O caso do financiamento das juntas de freguesia em terras oureanas - V
Conclusão: com a corda na garganta
Ao longo destes dias, disponibilizámos o que conseguimos apurar através de um inquérito ao financiamento das juntas de freguesia.
As nossas conclusões não podem ser as melhores.
Comecemos com a taxa de não resposta. Na sua grande maioria, mesmo fazendo parte de organizações que preconizam a liberdade, o estado social, etc., a maioria dos nossos eleitos entende que não tem de responder a quem se lhe dirige apesar de estar no exercício de cargos públicos. Contudo, tenho esperança que, em próxima realização de inquérito semelhante, com melhor conhecimento da junta (já que tínhamos saido da sua renovação pelas eleições), tudo seja diferente.
Em segundo lugar, são de destacar as monumentais carências reveladas pelos que tiveram a amabilidade de nos responder e que são detectáveis em apuramentos como este: há os que esperam verbas (e não as têm) para obras na própria sede, isto é, no fundo, para terem condições de trabalho que, bem vistas as coisas, são condições de atendimento do povo.
Em terceiro lugar, é de referir a exiguidade de verba disponível para servir o freguês. Muitas juntas utilizam grande parte dos seus recursos para a sua gestão correntes, para o seu planeamento financeiro, isto é, quase que se pode dizer que trabalham para aquecer. Esta constatação é reforçada pela existência de carências herdadas da delegação de competências. Ou nos enganamos muito ou suspeitamos que o pesidente David delega responsabilidades nas juntas sem lhes atribuir os meios minimamente necessários para as cumprir. Esta constatação provém do nível de carências revelado por uma junta que aparentemente já conhecia novas responsabilidades. As carências subiram exponencialmente com estas.
Em quarto e último lugar, é de apontar uma atitude reactiva no comportamento dos presidentes de junta: o ano que corre é para cumprir mais ou menos o que se passou no ano anterior. Não há referências à procura de utilização de tecnologias e sistemas de informação, à actuação no campo cultural, à criação de condições para jovens...
No final de tudo isto, uma questão: perante um quadro como este, o que pode levar alguém a candidatar-se para presidentes de uma junta de freguesia em terras oureanas? Não tendo grandes meios para cumprir a sua missão, qualquer um está sistematicamente condenado à crítica. Será a ocupação de um cargo de poder o grande motivador destas pessoas?
Ao longo destes dias, disponibilizámos o que conseguimos apurar através de um inquérito ao financiamento das juntas de freguesia.
As nossas conclusões não podem ser as melhores.
Comecemos com a taxa de não resposta. Na sua grande maioria, mesmo fazendo parte de organizações que preconizam a liberdade, o estado social, etc., a maioria dos nossos eleitos entende que não tem de responder a quem se lhe dirige apesar de estar no exercício de cargos públicos. Contudo, tenho esperança que, em próxima realização de inquérito semelhante, com melhor conhecimento da junta (já que tínhamos saido da sua renovação pelas eleições), tudo seja diferente.
Em segundo lugar, são de destacar as monumentais carências reveladas pelos que tiveram a amabilidade de nos responder e que são detectáveis em apuramentos como este: há os que esperam verbas (e não as têm) para obras na própria sede, isto é, no fundo, para terem condições de trabalho que, bem vistas as coisas, são condições de atendimento do povo.
Em terceiro lugar, é de referir a exiguidade de verba disponível para servir o freguês. Muitas juntas utilizam grande parte dos seus recursos para a sua gestão correntes, para o seu planeamento financeiro, isto é, quase que se pode dizer que trabalham para aquecer. Esta constatação é reforçada pela existência de carências herdadas da delegação de competências. Ou nos enganamos muito ou suspeitamos que o pesidente David delega responsabilidades nas juntas sem lhes atribuir os meios minimamente necessários para as cumprir. Esta constatação provém do nível de carências revelado por uma junta que aparentemente já conhecia novas responsabilidades. As carências subiram exponencialmente com estas.
Em quarto e último lugar, é de apontar uma atitude reactiva no comportamento dos presidentes de junta: o ano que corre é para cumprir mais ou menos o que se passou no ano anterior. Não há referências à procura de utilização de tecnologias e sistemas de informação, à actuação no campo cultural, à criação de condições para jovens...
No final de tudo isto, uma questão: perante um quadro como este, o que pode levar alguém a candidatar-se para presidentes de uma junta de freguesia em terras oureanas? Não tendo grandes meios para cumprir a sua missão, qualquer um está sistematicamente condenado à crítica. Será a ocupação de um cargo de poder o grande motivador destas pessoas?
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