quarta-feira, fevereiro 22, 2006

A aula de Matemática que nunca houve no CFL
A Dra. Nazaré Nunes terá sido talvez um dos melhores professores que encontrei até à entrada na Universidade. A sua influência terá sido de tal ordem que gente amiga confessou-me ter seguido uma carreira nessa área devido ao gosto que as suas aulas lhe deixaram. Eu também nunca a esqueci - a vocação teria aí uma perninha - apesar de me ter vendido ao poder dos cifrões. Imagino o que seria uma das suas aulas se nos tivesse de explicar a Torre de Hanói.
Dir-nos-ia:
Em 1883, o matemático francês Édouard Lucas inventou o famoso puzzle das Torres de Hanoi , também conhecido pelas Torres de Brahma e contado em forma de lenda.
E não se escusaria de recorrer à explicitação dessa lenda:

No grande templo de Brahma em Benares, numa bandeja de metal sob a cúpula que marca o centro do mundo, três agulhas de diamante servem de pilar a sessenta e quatro discos de ouro puro.
Incansavelmente, os sacerdotes transferem os discos, um de cada vez, de agulha para agulha, obedecendo sempre `a lei imutável de Brahma: Nenhum disco se poderá sobrepor a um menor.
No início do mundo todos os sessenta e quatro discos de ouro, foram dispostos na primeira das três agulhas, constituindo a Torre de Brahma. No momento em que o menor dos discos for colocado de tal modo que se forme uma vez mais a Torre de Brahma numa agulha diferente da inicial, tanto a torre como o templo serão transformados em pó e o ribombar de um trovão assinalará o fim do mundo
.
Estabeleceria a relação da lenda com o problema matemático:

A versão original das Torres de Hanoi consiste em três postes e oito discos de diâmetro 1; 2; ...; 8, inicialmente dispostos no primeiro poste por ordem decrescente do diâmetro formando uma estrutura cónica semelhante à da figura 1. O objectivo do puzzle consiste em formar a torre no terceiro poste, movendo um disco de cada vez, não sendo permitido colocar um disco maior sobre um menor.
E, pela certa, permitir-nos-ia também praticar como neste exemplo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sem dúvida, a Dra. Nazaré foi uma grande professora.Marcou-me muito.
E hoje, sendo professora de Matemática, tento seguir-lhe o exemplo... X

Lobo Sentado disse...

écse,
bem aparecida!
E não terás nenhum episódio curioso passado com a Dra. Nazaré que nos queiras contar?

Anónimo disse...

Talvez, Luís Manuel, só que não tenho o teu engenho e arte para o apresentar.
Na verdade, tanto nos brindas com belos textos ou poemas como nos desafias para problemas matemáticos.
Grande nível! Não vou competir, já bastou...

Lobo Sentado disse...

... este cruel destino que me conduz sempre a contundente nega!...

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