Houve um ano que o Jó Rodrigues esteve como aluno interno no CFL. Torná-lo mais estudioso, dar-lhe mais gosto por essa actividade seriam os objectivos, porque esperteza e inteligência não lhe faltavam.
Aquilo foi para o Jó como uma prisão. Ali fechado, dia após dia, foi acumulando feridas contra o colégio, que tardou a largar.
Contaram-me que uma vez a refeição era tão má que ninguém a conseguia tragar. Uma espécie de massa com carne ou carne com massa de sabor pouco agradável e a tender para o intragável.
O Jó não esteve com meias medidas. Janela aberta, a massa e respectivo prato voaram a boa velocidade para o exterior e os nossos amigos ficaram livres daquele cheiro nauseabundo.
O pior é que não esperavam o que ia passar-se. Como neste mundo tudo o que pode acontecer de mau acontece, mesmo sem o prevermos, o assunto não ficou por aqui porque prato e massa cairam em cima do Dr. Armando, a partir do primeiro andar, que, passado alguns segundos, chegava ao refeitório coberto de massa, ainda com bocadinhos de cacos, a pedir contas de um acto tão cobarde...
O ressentimento do Jó relativamente ao CFL não se ficou por aqui. Em férias, nomeadamente, nas de Carnaval, aquelas bombinhas típicas da época serviam para, lá para as dez da noite, em passeio de distintos oureenses por tão prestigiado local, assustar os habitantes daquele espaço, após brutal e inesperada deflagração sob as arcadas a que se seguia pronta correria na direcção do Central enquanto o director do colégio procurava a sua espingarda e o seu Peugeot para iniciar a perseguição a gente tão selvagem....
Sem comentários:
Enviar um comentário