quarta-feira, julho 11, 2007

Este escapou à voracidade do JOE



Eis uma bela peça de arte contemporânea que não foi parar às mãos do Comendador. Apreciem a sua cor, o tom verde e leitoso das águas. Apreciem a calmaria aparente que a proximidade das casas quase submersas desmente. Reparem em quão difusa é a representação: pode lembrar a região amazónica, mas, se nos disserem que os seus actores tiveram origem na Ásia das monções, acreditamos e poderia até provir de um dia de cheia na ribeira de Seiça no terceiro quartel do século passado. É este carácter global que caracteriza o espírito do artista contemporâneo.
O JOE pode ter muito dinheiro. Pode ter o Centro Cultural de Belém nas mãos. Pode correr com o Mega. Pode ter a vassalagem da classe ministerial. Mas não tem esta obra a qual, neste momento, enriquece a casa dos meus fantasmas. E eu não a largarei por nada tal o respeito que tenho pelo artista.
Por isso, a partir de agora, seguindo o estabelecido por sua Excelência o ministro Sócrates, o roteiro de arte contemporânea não se inicia em Belém, mas em Ourém...

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