terça-feira, junho 05, 2007

Ares d’Ourém

É verdade.
Os ares de Ourém têm-me andado tão arredios que manter esta coisa sem o apetecido alimento é cada vez mais difícil.
E será Ourém solução? Hoje?
Talvez, se quisermos entoar o cântico dos deprimidos... ou praticar a fotografia da degradação... ou experimentar o poder mesquinho...
Mas o sentir aquela terra tal como ela era já não é possível.
Ao menos aqui, longe...

Contemplo o que não vejo

Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.

Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.

Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.
(Fernando Pessoa)

1 comentário:

Unknown disse...

Ná!

O meu amigo ainda tem muito para dar a Ourém.

E, sei que:

"(...)não sou triste.
Mas triste é o que estou."

Quando os "Ares D'Ourém" limparem essa tristeza verá Ourém com outros olhos, os do futuro e verá, estou certo, coisas boas e belas que as gentes oureanas sabem e vão fazer.

Abraço amigo do Alfredo
"Tanta Fita"

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