sexta-feira, maio 28, 2004

E à direita?
Sou sectário, não ponho no meu blog nenhum link para o programa ou os candidatos da direita. Quem quiser que os descubra.
Apesar de tudo, devo dizer-vos que aprecio algumas dessas pessoas e alguns aspectos do discurso. Aprecio aquela ideia de que a Economia deve ser eficiente, estou de acordo quando se diz que uma empresa não tem de ser uma instituição de caridade, aplaudo quando se procura mais segurança para o cidadão.
Mas, meus amigos, trazer a insegurança do desemprego, abocanhar os descontos para a segurança social de quem trabalha a favor de interesses de sociedades financeiras não faz parte dos meus ideais.
Por isso, ignoro a propaganda da direita.
E, como disse, aprecio algumas pessoas.
O Prof. Marcelo, por exemplo, é um comunicador extraordinário. Durante muito tempo, esperei pelas suas intervenções na TVI, agora acho-o um pouco cansativo. A sua aula sobre o 25 de Abril foi excelente. É uma pessoa de direita, mas é pela liberdade, respeito-o.
Freitas do Amaral é outro político de direita que, após a derrota nas presidenciais, tem tido uma prática digna de registo. Mesmo antes, a sua clarividência, expressa nos seus discursos na Assembleia, era de realçar. É uma pena que um partido tão democrata como o que ajudou a formar não tenha capacidade para o integrar.
E Pacheco Pereira? É o que mais aprecio. A sua fisionomia lembra-me sistematicamente a de Karl Marx e, por vezes, a sua prática também. Marx, aos dezoito anos, já tinha escrito um livro em que criticava os hegelianos. Pacheco, perto dessa idade, editou uma história do movimento operário em Portugal. Um pouco mais velho, Marx escreveu o Manifesto do Partido Comunista. Pacheco não lhe ficou atrás. Há anos editou uma biografia de Álvaro Cunhal que, como sabem, foi um grande dirigente do nosso Partido Comunista. Finalmente, Marx escreveu a sua obra principal, o Capital, parte da qual teve uma edição póstuma. Que estará Pacheco a fazer? Quantos anos demorará uma nova obra a ver a luz do dia?
Em contrapartida, a direita tem aberrações anedóticas. Aquele Telmo Correia, aquele Guilherme não sei quantos, como é que alguém dá um mandato àqueles seres? Só o compreendo por disciplina partidária.
Olho para os candidatos de direita. Apesar daquela carinha simpática e lutadora que está ali para o quarto lugar, nenhum terá o meu voto, porque não o merece.

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