sábado, março 05, 2005

Afinal, os impostos podem subir

Contrariamente ao prometido por Sócrates, o futuro ministro das Finanças já afirmou que pode haver necessidade de fazer o IVA subir.

O IVA é um imposto sobre o consumidor final escondido no preço dos bens. Quando pago pelas empresas, estas têm possibilidade de proceder à sua dedução. O mesmo é dizer que alguns bens comprados pelo utilizador final podem ser sujeitos a um processo de falsa facturação que faça julgar que os mesmos são comprados por uma empresa e assim fugir ao imposto. Como quem possui empresas em geral são os detentores da riqueza, pensa-se que o IVA é um imposto fortemente penalizador das pessoas que auferem baixos rendimentos.

É possível estabelecer alguma discriminação neste imposto, levando a isentar ou associar uma taxa mais baixa a produtos de primeira necessidade e a subir a taxa nos produtos de luxo. Mas esta discriminação pode não ser compreendida e aceite no seio da UE. Veja-se o que aconteceu recentemente com a tentativa de uma taxa mais baixa para fraldas para bebé levada a cabo por Bagão.

Um imposto sobre o consumo talvez fosse mais susceptível de gerar justiça fiscal se não fosse dedutível e se permitisse que as autoridades locais procedessem com total liberdade à fixação de taxas.

Mas, mais uma vez, a perda de soberania ligada à integração na UE, faz com que a utilização de instrumentos fiscais seja extremamente limitada num país como Portugal.

Finalmente, na sua terra



Apesar do estranho comportamento dos soldados americanos...
Ourém, terra de animação e esperança

Ourém tem um fim de semana louco com múltiplos motivos de interesse. Para além do programa do Ourém Cyber Party, há que reconhecer o interesse do ciclo de cinema ligado ao mesmo e não esquecer o jantar com Helder Costa em que vai falar sobre o seu livro Bushlândia.
Aqui deixo uma saudação muito especial a todos os oureenses envolvidos nestas realizações.
Vocês são uma esperança...
Novo governo

