É incrível o que coisas tão simples podem significar para cada um de nós.
Durante muito tempo, na minha infância, este marco significou para mim a maior distância que podia percorrer a partir de Ourém. Tomar – 20, Leiria – 25, Batalha– 31, Santarém - 64.
Havia outro que a fotografia não mostra que era Alvaiázere - 32. Que terra importante esta devia ser para estar tão longe. Até tinha um barão...
E a importância daquele objecto devia ser enorme para estar mesmo no interior de uma povoação num ponto onde, hoje, ninguém passaria para se deslocar para tal destino.
Tantas vezes eu olhei para aquilo a pensar na sua importância informativa.
Recorda-me as viagens que fazíamos à Nazaré, na camioneta dos Claras, onde a Batalha, apesar da sua importância histórica, não era mais que um ponto de passagem. Depois, no regresso, a subida para Fátima a uns dez à hora atingia o seu quê de radical numa curva em ferradura em que uma das laterais é quase a pique...
Indiferente ao significado deste marco para as pessoas que o tiveram nessa época, o poder deixou-o definhar, deixou-o consumir-se, fê-lo desaparecer. Não é que uma lata de tinta preta ou branca seja grande custo, o problema é que nada disto é sentido por gente de fora que não nos acompanhou e a quem, comodisticamente, entregámos os destinos de Ourém.
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