segunda-feira, maio 28, 2007

Num simples jogo, toda a concepção



Ontem, durante a tranmissão do jogo e do que o antecedeu, pareceu-me descortinar a concepção de serviço público que norteia as instâncias dirigentes.
Da reportagem da SIC, deduziu-se que durante mais de uma hora, milhares de pessoas estiveram esmagando-se umas contra as outras a tentar entrar num estádio para ocupar 35000 lugares. Os seus protestos foram evidentes. Essas pessoas acabaram por ser enquadradas pela polícia de intervenção por vezes com ar bem pouco amigável e cassetete na mão.
Começou o jogo. A transmissão passou para a RTP. Esta mostra o estádio com algumas clareiras e, na tribuna VIP, algumas dezenas de personagens, felizes da vida, que ninguém viu passar por aqueles apertos.
É assim o serviço que o actual governo (e como me custa dizer isto de um governo do partido socialista!), com uma maioria absoluta, vai impondo aos portugueses, nos mais diversos sítios. De um lado, a carneirada, mal servida, enquadrada pela polícia de choque pronta a bater ao menor protesto. Do outro um conjunto de privilegiados, alguns arguidos em processos de corrupção, que mostram uma qualidade de vida infinitamente superior.
Acontece no sistema de segurança social: os mais pobres cada vez mais pobres, as reformas douradas cada vez mais milionárias. Acontece no serviço nacional de saúde com quase total exclusão dos mais necessitados à consulta urgente, ao atendimento e com outros a poderem comprar esse serviço com a melhor qualidade. Acontece cada vez mais por todo o lado, mesmo num simples jogo.
A tendência não é para acabar com os privilegiados, mas para beneficiar cada vez mais um número muito pequeno. A imposição de uma espécie de escravatura e empobrecimento generalizado, com algum direito à palavra (desde que contida, como demonstra o caso Charrua). É preciso acabar com esta política!

3 comentários:

Anónimo disse...

De acordo. Tens toda a razão, Luís!
Mas para mim, o mais grave e que me faz pensar, é não vislumbrar em sítio algum a solução, melhor o remédio para alterar este estado de coisas...
écse

Anónimo disse...

Solução?
Também já desisti de a encontrar.
Mas ao menos posso dizer aos que lá estão que me desiludiram, que não acredito neles, que têm de mudar...
É assim, todos somos humanos, não somos perfeitos, há desvios e seria bom saber corrigi-los.
Quarta-feira é boa ocasião para mostrar repúdio a esta política

Luis

Joao Ribeiro disse...

....a iluminação publica em OUREM ainda não é para toda a gente. Vão aos Cristóvãos e vejam a rua da hortinha..... Não mora lá ninguem ligado á politica....MAS PESSOAS hONESTAS estão lá e pagam os seus impostos .... pena é que não tenham os mesmos direitoS....

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