16 novos ministros. 16 esperanças.
Tenho que falar nestes moldes. Eu prometi, eu garanti o benefício da dúvida até Setembro. E tenho que respeitar a minha palavra. Mesmo que me pareça que aquelas pessoas têm mais a ver com a direita, com a tecnocracia do que com a solução dos problemas numa perspectiva de esquerda.
Será possível descobrir nelas alguma esperança? Vamos ver, caso a caso.
1. Administração Interna. António Costa. Já não é a primeira vez que passa pelo governo. Cabe-lhe a difícil missão de garantir a segurança dos portugueses. Exactamente como em Ourém se sente que há problemas e a Câmara e os comerciantes se unem para pagar a guardas nocturnos, sentimos que o problema de segurança é grave a nível de país. E que começa a existir uma estranha tendência para, depois de termos estruturas montadas e pagas para resolver os problemas, termos que recorrer aos privados. Efectivamente, é de perguntar: o que fazem a PSP e a GNR, o que justifica a sua existência?, se não garantem a nossa segurança? Conseguirá este ministro pôr as coisas a funcionar como devem?
2. Negócios estrangeiros. Diogo Freitas do Amaral. Fui daqueles que considerou o CDS um partido de fachos. Depois, com o tempo, apreciei o discurso geralmente bem construído e muito claro deste senhor. Fez parte do grupo de quatro melhores dirigentes partidários que tivemos em Portugal. Apesar disso, não deixo de o associar à direita. Assim, vê-lo num ministério num governo com características para durar é a quase garantia de que não vou ter de lhe dar o meu voto numa eleição presidencial. Convenhamos que era difícil de digerir. Essa a minha esperança.
3. Finanças. Luís Campos Cunha. Um homem preocupado com receitas e despesas no orçamento o que significa que vamos ter apelos à consolidação. Apontam-no como um liberal. Garantem que é uma ponte com Vitor Constâncio o homem forte do Banco de Portugal. Fim do sigilo fiscal é uma das suas palavras de ordem. Tem toda a razão, tem que haver transparência quanto ao rendimento dos portugueses, isto é, neste caso, quanto ao que os mesmos alegam ter. Esperemos portanto por maior justiça fiscal e que o caminha para a transparência não seja substituído pelo caminho para a bisbilhotice.
4. Presidência. Pedro Silva Pereira. Tem um ar patusco, este novo ministro, autêntica mão direita de Sócrates. Em que virá a revelar-se para além desta imagem de vassalagem que nos vem transmitindo?
5. Defesa Nacional. Luís Amado. Não é um caso em que possa afirmar-se "antes de o ser já o era". Os militares vão com certeza criar muitos problemas de tal modo que este ministro bem parecido tipo galã de Hollywood, é muito capaz de vir a tornar-se mal amado. Esperemos que acabe com a maluqueira dos submarinos num país em crise, se é que ainda vai a tempo.
6. Justiça. Alberto Costa. Quando cheguei a Leiria, ele estava um ano à frente, quase pronto a entrar para a Universidade. Ao que me diziam era o melhor aluno do liceu. Tinha um ar um tanto campónio, correndo pelos corredores com botas cardadas. Enchia os jornais dos estudantes com artigos seus. Uma verdadeira promessa. Penso que namorava a São, não a que é agora vereadora do PS em Ourém e que também estudava em Leiria, mas uma outra. Voltei a encontrá-lo no ISEG no final dos anos 70 numa equipa em que dávamos matérias de ataque ao sistema capitalista. Penso que a promessa que ele era nunca chegou a cumprir-se. Será agora? Tem pano para mangas. A nossa justiça é uma desgraça...
7. Ambiente. Ramos Correia. Consta que os ambientalistas têm confiança na sua competência reconhecida em termos técnicos e políticos. É claro que não devemos desligar o conteúdo de classe a estas características como a competência. Mas vamos a ver o que poderá fazer num momento em que é preciso uma política para a água.
8. Economia e Inovação. Manuel Pinho. Diria quase: o pinholas... um homem muito ligado ao grupo Espírito Santo. Haverá isenção? Saberá definir uma estratégia para uma economia cuja base de sustentação começa a não se ver. Vai avançar com o choque tecnológico. Mas cuidado, tecnologia sem gestão da mesma é total desperdício.
9. Agricultura e Pescas. Jaime Silva. Quase que se pensou que este ministério iria desaparecer. Efectivamente, se os governos anteriores sob o comando da União Europeia nos destruíram a agricultura, nos destruíram a frota pesqueira e abdicaram da soberania sobre as águas marítimas, o que resta para justificar um ministério? Diz-se que é um homem com profundos conhecimentos da Política Agrícola Comum. Só pode justificar uma esperança muito moderada.
10. Obras Públicas e Transportes. Mário Lino. O cavaquismo e os governos futuros dotaram o país de uma excelente rede de auto-estradas que transformou radicalmente o aspecto da país. A questão das SCUTs tem de ficar esclarecida na legislatura e espero que prevaleça o seu financiamento por quem as utiliza. Surgem projectos como o TGV e o aeroporto de OTA. Serão para já? Ficaria grato a Mário Lino se, ao menos, dotasse Ourém com uma circular.
11. Trabalho e Segurança Social. José Vieira da Silva. Também conheci um Vieira da Silva em Leiria, por acaso excelente pessoa. Mas era António. É curioso como quase todos os que têm os apelidos Vieira e Silva os ligam com "da". Será para sugerir alguma ligação familiar à nossa grande figura das artes. Mas este homem discreto, perto do amigo Ferro, deixa-me a esperança de não me mexer na idade da reforma e eu vou ficar bastante atento.
12. Saúde. Correia de Campos. Um reincidente que não chegou a aquecer o lugar na passagem anterior. Dizem que é pessoa competente e de prestígio. Mas parece-me que não vai acabar, antes vai contribuir para essa promiscuidade essa bagunça entre saúde pública e privada que faz com que sejamos cada vez pior atendidos em hospitais que vêm vangloriar-se que são os que têm os melhores resultados financeiros. Há aqui qualquer coisa errada, não há?
13. Educação. Maria de Lurdes Rodrigues. Trata-se de uma doutorada com agregação em Sociologia que publicou um trabalho sobre a utilização da Internet e de computadores pela população portuguesa. Nada de muito relevante para o lugar que precisa de uma pessoa que se preocupe em dar mais e melhor formação aos nossos filhos e netos. Como fazê-los aprender Português, Matemática e outras matérias? Como fazê-los ganhar métodos de trabalho? A relação com os professores também será outra preocupação importante. Como criar outras condições de trabalho, como dar melhores garantias de trabalho?
14. Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Mariano Gago. Um reincidente prestigiado. Um homem que viu o seu trabalho sobre a sociedade da Informação apagado de um dia para o outro pela equipa de Barroso que começou, quase criminosamente, tudo de novo. Curiosamente, um trabalho que me serviu para reconhecimento de um grau académico por um júri bem difícil. Esperança: um novo estatuto de carreira docente para o ensino superior que garanta estabilidade na relação laboral e que evite que alguém com provas e provas académica possa conhecer o desemprego ao fim de vinte anos de actividade sem um mísero subsídio.
15. Cultura. Isabel Pires de Lima. Uma especialista em Eça, diz-se... que defende a "crioulização" do português. Se se atrever a isto, a minha esperança é que saia na primeira remodelação.
16. Assuntos Parlamentares. Augusto Santos Silva. Tem um ar e um estilo um bocadinho para o arrogante este ministro, também reincidente no governo. A esperança é que, dada a pasta atribuída, não faça grandes disparates.

