. Conjugada com uma insurreição militar, organizada por um comité revolucionário político, liderado por Sarmento Beires. Instala-se na Marinha Grande um soviete que poucas horas dura. Os líderes da revolta são conduzidos para um campo de concentração criado na foz do Cunene, no sul de Angola, logo no dia 20. A revolta marca o fim da influência dominante do anarco-sindicalismo nas movimentações operárias portuguesas que, a partir de então passa a receber a coordenação revolucionária do PCP. Com efeito, o remanescente aparelho da CGT vai ser desmantelado pela polícia política do Estado Novo, constituindo o movimento o último estertor do ancien régime sindical.

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