sexta-feira, março 24, 2006

A questão de se saber se Deus existe

Há dias, anónimo amigo publicou este texto excelente:

Perguntou alguém ao senhor K. se Deus existia. E ele respondeu assim:
"Aconselho-te a reflectir, para ver se o teu comportamento se modificaria consoante a resposta que se der à pergunta. Se não se modificar, poderemos esquecê-la. Se modificar, poderei dar-te alguma ajuda dizendo que tu próprio decidiste: precisas de um deus."

(Histórias do senhor Keuner, Brecht, tradução de Luís Bruhein, Hiena Editora, 1993)

Apesar de demolidor, o argumento não me deixa completamente convencido. O problema da existência de Deus não se prende com a vida actual, mas com a eventualidade de uma vida futura, isto é, de uma vida para além da morte. E aí, mais uma vez não tenho qualquer certeza. Minto, tenho uma: a de que teria muito prazer em reencontrar muitos dos que já partiram...

2 comentários:

Sérgio Ribeiro disse...

O senhor K. diria que precisas de deus, logo, que ele existe; e diria também que, havendo quem de de deus não precise, ele não existe.
Mas isto é o que o senhor K. diria, e eu subscrevo...
Porque sou ateu? Acho que não, e o que não aceito é que aqueles que crêem na existência de deus, e por isso ele existe, não "consintam" que ele não exista porque há os que não precisam de acreditar que ele existe.
Isto é só para te dar os bons-dias neste domingo que ainda não se definiu se já é de primavera ou ainda de outono.

Lobo Sentado disse...

E ainda bem que apareceste (já com a hora bem adiantada: hoje, ainda é sábado).
Por outros motivos também me custa a crer num Deus omnipresente, omnipotente, cheio de bondade. È terrível o contraste entre estas características e o que, com esses poderes todos, deixa existir por aí.
Mas há a outra razão que avancei. E quanto a essa (o reencontro) gostaria mesmo que existisse. Para já não falar no castigo infernal dos crápulas e companhia...
Um abraço para ti
Luis

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