sexta-feira, janeiro 20, 2006

O dia em que a vi pela primeira vez na cidade da moura encantada
Subi a escada levado pelo meu irresistível sentido de futuro melómano. Mal cruzei aquela porta, os meus olhos deram com ela. O impacto foi imediato e nunca se desvaneceu.

Cabelos de ouro
Tom rosado de pele
Eis o meu tesouro
Olhos cor de mel

A partir daquela hora, não a consegui largar. Inventava motivos para a ver, para a acompanhar. Mas do outro lado, a recepção não era calorosa. Sentia-me mal amado, rejeitado.
Aos fins de semana, ao chegar a Ourém, as saudades e o desejo de voltar não paravam de me perseguir. A música era um refúgio. A música em canções tristes, em ambiente que noutras condições não conseguiria suportar:

Le ciel est si beau ce soir
La nuit est si bleu ce soir
c'est lá ou je me sens
perdu comme un enfant
le ciel est si beau portant

Depuis que l'ont se quité
je n'a jamais eu d'eter
soudain je viens d'avoir
envie de te revoir
le ciel est si beau ce soir

Longtemps j’ai atendu
Alongs de ta rue
Mais tu n’est pas venue
Je suis reparti sans rume
tout seul atravers la nuit

Mais je ne veux pas croir
qu'il n' y a plus d'espoir
le ciel est si beau ce soir
le ciel est si beau ce soir

...
(Perdoem os erros). Percebem agora por que as memórias vinílicas têm tanto a ver com a vida oureense?

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