terça-feira, agosto 23, 2005

A minha relação com Fátima

Nunca foi difícil, acreditem.
Já por várias vezes a abordei neste espaço.
Nasci e cresci em Ourém, terra de que recordo alguns episódios de que vos dei conta, ao longo do tempo. No Fernão Lopes, contactei com a trupe de Fátima: o Seminário, o Ze Carlos, o Augusto e o Matias. Bons rapazes, tal como todos o éramos nessa idade. Entre os quinze e os dezasseis, a primeira ocupação remunerada foi no posto de turismo de Fátima. Vou reproduzir essa estória daqui a uns minutos, estejam atentos.
Lá para os dezoito anos, a família foi em força para Fátima e eu fiquei sem a minha Ourém. As férias passaram a ser não férias, uma espécie de clausura que me levou à descoberta do território e à criação de uma atitude de respeito pelas convicções dos outros. Apesar de tudo, no final do curso um amigo traçava-me este perfil no respectivo livro:

De Fátima é o revolucionário-mor
Da terra do segredo sem revelação
Não será contudo muito maior
O segredo que esconde sob o casacão

Schumpeter, Robbins e outros que tais
São para ele, de inteligência destituídos
Mas se do Marx vós todos discordais
Preparai algodão e tapai os ouvidos

...

Era um exagero este retrato estabelecido em 1972. Nunca fui muito falador, nem um grande lutador, apesar de ser difícil desistir daquilo em que acredito.
Hoje as convicções mantêm-se bem como o respeito pelas dos outros. Isso leva-me por exemplo a ler tudo ou quase tudo que me chega às mãos de pessoas que perfilham opiniões diversas daquelas que eu tenho, ou que supostamente as perfilham.
Como é o caso por exemplo dos textos produzidos pelos jovens do PSD no blog Energia Jovem. Quase sempre concordo com eles, mas tenho de dizer que eles são muito diferentes do que o PSD nos oferece na pessoa do presidente David. Sinto é que às vezes não tiram as devidas conclusões das suas posições. No último que li, denominado Atitude Precisa-se, Laranjota, uma jovem daquele partido solidariza-se com o povo vítima do pandemónio dos incêndios, denuncia interesses presentes na ocorrência dos mesmos, crítica a atitude fria do goevrno e lança um repto. Eu estou em quase tudo de acordo com Laranjota. Aliás já lhes disse:"vocês não acham que estão no partido errado?"
Eu estou de acordo com a crítica à frieza do governo. Aquele sorriso para as câmaras!!!!
Mas quando pensava que Laranjota ia apelar aos militantes laranja para irem ajudar o povo a combater os incêndios ou a ultrapassar as suas consequências, deparei com o repto do PSD: Militares para a Floresta Já!!! Fiquei incrédulo. Voltei a lei: seria militares ou militantes? Mas não havia dúvidas. A palavra de ordem não era para o interior do partido, era para os outros...
Toda esta introdução é para dizer que, hoje, vamos falar de Fátima, de turismo e de aspectos da Solidariedade na autarquia.

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