Devido aos muitos pecados que se faziam, na altura eram administrados diversos cursos de cristandade, procurando tornar as pessoas mais bondosas, tolerantes... caritativas...
Todos os homens que o desejassem poderiam frequentar estes cursos. Engenheiros, doutores, soldados, marinheiros, operários ou camponeses todos se podiam inscrever e ir bater com a mão no peito. Contrariamente à instância política, a religiosa era eminentemente democrática.
E, quando saiam, com as almas aliviadas e muito mais puros, tratavam-se com um "tu cá, tu lá", mesmo que antes o tratamento fosse por você ou mesmo por Sr. Doutor ou Sr. Engenheiro. Assim, ficaram conhecidos por "Curso dos Tus".
Em determinada altura estes cursos tornaram-se extensivos às Senhoras.
Então...
… numa tarde em que estávamos a jogar às Damas no nosso canto e o Conde(1) se exibia ao bilhar, fazendo rodar a porta giratória da entrada do Café, entrou esbaforido o P.(2), um distinto comerciante da nossa praça estabelecido quase em frente ao adro da Igreja. Deu com o Ezequiel, o empregado de hotelaria mais paciente que alguma vez Ourém conheceu, e, entusiasticamente, afirmou alto e bom som:
- Ezequiel, meu amigo, a partir de agora a minha mulher também é "TUa".
… numa tarde em que estávamos a jogar às Damas no nosso canto e o Conde(1) se exibia ao bilhar, fazendo rodar a porta giratória da entrada do Café, entrou esbaforido o P.(2), um distinto comerciante da nossa praça estabelecido quase em frente ao adro da Igreja. Deu com o Ezequiel, o empregado de hotelaria mais paciente que alguma vez Ourém conheceu, e, entusiasticamente, afirmou alto e bom som:
- Ezequiel, meu amigo, a partir de agora a minha mulher também é "TUa".
Notas:
(1). Seria Conde ou Duque?
(2). Abreviatura por respeito. Se querem saber a identidade, leiam as memórias do Avião
Este post foi adaptado das memórias do nosso querido Avião aqui publicadas há mais de dez anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário