sexta-feira, março 17, 2006

Que dia invernoso!

É chuva por todo o lado.
Não bastou o desastroso comportamento do Glorioso na semana em curso. Há pouco quase tiritava...
Eu que ainda ontem celebrava o Verão...
Será a falada unidade de contrários, discussão tão em voga ali para os lados do Anónimo?
Confesso que isto da dialética sempre me causou monumental confusão, especialmente quando defendida por mecanicistas no mais requintado estilo (o que não se aplica aos participantes na dita discussão...).
Por isso, vou prosseguir na linha mais recente. Sem contrários a chatearem-me. Vou preparar mais uma musiquinha para vos deixar com a data de domingo, mas possivelmente já a poderão ouvir amanhã à noite.
E a verdade é que, neste momento, têm todos os elementos para descobrir qual vai ser. Vamos voltar aos nossos amigos ......... e disponibilizar um MP3 com ..........
Ora façam o favor de preencher os espaços em branco.
Aqueles Verões quase intermináveis

Nazaré...
Terra de mil encontros e outras tantas estórias que hoje não podem ser reveladas.
Aquela esplanada onde a vi quando ela chegou e eu me sentia rejeitado.
Aqueles passeios de mão dada sob olhares curiosos de familiares que se murmuravam: "será que se passa alguma coisa?".
As dores de cotovelo que no dia seguinte levavam distintos a insistente perseguição já que o vilão cometera o atrevimento de se aproximar da dita...
As canções dos Beatles na máquina de discos de braço mecânico lá para o pé do porto.
Os Stones a berrarem que nem uns desalmados nos altifalantes perto das esplanadas.
O fabuloso pão quente à meia noite servido directamente na padaria.
O elevador na lenta ascenção sempre em constante ameaça de se despenhar.
O Fio de Azeite a convidar-me para jantar quando via que as massas não abundavam para este lado.
Os roncos de uma alimária que dormia no quarto ao lado.
A sensação de escaldão numa noite tórrida ouvindo o ruído sistemático do WC público.
A imagem do salva-vidas um dia a ser levado para o mar e a balançar para todo o lado.
O banho das saloias completamente vestidas de negro, saia arregaçada e posteriormente encharcadas.
A pernoita dentro das barracas e na esplanada.
O João das caldeiradas.
Parece que a vida se esgota no Verão...

quinta-feira, março 16, 2006

El duo Dinamico



Ora aqui estão eles e, tal como o seu nome diz, são dois (ao contrário dos três mosqueteiros como podm constatar mais abaixo) Esta era a capa do Perdoname. Lembram-se?
Eu confesso e insisto que não. Apesar de tudo, a história musical constante na Net desmente-me e diz-me que eles andavam por lá. E o som que agora reconheço também.
E tenham cuidado, já que neste Verão podem voltar a encontrar-se com eles como podem ver na página que mantêm com todo o cuidado.

quarta-feira, março 15, 2006

Lápide

Quando eu morrer e tu ficares sozinha,
longe do bafo quente do meu corpo,
tu, a quem eu amei, sei lá por vingança
de Deus,
nessa hora,
olha serenamente a nossa história inútil
e chora...

Rega de pura mágoa a flor do «nunca mais»
(sequer ao menos a flor do «nunca mais»)
e depois morde o chão seivado e semeado
do místico perfume do meu sexo
sepultado...

Miguel Torga
El final del Verano

Parece-me incrível que nenhum dos amigos oureenses do meu tempo tenha reagido ao Perdoname. Era um dos nossos hinos.
Para castigo, retiro a música e viro-me para o oureense alvo trintão...
Lembram-se daquela série da década de 80, com miudagem, na praia, um velhote? Havia uma canção...
No próximo domingo, voltaremos com mais uma pérola da nossa geração.

Oiça El final del Verano

terça-feira, março 14, 2006

Imperdoável descuido

Terão os amigos oureenses daquelas recordações de algo que possuiram noutros tempos e deixaram escapar por descuido, por desinformação...
Aconteceu às minhas (e do meu irmão) colecções de cromos.
Há dias, visitei Tabacaria, um sítio relativo à história da Agência Portuguesa de Revistas e o seu autor conduziu-me a essas e outras colecções, criando-me monumental nostalgia. Que pena ter perdido aqueles retratos daquela época. Vejamos alguns...


segunda-feira, março 13, 2006

Perdão se pelos meus olhos

Perdão se pelos meus olhos
não chegou
mais claridade que a espuma marinha,
perdão porque meu espaço
se estende sem amparo
e não termina.

Monótono é meu canto,
minha palavra é um pássaro sombrio
fauna de pedra e mar
o desconsolo
de um planeta invernal
incorruptível.

Perdão por esta sucessão de água
da rocha, da espuma, o delírio da maré
assim é minha solidão.
Saltos bruscos de sal contra os muros
de meu ser secreto, de tal maneira
que eu sou uma parte do inverno
da mesma extensão que se repete
de sino em sino em tantas ondas
e de um silêncio como cabeleira
silêncio de alga
canto submergido.

Pablo Neruda

domingo, março 12, 2006

Perdoname
Amigos oureenses, como podem apreciar nesta canção, a voz do Tim dos Xutos e Pontapés nada tem de original. Ela já existia na década de 6o com o Duo Dinâmico...
Agora a sério...
Esta é uma das canções a quem o tempo terá feito mais estragos. Já é de difícil audição. A entrada, ultragongórica, a fazer lembrar "You are my destiny" de Paul Anka já não é muito atractiva. A língua arrevesada dos espanhóis também não é simpática. Mas esta canção era fabulosa...
Eu penso que a versão que nós gostámos era um bocadinho diferente. Era mais adocicada, o som era mais rock menos orquestral com o MArino Marini, mas não consigo encontrar essa gravação. Por mais colectâneas que veja da música italiana da época, Perdoname não surge nelas. Porquê?
Esta versão ainda tem alguma força naquele "suplicaaaaaaaaar... perdoname". Por isso, contentem-se com ela.
E perdoem-me se vos desiludi.

Oiça Perdoname


Olhem, finalmente em 14/08/2015, encontrei o Perdoname do Marino Marini:

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