O rei do Fisco
O Dr. Paulo Macedo é, com certeza, um grande agente do sistema fiscal. Não quero pôr em causa, de maneira nenhuma, a justeza do seu vencimento de 23000 euros mensais. Já não vou tão longe em relação ao facto de ganhar mais do que o Primeiro Ministro, tão amigo que este se tem vindo a mostrar de operários, professores, desempregados e reformados, para além de ser escrupuloso cumpridor de promessas eleitorais.
No entanto, não posso concordar com a ideia de indexação do vencimento daquele sagaz agente do fisco relativamente à eficência da máquina fiscal. É que acaba por se convencer o homem que quanto mais continuar a encher os cofres do Estado maior será o seu vencimento e, nessas condições, ele não deixará de procurar novas medidas para atasanar os contribuintes. Reparem, por exemplo, no anúncio da penhora das rendas dos senhorios que devem ao fisco, mas posto em prática através da sua entrega pelos inquilinos, isto é, recorrendo a um agente que, no fundo, nada tem a ver com o assunto, perturbando-o, criando-lhe dificuldades, quiçá, aterrorizando-o. Tal solução nem lembraria ao Diabo – aqui tomado como suprema encarnação do Mal Absoluto.
O Governo do Eng. Sócrates tem-se vindo a manifestar mestre na arte de virar uns portugueses contra outros. É senhorios contra inquilinos, é reformados contra activos, é privados contra a função pública, esta eleita bode expiatório de todos os males do país e da sua fragilidade empresarial.
Mas onde se manifestam as insuficiências da nova estrela fiscal é num aspecto da relação do fisco * contribuinte. Não existe qualquer medida que premeie os cumpridores. Há mais de trinta anos que cumpro regularmente as obrigações fiscais e nunca tive uma palavra de apreço do sistema fiscal. Entreguei Imposto Profissional, Imposto de Transacções, Imposto Complementar, IVA, IRS, IMI, nada tenho que me apontem. Esta segunda-feira, mais uma vez, lá fui entregar o IRS (desconfiado que sou das declarações electrónicas): a senhora que me atendeu ficou banzada com a perfeição do preenchimento. Sorriu. Respirou. Mas, quanto a prémio... nada.
O Dr. Paulo Macedo é, com certeza, um grande agente do sistema fiscal. Não quero pôr em causa, de maneira nenhuma, a justeza do seu vencimento de 23000 euros mensais. Já não vou tão longe em relação ao facto de ganhar mais do que o Primeiro Ministro, tão amigo que este se tem vindo a mostrar de operários, professores, desempregados e reformados, para além de ser escrupuloso cumpridor de promessas eleitorais.
No entanto, não posso concordar com a ideia de indexação do vencimento daquele sagaz agente do fisco relativamente à eficência da máquina fiscal. É que acaba por se convencer o homem que quanto mais continuar a encher os cofres do Estado maior será o seu vencimento e, nessas condições, ele não deixará de procurar novas medidas para atasanar os contribuintes. Reparem, por exemplo, no anúncio da penhora das rendas dos senhorios que devem ao fisco, mas posto em prática através da sua entrega pelos inquilinos, isto é, recorrendo a um agente que, no fundo, nada tem a ver com o assunto, perturbando-o, criando-lhe dificuldades, quiçá, aterrorizando-o. Tal solução nem lembraria ao Diabo – aqui tomado como suprema encarnação do Mal Absoluto.
O Governo do Eng. Sócrates tem-se vindo a manifestar mestre na arte de virar uns portugueses contra outros. É senhorios contra inquilinos, é reformados contra activos, é privados contra a função pública, esta eleita bode expiatório de todos os males do país e da sua fragilidade empresarial.
Mas onde se manifestam as insuficiências da nova estrela fiscal é num aspecto da relação do fisco * contribuinte. Não existe qualquer medida que premeie os cumpridores. Há mais de trinta anos que cumpro regularmente as obrigações fiscais e nunca tive uma palavra de apreço do sistema fiscal. Entreguei Imposto Profissional, Imposto de Transacções, Imposto Complementar, IVA, IRS, IMI, nada tenho que me apontem. Esta segunda-feira, mais uma vez, lá fui entregar o IRS (desconfiado que sou das declarações electrónicas): a senhora que me atendeu ficou banzada com a perfeição do preenchimento. Sorriu. Respirou. Mas, quanto a prémio... nada.
Assim, perante alguém que tem uma perspectiva enviezada da relação com o contribuinte e que é pago com o seu dinheiro eu só posso concluir que o Governo não deve ceder a manter aquele profissional com aquele vencimento.
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