Quietude
Resta-me fechar os olhos e descansar
percorrer prados, com os olhos postos no mar,
esquecer descobertas, parar e dormir
acolher sonhos e deixar-me sorrir.
Resta-me afastar normas e conceitos,
fitar erros e achá-los perfeitos,
esquecer vozes de deuses ausentes
e abraçar estes dias por serem diferentes.
Resta-me repousar na paz de um leito,
fechar os olhos ao mundo dos outros,
criar um pacto simples e estreito.
Murmurar, com os olhos parados no tecto
que adormeci para este mundo
e que suplico às sombras do quarto um afecto.
Carmen Zita Ferreira
In Do Mar Grande e doutras Águas – Antologia Poética
2 comentários:
Dou-me por feliz: logo comentários da Susana e da Carmen... que mais poderia desejar este humilde blog?
Continuarei atento à vossa produção e, de quando em quando, se não levarem a mal, roubarei um poema para este espaço.
Um produtivo blog pelo que tenho estado a "observar"! : )
Não roubará de certeza...afinal, os poemas não são nossos. São de quem gostar deles! ; )
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