quinta-feira, setembro 23, 2004

200 000 euros
Foi, de acordo com a RTP, o montante que o ME pagou à Compta por aquela coisa.
Será que se justificaria?
Apesar de sabermos que o PPD/PSD representa os interesses da média e alta burguesia, sempe nos habituámos a considerar nele uma competência elevada, própria de alguém que não toma decisões sem as estudar em todos os aspectos, própria de quem explora o trabalho assalariado para produzir riqueza.
Neste caso particular, era legítimo que o Governo tivesse analisado até que ponto aquele montante era justificado por benefícios.
Façamos umas contas, naturalmente incorrectas porque não dispomos de toda a informação.
Trabalhemos em contos, é mais sugestivo, ainda é difícil ter a dimensão do euro.
Admitamos que os custos eram só aqueles, portanto 40000 contos. Admitamos que não houve mais trabalho imputado por pessoas do ME, que não houve mais qualquer custo.
Ao que parece, foi a senhora ministra quem o disse, o resultado pretendido vai ser feito à mão pela equipa da casa. Quantos serão eles? Quanto ganharão?
Como não temos uma resposta, vamos pôr hipóteses. Admitamos que cada um daqueles funcionários públicos ganha 400 contos por mês e admitamos que o exército que vai tratar o problema é constituído por 100 elementos que terão alocação integral a esta tarefa na semana em causa. Virá:
Custo da solução ME: 400 contos / 4 * 100 = 10000 contos
Isto é, nas novas condições o ME só gastará 10000 contos. Portanto, se aquele salário estiver correcto (e parece-nos demasiado elevado), terá uma margem de manobra que lhe permitirá utilizar até 400 funcionários para gastar o mesmo que gastou com a Compta.
O que isto significa é que o ME não fez previamente contas que, a não existirem outros benefícios claramente expressos, levariam à rejeição daquele fornecedor.
O governo PSD/CDS aparece-nos assim como uma coligação liberal no pior sentido da palavra. Liberal não para produzir riqueza, mas em termos de deixa andar, desde que isso se traduza em os dinheiros públicos serem canalizados para empresas da média e alta burguesia.
O PSD vê-se assim mergulhado no turbilhão de mediocridade que caracteriza a política em Portugal.

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