sábado, maio 29, 2004

O encontro anual


1945.
Faltavam três anos para poder nascer e ainda não estava decidido onde iria ser a próxima passagem. Uns anos atrás, Kripton tinha explodido e os seus dirigentes enviaram uma nave para a Terra onde o seu filho foi acolhido. Esta era assim uma hipótese, mas estava em guerra o que não me agradava nada. Por essa altura o do bigode curto e braço estendido combinava uma saída airosa com a secretária para não enfrentar o veredicto da humanidade. É neste contexto que deparo com o que o pai de um distinto oureense escreveu no Notícias de Ourém e era mais ou menos assim:
"numa terra da América, um grupo de amigos reunia-se todos os anos num almoço, mas a morte fora-os levando um a um até que ficou apenas o último que, no entanto, continuou a almoçar no mesmo dia e no mesmo sítio em que se juntava com os amigos para perpetuar a paz e a estima que deveria existir entre os homens... se todos os ourienses deixarem de cumprir o seu dever, não comparecendo ao nosso almoço anual virei eu aqui ou a outro sítio, todos os anos, e almoçarei sozinho, pensando em vocês e na minha terra!"
Fiquei decidido. Viria para a Terra, mais propriamente para Ourém, terra do vinho palheto e do carneiro com batatas onde grupos de amigos privilegiavam os encontros anuais bem regados e comidos.
Mas atenção, desta vez não estou a falar no Poço, mas na Casa de Ourém cuja formação e desenvolvimento é reportada no livro Nos 50 anos da Casa de Ourém editado pelo Som da Tinta.

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