sexta-feira, março 04, 2005

Vocês, em Ourém, não lhe podiam arranjar por aí um lugarzinho?

Não é querer mal aos oureenses, mas...
Santana volta à Câmara Municipal de Lisboa.
Já é azar. Livro-me dele no governo e aparece-me em Lisboa.
Há tempos, constou que queria fazer terminar o meu comboio de estimação em Algés.
O que é que aquela cabecinha vai trazer mais?
De mala aviada

Ali para os lados de S. Bento anunciam-se mudanças.
Quase todos os dias me confronto com os seguranças de Santana que bem vi nos comícios de Ourém e noutros e agora revejo-os com ar triste e prontos a voltar para a empresa que os colocou. Gente comum igual a tanta outra que encontra na ficha partidária um modo de vida. No fundo, a confiança política chega também aí...
Ainda há dias, uma santanete a recibos verdes veio mostrar a sua mágoa pela desconsideração que o povo lhe tinha feito.
Daqui a dias aparecerão os de Sócrates.
Do meu observatório privilegiado tenho acesso a todas estas movimentações. Dado o cinzentismo e low profile da minha figura é mesmo "ver sem visto".
Clientelismo até dizer chega...

Estarei a ler bem?

Entretanto, já por várias vezes levantámos a hipótese de haver mais oureenses a ocupar cargos na nova administraçao do Estado. Mas Paulo Fonseca, confrontado pelo N.O. sobre esta questao, manifesta algumas desconfianças, embora se sinta esperançado que isso possa acontecer. É que os maus resultados do PS no concelho, como que desobrigam o Partido. É o velho dilema de Ourém: o PS nao precisa de dar porque nada tem a esperar; o PSD nao precisa de dar porque tem garantido tudo. É por isso que, estando no poder seja que governo for, Ourém sabe que tem que lutar mais que qualquer outro concelho (onde as fidelidades partidárias sao mais, digamos, flexíveis) para conseguir a sua atençao.

Isto está escarrapachado nas primeiras linhas do NO online. Isto é Portugal no século XXI. E demonstra que o nosso país está muito doente. Quando é que teremos um governo para todos os portugueses?
Tenho de ir.
Os miúdos já estão à espera...
Memórias do vinil (10)

Fui daqui com aquela ideia de ir ao baú e procurar os discos dos Searchers.
Tive sorte e passei quase uma hora a olhar lá para trás. Afinal eles tinham algumas pérolas: "don't throw your love away", "good bye, my love"...
A certa altura, ouvi aquilo...
Ena, pá! O som era mesmo aquele. Aqueles sons das violas. Aqueles baixos...
Como é possível que tudo tenha mudado tanto e os nossos ouvidos se tenham adaptado de tal modo que o esquecemos?
Amigos oureenses, antes de irem para o OCP ou ouvir o Helder façam isto: procurem os Searchers entre as velharias. Procurem uma maravilha chamada "All my sorrows" e deliciem-se...
Linda manhã!
E o sol promete...

quinta-feira, março 03, 2005

O anti-pandemia anunciado

Apesar de me causar alguma confusão a conversa daqueles sábios que, ultimamente, nos invadem o noticiário, apetece-me utilizar a sua forma de discurso para afirmar: "Temos a certeza que o PSD um dia abandonará a Câmara de Ourém. Só não sabemos é quando".
Ourém no horizonte


Posted by Hello

Conseguirá o novo governador expulsar o famigerado Seis Balas?
Samaritana

Dos amores do Redentor
Não reza a história sagrada
Mas diz uma lenda encantada
Que o bom Jesus sofreu de Amor.

