segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

3 comentários:

Anónimo disse...

Lindo!

Elvira disse...

Mais uma belíssima escolha! Obrigada, Luís.

Lobo Sentado disse...

Elvira e Carmen Zita,
vocês são muito simpáticas.
Não vou deixar passar isso em claro...

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