A canção da mulher perdida
A primeira vez que ouvi este fado foi na década de sessenta, na casa do Largo de Castela, interpretado pelo Carlos do Carmo. Na altura, embirrava um bocado com ele: voz lenta, compassada, profunda, a contrastar com os meus gostos do momento. O certo é que nunca consegui esquecer esta canção nem o Carlos que me acompanhou sempre um pouco de longe, mas a quem dedico todo o respeito que a sua figura merece.
Então, só para chatear os amigos do OUREM, aqui fica a letra...
A primeira vez que ouvi este fado foi na década de sessenta, na casa do Largo de Castela, interpretado pelo Carlos do Carmo. Na altura, embirrava um bocado com ele: voz lenta, compassada, profunda, a contrastar com os meus gostos do momento. O certo é que nunca consegui esquecer esta canção nem o Carlos que me acompanhou sempre um pouco de longe, mas a quem dedico todo o respeito que a sua figura merece.
Então, só para chatear os amigos do OUREM, aqui fica a letra...
VIELA
Letra de: Guilherme Pereira da Rosa
Música: Alfredo Marceneiro (Fado Cravo)
Fui de viela em viela
Numa delas, dei com ela
E quedei-me enfeitiçado...
Sob a luz dum candeeiro,
S’tava ali o fado inteiro,
Pois toda ela era fado.
Arvorei um ar gingão,
Um certo ar fadistão
Que qualquer homem assume.
Pois confesso que aguardei
Quando por ela passei
O convite do costume.
Em vez disso no entanto,
No seu rosto só vi pranto,
Só vi desgosto e descrença.
Fui-me embora amargurado
Era fado, mas o fado,
Não é sempre o que se pensa.
Ainda recordo agora
A visão, que ao ir-me embora
Guardei da mulher perdida.
Na pena que me desgarra
Só me lembra uma guitarra
A chorar penas da vida.
Eis uma versão por Marceneiro:
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