Sofreu consigo e calou
sua paixão divinal
assim como qualquer mortal
um dia de amor palpitou.

Samaritana, Plebeia do Sical
Alguém espreitando te viu Jesus beijar
De tarde quando foste encontrá-lo só
Morto de sede junto à fonte de Jacob.

E tu, risonha, acolheste
O beijo que te encantou
Serena, empalideceste
E Jesus Cristo corou.

Corou por ver quanta luz
Irradiava da tua fronte
Quando disseste ao bom Jesus
“Que bem que eu fiz, Senhor, em vir à fonte”.

Letra e música: Edmundo Bettencourt
(post gamado ao amigo Santa Cita)
Um apontamento sobre o Parque Linear
Por Marco Jacinto

Bom tinha sido preservarem aquela zona pantanosa perto das piscina, umas passagens de madeira assentes sobre estacas e duas ou três plataformas para desfrutar descansadamente do espaço onde as Tiphas dominavam e nao faltavam os cágados e as galinhas de água para completar o quadro.
Tinha sido linear e civilizado!
Preparem-se, a história vai repetir-se...

O presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, garante que em Portugal, a poucos meses da época dos fogos florestais, não foram tomadas as medidas necessárias para evitá-los. Não foram contratados meios aéreos e no terreno não se fez prevenção.
Memórias do Vinil (9)


Sweets for my sweet, sugar for my honey
Your first sweet kiss thrilled me so
Sweets for my sweet, sugar for my honey
I'll never ever let you go

If you wanted that star that shines so brightly
To match the stardust in your eye
Darling, I would chase that bright star nightly
And try to steal it from the sky
And I would bring

Sweets for my sweet, sugar for my honey
Your first sweet kiss thrilled me so
Sweets for my sweet, sugar for my honey
I'll never ever let you go

If you wanted a king to keep you smilin'
I'd tell the sandman you were blue
And I'd ask him to keep that sand a-pilin'
Until your dreams had all come true
And I would bring

Sweets for my sweet, sugar for my honey
Your first sweet kiss thrilled me so
Sweets for my sweet, sugar for my honey
I'll never ever let you go

And if you wanted a love to last forever
Darlin' I would send my love your way
And my love'd not only last forever
But forever and a day
And I would bring

Sweets for my sweet, sugar for my honey
Your first sweet kiss thrilled me so
Sweets for my sweet, sugar for my honey
I'll never ever let you go

(Pomus / Shuman)

The Searchers: Sweets for my sweet. Merecem a referência porque penso que foram responsáveis pelo primeiro vinil que eu comprei. Houve quem os considerasse quase tão bons como os Beatles, eu julgo que estão muito longe. O som tem alguma piada, na viola, mas a canção que eu gosto mais deles só a descobri já quarentão: needles and pins.
Bom dia, amigos oureenses

Hoje não tenho aulas.
Dir-se-ia que podia dedicar toda a manhã ao Ourem.
Mas a inspiração não é grande, ainda há testes para ver e quero ver se me livro deles.
Estarei por aqui. A pensar no que seria uma ida ao mercado para apreciar os queijinhos e o o peixinho fresco, só a pensar...
Até podia dar uma saltada ao Parque linear. Será que hoje vai ficar cheio de lixo?
Esta manhã ocorreu-me que já teria matéria para consagrar o nosso venerado presidente, criando apontador permanente para os posts que se lhe referem no blog. Mas um exame dos mesmos mostrou que eram por demais deprimentes, entristecedores. Ainda me convertia ao PROZAC ou ao Diga Sim.
Bom, se quiserem comentar, façam favor. De vez em quando, venho ver... Logo, talvez haja mais matéria, o NO deve começar a aparecer na NET lá para as cinco.

quarta-feira, março 02, 2005

Desvendado o mistério do autor oureense


A obra Posted by Hello

A edição que eu tenho é de 1971.
Imaginem os saltos que Marcelo Caetano, Silva Pais e Rosa Casaco terão dado ao passar por passagens como esta: "...a integração (europeia, o Mercado Comum) corresponde a um concerto de nações capitalistas em fase de imperialismo".
Terão sido de tal ordem que, algum tempo depois, o Sérgio teve a honra de estar do lado de dentro quando o 25 de Abril abriu as portas das masmorras que aqueles torcionários utilizavam para calar o repúdio popular.
Espreitar



