terça-feira, março 21, 2006

O indomável

Há daquelas pessoas que não perfilham os mesmos ideais que nós, mas a quem admiramos a coragem, a capacidade e a persistência.
Ainda na década de sessenta, o Jó Rodrigues chamou-me a atenção para alguém que utilizando a caricatura, a obscenidade e o texto mordaz fazia uma terrível desmontagem do sistema que nos dominava. Nessa época, tive a sorte de um dia na Marina ainda encontrar um dos livros que a Censura não tinha apreendido.
Refiro-me obviamente a Vilhena, personagem bem conhecida, de que os meus amigos encontrarão notável referência em Tabacaria e que, em 1961, na História Universal da Pulhice Humana, no texto sobre o Egipto, nos brindava com esta alusão:

"O seu regime era de tal maneira sombrio, sinistro e policial, que vós, amados leitores, criados num paraíso de liberdades, não conseguiríeis sequer imaginar. Em Assur, em Ninive e na Babilónia reinavam o terror, o bastão, a denúncia, o boato político, a incerteza do dia de amanhã. A cada esquina postavam-se ferozes Pideteucos armados até aos dentes, espiando os menores ruidos e as mais inocentes vozes"

Deixo-vos com mais duas imagens e me vou porque o tempo escasseia-me...


Um retrato bem actual da nossa economia


A letra R

2 comentários:

Anónimo disse...

Com tal espírito de humor logo cedo, augura-se um bom dia.
E é uma boa energia, que se transmite...
écse.

Skywatcher disse...

Delicioso e suculento, o humor de Vilhena, que me fez recordar a " Gaiola Aberta " do pós 25 de Abril. Humor que dizia a brincar coisas muito sérias, que chegava a todos, não se ficando pelos meios mais intelectuais. Fez época. Obrigado por me " refrescar " a memória. Bom começo de dia, agora que estamos, de novo, quase em Abril !

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