sexta-feira, julho 08, 2005

Boca

É perfumada e faz lembrar o ninho
De um madrigal à sombra dum poema!
Ao vê-la, sinto a perfeição suprema,
A mais alta beleza eu adivinho

Coral que se faz cálix para o vinho
Que dá vida e calor a quem se algema
No imaculado e escultural dilema
De dois braços de mármore e arminho.

Rosa de primavera, altiva e casta,
Estrela que anda aqui pelo universo
Clareando a minha solidão nefasta...

Boca vermelha, onde, mavioso e terso,
De beijos virgens um colar se engasta
Como a palavra “amor” dentro dum verso.

Mendes de Oliveira

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...