E, de vez em quando, não se esqueçam de espreitar pelo Buraco da Fechadura que nos fala de Eduardo Teixeira Coelho (ainda em actividade com 84 anos!!!)
União Europeia

Será que os meus amigos sabem que a primeira obra na língua portuguesa sobre a União Europeia (no momento, designada por Mercado Comum) foi escrita por um oureense?
Sabem como se chama esse oureense?
Amanhã ou mais logo desvendo o mistério. Até lá, aceitamos respostas...
Memórias do Vinil (8)

Te perdí por cualpa de un error,
te perdí y destrocé mi corazón
y ante ti vuelvo al fin
a llorar y a suplicar.

Perdóname,
he sido ingrato;
perdóname
te quiero tanto
que yo sin ti
no sé vivir mi amor,
que yo sin ti
voy a morir de dolor.

Perdóname,
te necesito;
perdóname,
te lo suplico.
Vuelve otra vez,
recuerda aquel ayer,
vuelve otra vez
a darme tu querer.
Dame otra vez
tu querer.

E quando parecia que a miúda já não nos ligava mais, havia sempre oportunidade para ligar o rádio e pedir algum disco que ajudasse a ultrapassar tão desastroso momento. Perdoname deve ter sido dos que somou maior número de pedidos. Mas vejo que a memória me atraiçoa. É que nunca o associei ao Duo Dinâmico, para mim Perdoname é Marino Marini.
Vem aí o Parque Linear


Uma perspectiva do parque Posted by Hello
Curiosamente em anos de eleições.
Mas esperamos para ver. Por aqui se prova que não é só dizer mal.

terça-feira, março 01, 2005

Será hipotermia?

Está um dia lindo. Já andei ao sol, já almocei...
Desci a Calçada da Estrela, meti-me pela Poiais de S. Bento quase em rota de colisão com os eléctricos, passei pela Rua da Paz, subi a Calçado do Combro, passei pela Travessa do Alcaide, pela Rua do Século e, cá em cima, entrei pela Luz Soriano. Percurso pedonal aqui e ali ensombrado pelo estacionamento em cima do passeio.
Adega do Tagarro. É aqui mesmo.
Lá dentro um amigo esperava-me para falarmos sobre os resultados das eleições e o que para aí vem. O Sócrates fechado em segredo, o pessoal que se cola ao PS.
Quase hora e meia depois, iniciei os procedimentos de regresso, ainda com magnífico Sol.
Mas esta sensação de frio no corpo não me abandona, apesar do capote, da camisola,...
Será que amanhã continuará?
Tremer

Já não sei se de medo,
de emoção,
de frio...
Nem a voz sai bem.
Nem o apontador do rato encontra o sítio certo.
E diz o Instituto de Meteorologia que são temperaturas e ventos normais para a época.
Recomeço de aulas

Ainda não me livrei do mar de testes onde até se pode nadar e já estou em plena actividade com nova disciplina.
Já há alguns anos que as matérias de Informática e Sistemas de Informação foram banidas do curso de Economia desta escola. Acho mal, mas eles é que mandam. Já imaginaram o jeito que o Excel daria ao Marx para explorar os esquemas de reprodução alargada? E Engels? O que ele poderia escrever sobre a situação da classe operária se dispusesse das facilidades das bases de dados!
Consciente da necessidade destas matérias para os alunos de Economia, lancei no mercado local uma disciplina optativa nesta área e tenho mais de 60 estudantes.
Mais de 60! Com a vantagem de que se pode começar lá à frente.
Já conheço de anos anteriores muitos deles e tive esta honra...
O horário é que não é muito simpático: 3 - dias -3 com aulas às oito horas. Quem vai pagar é o Ourem. Como é que eu o vou conseguir manter? Já estou a ouvir o outro: teoria da conspiração...
E agora tenho de ir. Os miúdos já estão à espera.

segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Melhor fora que pensasse naquilo para que lhe pagam

Todos conhecem as opiniões do Dr. Cadilhe sobre a resolução da crise portuguesa: vender ouro, despedir funcionários públicos, enfim, receitas inovadoras.

