terça-feira, julho 03, 2007

Existirá uma política de ambiente na câmara de Ourém?


As palavras constantes sobre o ambiente, a proximidade do LiveEarth têm-me transmitido esta preocupação. Ontem, esperava num centro comercial e deparei com esta declaração:
A (nome da organização)
Reconhece que a sua actividade, tal como todas as actividades humanas, tem impactes no ambiente.
Acredita que, nos dias de hoje, um líder de negócios tem igualmente que ser um líder nas questões relacionadas com o ambiente.
Tem como objectivo constituir exemplo no sector imobiliário conjugando o desenvolvimento económico com o desenvolvimento ambiental, potenciando assim a rendibilidade dos seus negócios.
Reconhece que, no âmbito das suas actividades, tem a responsabilidade de ser proactiva no desenvolvimento do ambiente para as gerações actuais e futuras.

Ao seu mais alto nível, assume publicamente um compromisso ambiental, que se baseia nos seguintes princípios orientadores:

Utilizar progressivamente a Eco-eficiência como um dos referenciais de gestão e de competividade.
Conceber, implementar e operar os Centros Comerciais e de Lazer de forma ambientalmente responsável.
Melhorar de forma contínua o desempenho ambiental dos seus empreendimentos, produtos, processos e actividades.
Assegurar a conformidade com a legislação ambiental e outros regulamentos ambientais aplicáveis, adoptando padrões responsáveis nos casos em que a legislação seja omissa ou inexistente.
Definir um quadro de objectivos e metas ambientais, incluindo:
->Melhoria da Informação Ambiental;
->Valorização dos Recursos Ambientais;
->Prevenção da Poluição e Redução das Emissões;
-> Promoção, Divulgação e Participação dos Agentes Envolvidos.
Assegurar que esta Política de Ambiente se encontra documentada, implementada, mantida e comunicada a todo o pessoal e agentes envolvidos.
Assegurar activamente a Divulgação e Promoção da Política e, em especial, dos seus resultados, ao público em geral, e aos agentes envolvidos.
Aprovado pelo Conselho de Administração em 19 de Maio de 1998
Revisto em 2005
Lembrei-me então da nossa câmara. Do presidente David. Não duvido que o ambiente o preocupe. Mas até que ponto é que isso se manifesta na actividade da autarquia? Até que ponto é que pôs em prática a promessa eleitoral de implementação de uma Agenda XXI Local? Se tal acontece, com certeza isso se reflecte na página da autarquia...
Consultei a página...
... nem uma referência à questão ambiental, nem uma vírgula sobre a localização dos ecopontos, Agenda XXI totalmente esquecida...
Eis como uma organização cujo objectivo essencial é a procura do lucro dá uma lição de sustentabilidade a uma organização cuja missão é servir o munícipe.
E por que não o referendo?

Será que os portugueses estão contentes com a integração europeia? Se estão, não há que ter receio, votarão com toda a naturalidade na continuação do processo. Mas, se não estão, não me parece legítimo que se ignore a sua posição e se obrigue os mesmos a irem por um caminho que não desejam só pelo facto de uns iluminados entenderem que esse é o melhor caminho para o país (lá está, a classe dominante chega ao poder e define o seu interesse como universal...).
Poderá ser desastroso o resultado de um processo eleitoral nesta fase? Mas não será pior provocar o desastre mais tarde?
Confesso que não percebo as dúvidas sobre a legitimidade do referendo. Ou melhor, percebo, há o receio de que não seja vencedor e obrigue a rever tudo. Mas o que é isso para os arautos da liberdade e da democracia?
Não me confesso grande admirador dos resultados que a integração europeia teve para o nosso país. Com excepção da rede de autoestradas e da articulação ao nível do ensino superior (embora me comece a parecer que o processo de Bolonha se vá traduzir num empobrecimento dos licenciados em termos de formação, tão apressado foi no nosso país), essa integração levou a consequências negativas na agricultura e pescas, não teve os efeitos esperados a nível de turismo, catalizou os processo de corrupção, criou uma mentalidade de facilidade e de consumismo, influiu decisivamente no crescimento das desigualdades. Hoje, continua a produzir efeitos, ao trazer conceitos como o da flexigurança, cuja aplicabilidade no país, por incapacidade financeira, é bem duvidosa, havendo todas as razões para suspeitar que se traduzirá em muita flexibilidade e pouca segurança, isto é, em mais desemprego, se tal ainda é possível, e portanto tornando a relação salarial ainda mais selvática.
Apesar da minha desconfiança em relação à integração europeia, não vejo hoje grandes alternativas para o país, tal a abertura ao exterior em que este está envolvido. Portanto, sou uma espécie de europeísta tímido. Mas isto não significa que rejeite a realização de um referendo sobre a continuação do processo, bem pelo contrário, creio que ele seria bem clarificador numa altura em que o país já se apercebeu que não é facilmente que vai ter os salários europeus apesar de ter a moeda europeia e, cada vez mais, consumir produtos importados...

segunda-feira, julho 02, 2007

Mais um candidato a ditadorzinho


Já não nos chegava a cambada de delatores que povoam o partido do Governo e lhe fazem chegar as provas dos crimes no Porto, em Vieira do Minho e, com certeza, por outras partes do país. Já achávamos pouco ao autoritarismo de sua excelência, o primeiro ministro.
Agora, percorro as ruas de Lisboa em direcção ao trabalho e sou mimoseado, 33 anos após a "terra da fraternidade" onde "o povo é quem mais ordena", com uma proposta destas. Não é gaffe com certeza. É Negrão em toda a sua pureza...
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