O fogo
Floresta espessa a terra toda inteira
Cobria duma viride folhagem:
Partindo-a ao meio a sinuosa esteira
Dum fio d’água rindo, entre a folhagem...
Foi na aza transparente duma aragem
Que a centelha chegou, e fez fogueira.
Tudo caiu nessa infernal voragem,
Na pagada agonia verdadeira.
Vento frio levou a cinza quente;
E ao vir, em um estremecimento,
Renasceu a floresta, mais virente...
Fogo-do-Amor! Ó centelha dum beijo!
ó Floresta do humano sentimento!
Ó chama vã e eterna do Desejo.
Flexa Ribeiro
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