A verdade é que o Dr. Cadilhe preside à Agência Portuguesa para o Investimento (API) e, em função da sua actividade em 2004, viu o Investimento Directo do Exterior no nosso país cair quase 85%. Um bocadinho mais e estávamos completamente livres deles...

Não é que seja grande entusiasta sobre as potencialidades do IDE para retirar um país de atraso, mas o Dr. Cadilhe devia pensar se aqueles resultados não têm ao menos um pouco a ver com a sua actividade e tirar as consequências necessárias para não se tornar em mais um contribuinte líquido para o nosso défice.
Helder Costa na Davidlândia



No próximo sábado, 5 de Março, a Som da Tinta promove o primeiro jantar literário em que Helder Costa apresentará o seu livro Bushlândia.
E que ninguém leve a mal esta associação de David a Bush. A memória da nossa terra está para David como o fantasma das armas de destruição massiva para Bush: é para abater onde sonhar que exista...
O jantar terá lugar no restaurante Botica. As inscrições poderão ser feitas pelo telefone 249544687
Mais informações no sítio da Som da Tinta.
Dias que abalaram Portugal

No final do artigo relativo aos resultados eleitorais, a Teresa evocou os acontecimentos de 18 de Janeiro de 1934.
Procurámos na Internet algumas referências a essa data gloriosa do movimento operário e deparámo-nos com três entradas interessantes. Uma relativa ao monumento existente na Marinha Grande de homenagem ao acontecimento (que alguns oureenses diriam de inspiração soviética), outra proveniente de Estudos sobre o Comunismo, sob o título Fotos de revolucionários do 18 de Janeiro de 1935 e outra de José Adelino Maltez que consta na sua página Revoltas contra a ditadura e o Estado Novo.
Aqui fica a sua reprodução.

O monumento 18 de Janeiro

O Monumento à Revolta de 18 de Janeiro de 1934 Destina-se imortalizar a revolução armada de 18 de Janeiro de 1934, feito pelos Vidreiros numa tentativa de acabar com as situações de perseguição, exploração, a falta de trabalho que por várias vezes os haviam atirado para a miséria e fome. O monumento faz relembrar o sofrimento, a fome e a miséria em que o povo trabalhador e ordeiro teria passado para que em nome do trabalhador e na defesa social dos trabalhadores, tivesse participado nessa revolução. Constituída por dois blocos, um pedestal talhado com um operário vidreiro armado com a legenda "Homenagem ao Movimento Operário de 18 de Janeiro", o outro que tem esculpido operários a trabalhar o vidro. Trabalho feito por Joaquim Correia e inaugurado a 18 de Janeiro de 1989.
Situado na Rotunda do Vidreiro.

José Soares na prisão do Forte de Trafaria



A Greve Geral de 1934
Greve geral contra a criação de sindicatos nacionais, que teve especial incidência na Marinha Grande, mas que se manifestou também em Almada, Barreiro e Silves. No Poço do Bispo em Lisboa, há rebentamento de bombas. Há corte de circulação de comboios em Xabregas. A central eléctrica de Coimbra é ocupada. Conjugada com uma insurreição militar, organizada por um comité revolucionário político, liderado por Sarmento Beires. Instala-se na Marinha Grande um soviete que poucas horas dura. Os líderes da revolta são conduzidos para um campo de concentração criado na foz do Cunene, no sul de Angola, logo no dia 20. A revolta marca o fim da influência dominante do anarco-sindicalismo nas movimentações operárias portuguesas que, a partir de então passa a receber a coordenação revolucionária do PCP. Com efeito, o remanescente aparelho da CGT vai ser desmantelado pela polícia política do Estado Novo, constituindo o movimento o último estertor do ancien régime sindical.

domingo, fevereiro 27, 2005

Abalar Ourém

Ontem à noite, no Gallery, um filme, protagonizado por Warren Beaty, Diane Keaton e Jack Nicholson, revia a vida de alguém que participou naqueles dez dias que trouxeram mais esperança ao mundo.
Foi bonito ouvir aqueles cânticos e rever aquelas figuras que nos recordavam Lenin e Trotsky. E é curioso que o próprio filme conseguiu mostrar o triunfo da burocracia, na figura de Zinoviev, e algumas consequências sobre anarquistas e outros revolucionários que isso trouxe.
Olhamos para Ourém e perguntamo-nos: alguma vez aquelas pessoas quererão tentar tomar o destino nas mãos?
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