sexta-feira, outubro 06, 2006

A continuação do erro

Os senhores autarcas estiveram reunidos e manifestaram-se com um profundo não, de mais de 800 votos num total de oitocentos e setenta e tal votantes, relativamente à nova lei das finanças locais. Fizeram-no através de um documento onde não enunciam qualquer acção de resposta em termos de constestação.
No fundo, consideram que o Governo tem razão quando assume que, em grande parte dos casos, os seus gastos estão feridos de ineficácia, que muito do investimento é podre (destinado às clientelas ou à propaganda eleitoral), mas esperam que haja uma revisão da situação de forma a uma atitude menos radical do executivo (“gastem lá à balda, mas não tanto...”).
Este é mais um daqueles casos em que uma votação, por mais rotundo que seja o resultado, não dá razão ao votante: é que este está a ser juiz em causa própria. Assim, o peso esmagador do seu voto demonstra quão errada está a organização do poder local no nosso país.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Olha que número bonito aí vem...

050050...
é uma espécie de mais 500...
depois, mais 50...
e aonde vai isto parar?
Para a falta de inspiração não há dúvida que é excelente auxiliar.
Haverá os que dirão: o OUREM é tributário dos disparates do presidente David. Talvez não se enganem muito. A criatura, com aquela fixação na destruição das nossas referências (em vez de instalar o núcleo de astronomia no moinho, desactivou-o e ofereceu o equipamento ao CEF!... e este não pagou a pintura nem uma cobertura para o desgraçado), acompanhada pelo não respeito pelas mais elementares normas de educação, eficiência (que lhe provoca constantes derrapagens) e outras mesmo quando as suas acções alimentam o voraz apetite das suas clientelas, acaba por fornecer excelentes motivos para os posts.
As múltiplas faces do OUREM

O OUREM nasceu em Julho de 2003 e começou por publicar artigos aparecidos entrte 1972 e 1975 no Notícias de Ourém e no Ourém e seu concelho, artigos da responsabilidade do seu criador.
Esta fase não se aguentou mais de dois meses. Reescrever os artigos, o seu carácter datado e a ausência de leitores, em breve provocaram uma ausência que durou até aos primeiros meses de 2004. Por esta altura, o entusiasmo bloguístico suscitado pelo Castelo provocou o acordar do nosso blog. Havia um apontador entre os links, havia uma referência, sentimo-nos importantes.
Munidos de máquina fotográfica e de recordações do passado nas décadas de cinquenta e sessenta, percorremos Ourém e publicámos uma reportagem dita saudosista com um apelo decalcado de Marx: “Oureenses de todo o mundo, uni-vos! Andam a destruir a nossa terra...”. Seguiu-se a saudação do 25 de Abril e a participação num encontro de bloggers na Som da Tinta. Recordo uma questão interessante de um participante:”E quando se acabarem as recordações, o que vai fazer?” Eu sabia lá, sentia tanto para dizer...
O projecto “Ourém em estórias e memórias” nasceu por essa altura - não vale a pena descrevê-lo, o seu nome é auto-explicativo - e, em Novembro de 2005, levou à publicação de um livro com recordações de Ourém e com uma crónica relativa à destruição de elementos de referência da nossa geração. No livro, foram integradas participações de vários autores: memórias do Avião, uma história dos bombeiros pelo seu comandante, um inédito do Luís Nuno, um texto do ZéQuim e um poema de uma descendente dos membros do Poço dedicado ao mesmo. Do livro foram feitos 50 exemplares distribuídos pelos amigos do Poço e por outros que manifestaram o desejo de o possuir. Houve ainda ofertas para a Biblioteca, para os dois jornais e para o Café Central que numa primeira fase se tinha prontificado a apoiar financeiramente a sua edição.
Entretanto, o OUREM tinha participado activamente em processos eleitorais e, inclusivamente, o seu criador foi candidato pela CDU nas eleições autárquicas onde procedeu à denúncia da ruinosa política de Catarino e companhia. A crítica aos governos de Durão Barroso e Santana esteve sempre presente e a colaboração com o Sérgio permitiu o acompanhamento da sua passagem pelo parlamento europeu.
2006 trouxe um novo projecto para o blog: reciclar músicas da geração de 50 e 60 e fazê-las acompanhar de pequenas estórias sobre o ambiente em Ourém na época. Esse projecto acompanhou ainda a elaboração de uma antologia poética. É esse disco que vai, na próxima realização do Poço, ver a luz do dia, guardando-se para uma data futura uma decisão sobre os novos textos e a antologia (onde consta um inédito amavelmente cedido pela Carmen Zita).
Quanto ao OUREM, vive a partir do último daqueles tempos em profunda agonia...
Estive para falar em fases ao atribuir título a esta divagação. Mas as coisas foram tão sobrepostas que preferi utilizar o termo faces: sim, o OUREM tem várias faces, embora todas elas radiquem no legítimo desejo de uma política que respeite as referências culturais da nossas terra. Uma utopia, claro!
50000

Vai ser hoje, lá para a parte final da manhã, que chegaremos a este número de acessos.
Confesso que, ao passar ali pelos 40000 e sentir as dificuldades da manutenção, pensei que não iria conseguir. Mas, como já foi dito, a inércia não pode ser desprezada e, só a possibilidade de se dizer algo de importante mesmo que isso não ocorra, fez-me sentir esta satisfação. Isto é, ultimamente, o OUREM viveu de créditos acumulados.
Nada tenho para prometer para o futuro. O exorcismo está consumado, a indiferença está instalada, a desinspiração é a mesma, por isso não há comemorações...

terça-feira, outubro 03, 2006

O Presidente David vira polícia

Agora, a gestão autárquica do concelho já não parece uma responsabilidade da câmara. As actividades (mesmo as de controlo e estratégicas) são confiadas a "empresas credenciadas". Que falham e falham e voltam a falhar...
... é o que se vê aqui.
O presidente, esse, fica sempre bem. Já pode apurar responsabilidades para lavar a sua... Ele é tão inocente! Fica sem culpa nenhuma.
Mas a mim não me engana!
A culpa é toda do executivo camarário que nem capacidade tem para escolher os melhores colaboradores. E lá vai de derrapagem em derrapagem até ao estampanço final...
... que o povo pagará, claro!
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