Nova ameaça
Chegar à praia pelas 9 horas e ter encontro com o senhor ministro não é para todos.
Já se desconfiava de qualquer coisa. No parque pago, os melhores lugares estavam cativos. Mais à frente após a pequena ponte, chegavam três ou quatro polícias motorizados. Um outro, já a pé, com um papel na mão, parecia dar as ordens.
- Deve ter dado algum corpo à costa...
Mas não. Junto a umas instalações, estava a explicação: o senhor ministro aguardava a formação da comitiva para visitar as instalações da praia.
- Que chatice! E agora como havemos de passar?
- Olha aquela, ali... parece a nossa simpática presidenta lá da terra, toda bem vestida.
- E aquele deve ser da junta de freguesia...
Como o mundo é tão semelhante em toda esta diversidade. Era não só a semelhança dela mas deles todos, engravatados, subservientes, a dar graxa ao ministro...
- Ainda me aparece para aí o Catarino...
- Mas que haverá de tão importante para o homem vir para aqui tão cedo chatear-nos a passagem?... decerto não vai abrir qualquer maternidade tanta raiva lhes parece ter agora...
Efectivamente, não se via nada que justificasse tal presença e tal aparato.
Felizmente, pouco tempo depois, voltaram todos para o lado das instalações. Mesmo assim, o sossego não foi constante na praia. Algum tempo depois, quando este pacífico par estava deitado na areia, um polícia, numa daquelas motas de quatro rodas agora tão vulgar em Ourém, veio fazer um reconhecimento com receio que houvesse armas entre veraneantes tão perigosos...
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