A vitória do Dr. Costa
À primeira vista, parece uma vitória da esquerda, incluindo nela os eleitos do PS, CDU, BE e Roseta, mas temos as nossas dúvidas quanto às alianças que o novo presidente vai procurar.
Este já manifestou algum incómodo por não conseguir maioria absoluta: como o Governo tem vindo a demonstrar, esta é facilitadora das coisas, das medidas anti-populares, do exercício da autoridade. Também já deixou a suspeição de práticas a estar atento na frente Ribeirinha e nos terrenos eventualmente libertados pela deslocalização do aeroporto o que faz pensar em negócios chorudos com a sua vitória. Também já anunciou um conjunto de medidas imediatas para Lisboa, medidas de um pragmático que, em princípio, ninguém recusará.
Admitindo que Roseta, Ruben e Fernandes não apoiarão práticas que visem alienar bens públicos em favor de grandes interesses económicos, alguém se começa a colar ao novo poder e a mostrar como viabilizador das suas medidas: a lista de arguidos, suspeita de deter razoável experiência no assunto. Costa já percebeu e já falou em que fará acordos pontuais o que deixa entender que, possivelmente, até às eleições de 2009, não se passará muito para além das medidas de saneamento financeiro, de restabelecimento do funcionamento de serviços e de recuperação de velocidade de cruzeiro em termos de projectos em curso.
Se a vitória do Dr. Costa não foi assim uma grande vitória da esquerda, ela foi, no entanto, uma grande derrota da direita. A cabeça de Telmo Correia rolou por não ter convencido o eleitorado, um rude golpe para Portas, pouco tempo depois de ter regressado ao poder no partido. Por seu lado, Mendes, perante o desastre das suas hostes, já convocou directas no partido e prepara-se para resistir às facadas. Vem aí mais um show à PSD.
Mas um sinal interessante destas eleições foi a afirmação das listas de independentes. Carmona e Roseta conseguiram eleger cinco vereadores e ambos atingiram votações superiores a 10%. Sem querer diminuir o papel que os partidos devem ter na nossa sociedade, penso que este facto é muito prometedor. Imaginemo-lo em Ourém. Suponhamos que Moura, ainda ferido pelo vitória do Garanhão, em 2009, cria a sua lista e se apresenta a votos competindo com o seu próprio partido. Tenho a firme convicção que ganhará ao adversário da sua área política: não houve alguém que afirmou que para as concelhias do PSD deveria votar todo o povo de Ourém? Mas, ao mesmo tempo, poderia abrir caminho a que outras listas de independentes se apresentassem em Ourém, desafiando o monolitismo conservador das forças estabelecidas e ajudar a que as tradicionais favas contadas para o partido dominante, com uns subsídios para o complemento do centrão, fossem um pouco mais partilhadas...
À primeira vista, parece uma vitória da esquerda, incluindo nela os eleitos do PS, CDU, BE e Roseta, mas temos as nossas dúvidas quanto às alianças que o novo presidente vai procurar.
Este já manifestou algum incómodo por não conseguir maioria absoluta: como o Governo tem vindo a demonstrar, esta é facilitadora das coisas, das medidas anti-populares, do exercício da autoridade. Também já deixou a suspeição de práticas a estar atento na frente Ribeirinha e nos terrenos eventualmente libertados pela deslocalização do aeroporto o que faz pensar em negócios chorudos com a sua vitória. Também já anunciou um conjunto de medidas imediatas para Lisboa, medidas de um pragmático que, em princípio, ninguém recusará.
Admitindo que Roseta, Ruben e Fernandes não apoiarão práticas que visem alienar bens públicos em favor de grandes interesses económicos, alguém se começa a colar ao novo poder e a mostrar como viabilizador das suas medidas: a lista de arguidos, suspeita de deter razoável experiência no assunto. Costa já percebeu e já falou em que fará acordos pontuais o que deixa entender que, possivelmente, até às eleições de 2009, não se passará muito para além das medidas de saneamento financeiro, de restabelecimento do funcionamento de serviços e de recuperação de velocidade de cruzeiro em termos de projectos em curso.
Se a vitória do Dr. Costa não foi assim uma grande vitória da esquerda, ela foi, no entanto, uma grande derrota da direita. A cabeça de Telmo Correia rolou por não ter convencido o eleitorado, um rude golpe para Portas, pouco tempo depois de ter regressado ao poder no partido. Por seu lado, Mendes, perante o desastre das suas hostes, já convocou directas no partido e prepara-se para resistir às facadas. Vem aí mais um show à PSD.
Mas um sinal interessante destas eleições foi a afirmação das listas de independentes. Carmona e Roseta conseguiram eleger cinco vereadores e ambos atingiram votações superiores a 10%. Sem querer diminuir o papel que os partidos devem ter na nossa sociedade, penso que este facto é muito prometedor. Imaginemo-lo em Ourém. Suponhamos que Moura, ainda ferido pelo vitória do Garanhão, em 2009, cria a sua lista e se apresenta a votos competindo com o seu próprio partido. Tenho a firme convicção que ganhará ao adversário da sua área política: não houve alguém que afirmou que para as concelhias do PSD deveria votar todo o povo de Ourém? Mas, ao mesmo tempo, poderia abrir caminho a que outras listas de independentes se apresentassem em Ourém, desafiando o monolitismo conservador das forças estabelecidas e ajudar a que as tradicionais favas contadas para o partido dominante, com uns subsídios para o complemento do centrão, fossem um pouco mais partilhadas...
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