quinta-feira, outubro 27, 2005

Tempestade

Lá fora, o uivar do vento e a chuva lembram-me a Ourém do meu tempo. Ainda havia árvores na cidade. Com temporal assim, no entanto, o melhor era ficar em casa e digerir este ruído entediante talvez junto a uma braseira e, obviamente, com o gato a dormir no quentinho. Um dia a tempestade foi mais forte, veio com trovoada e um raio caiu bem perto. A sensação da bola de fogo ainda não se me apagou...
Hoje, celebra(va)-se o dia principal da Feira Nova. Não creio que, com temporal como este, muitos arrisquem a rua. Mas havia muito mais frio. Já andávamos de samarra, com gola de raposa e tudo, e muitos éramos bafejados pelas frieiras nas orelhas.
Tudo muda, é verdade. A própria Feira converteu-se num conjunto de divertimentos ruidosos sem graça que só aborrecem quem mora perto. David continuará a afastar a Ourém do meu tempo cada vez mais para o espaço fantasmagórico da recordação. E nenhuma tempestade se abate sobre ele...

1 comentário:

Elvira disse...

Por isso vivo no campo...

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