sábado, fevereiro 19, 2005
“O grande problema da esquerda é que as utopias não chegam a ser concretizadas e isso causa enorme desilusão. Basicamente, o centro de meu argumento é que a esquerda prometeu por aproximadamente 150 anos que, quando ela tivesse poder, transformaria o mundo. Mas isso não aconteceu”. A opinião é do sociólogo americano Immanuel Wallerstein, um dos mais importantes cientistas sociais contemporâneos. Wallerstein dirige o Centro de Pesquisas da ultraprestigiosa École des Hautes Études em Ciences Sociales em Paris. O sociólogo concedeu entrevista ao Jornal do Brasil, 23-5-04, na qual faz referência ao neologismo “Utopística”, criado por ele. Nome que também faz parte do seu livro, Utopística ou as decisões históricas do século 21. Petrópolis: Ed. Vozes, 2003.
Wallerstein reconhece que “precisamos de ideais nos quais acreditar, mas temos que ser mais analíticos em relação à realidade do mundo. Esta é a nossa tarefa por excelência, e é o que chamo de utopística. O sufixo ística, na maior parte dos idiomas ocidentais, acaba indicando um fenômeno analítico. Não se trata apenas de fazer escolhas morais, mas fazer escolhas à luz de uma visão realista sobre para onde o mundo está indo e sobre como encontrar meios políticos de se chegar lá”. Para o sociólogo não basta dizer que ‘Um outro mundo é possível’. Diz ele: “O que temos que nos perguntar é: que outro mundo é este que é possível? Temos imaginado utopias desde então e é exatamente o que não devemos fazer. O que devemos fazer é analisar o mundo real, para onde ele está indo e verificar que escolhas concretas podemos fazer”.
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
Vai ser aplicado um novo sistema de entradas nas piscinas municipais, em Ourém. O nosso venerado presidente anunciou esta decisão na última reunião da Assembleia Municipal, lembrando que, a partir do próximo Verão, as pessoas que queiram aceder ao recinto "pagarão unicamente o tempo que estiverem no complexo", o que não sucedia até ao momento.
... Recomeço
Mais uma vez a esperança no amanhã.
Já há vários comprometidos para comentar: O Sérgio que todos conhecem, embora um bocadinho mais tarde, a Teresa, outra utópica, o Byn_Tex, um revolucionário a tender para o anarquista.
E o convite estende-se a todos (Julito, Zé Rito, ZéQuim, AlSimon, ZéDomingos, Vitor, Fred...). Falemos. Só há uma certeza: a nossa terra precisa de nós, temos que a melhorar para os nossos filhos. Usem os comentários, o mail para o endereço que deixei.
Que é que estas eleições vão trazer?
Vão significar alguma coisa para a nossa Ourém?
Vão ajudar à mudança?
Talvez caso único na Europa, as últimas sondagens a que tenho tido acesso atribuem à esquerda consequente (CDU e BE) a possibilidade de uma votação entre 12,8% (JN: 7,6% na CDU + 5,2% no BE) e 14% (Público: 7% + 7%).
Que grande partido seria se aquele pessoal se conseguisse entender e se ainda se atrevesse a ir buscar aquela malta de valor e honesta do PS, do PSD e de outras formações para colaborar na construção da utopia.
E, admiravelmente, a sondagem que o Castelo vem realizando vai apresentando uns resultados animadores, embora o voto nulo esteja muito forte. Representará ela efectivamente a vontade do concelho?
Fonte:A grande fauna
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Um fim de semana em que me será impossível estar por lá.
Fisicamente, porque mentalmente é quase sempre...
Mas seria extremamente interessante conhecer a opinião das pessoas sobre os resultados eleitorais à medida que, no domingo à noite, vão sendo conhecidos.
O que pensam?
Qual a sua importância para o que se vai passar nas autárquicas?
Era engraçado ter as opiniões do Sérgio, do skywatcher, do Jonny, do 1big, do byn_tex, da Fernanda, ...
Se quiserem colaborar, podem utilizar esta via que abrirei desde já.
E que fazer lá para o fim da tarde, depois da euforia da derrota da direita?
Haverá múltiplas interrogações: O que é que eles vão fazer? Será que se vão outra vez esquecer a que lado pertencem? Será que vão minar isto outra vez com os boys?
Há que permanecer vigilante, há que aproveitar a onda para a fazer chegar a Ourém...
Mas, lá para as seis da tarde, é possível desfrutar na Som da Tinta de mais um convívio:
segunda-feira 21 de fevereiro às 18.00
em ourém
hugo santos
poeta
escritor
professor
de raízes em campo maior
e em torres novas
foi professor em ourém
detentor de muitos prémios,
destacam-se apenas alguns:
prémio de poesia mário viegas
prémio miguel torga (romance)
prémio nacional de conto
manuel da fonseca
prémio nacional de poesia
sebastião da gama
poemas de
hugo santos
ditos por jorge lino
nas palavras do poeta, jorge lino é quem melhor diz poesia
em portugal (e o poeta, embora um fingidor…, não mente)
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
Cor:
a esquiva anunciação da mão.
Ave
nave
trémulo e apaziguador
coração de bruma
tão de súbito chegado
que na palma se acolhe
ainda incólume.
(passagem obrigatória pela Som da Tinta)
terça-feira, fevereiro 15, 2005
Jerónimo é a surpresa positiva desta campanha. Em todas as suas intervenções, sente-se o pulsar dos problemas sociais e dos produtores. Parece uma boa pessoa.
Santana lá volta com a conversa da tributação da banca da sua autoria.
Sócrates retoma o domínio do debate e desafia Santana. Este não está rouco, mas está em baixo e na defensiva.
Com Jerónimo de fora, cabe a Louçã defender as posições da esquerda consequente. E fá-lo com a competência que se lhe reconhece.
"O Portas e o Santana fartaram-se de atacar a banca e não há nenhum banqueiro a queixar-se? Vê-se logo que os seus ataques são fogo de vista."
400000 contos perdoados ao Totta e Açores pelo governo demissionário, enquanto o pequeno empresário e o trabalhador por conta de outrem a nada escapam.
Santana: "A isenção está prevista na lei... Eu fui o primeiro ministro a pôr a banca a pagar mais do dobro". PSL tem sempre algum trunfo escondido.
As ruínas da Capela
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
Não deixa de ser estranho, contudo, que em oitenta anos do século XX – do século XX dos mass media e da opinião pública – uma pessoa que viveu a que poderia ser descrita (neutralmente) como uma das experiências espirituais mais importantes do mundo nunca tenha dado uma entrevista sozinha, deixada em frente a dois ou três jornalistas por uma ou duas horas, circulado até quem sabe num circuito de conferências em escolas religiosas que fosse.
(continuar a ler Lúcia de Jesus)
Uma facadinha na relação com o patronato
Já tenho os olhos tortos de tanto teste ver.
Urge fazer uma paragem.
E reflectir...
Ter a consciência que estamos em campanha eleitoral.
Descobrir que já foi publicada a portaria que levará o Medieval ao mercado e que, agora, cumpre aos produtores garantir e defender a qualidade do produto.
Mas estes testes não me saiem da cabeça.
Ontem, no Público, António Barreto atacava os programas partidários relativamente à educação. Atacava por cima, como observador externo.
Eu achava bem que os partidos me respondessem:
- Como vão fazer para que os alunos entrem na UNiversidade a conhecer um mínimo de Matemática? É incrível nada sabem de Estatística...
- Como vão fazer para que os seus conhecimentos de Português sejam bem melhores?
É que, parece-me mais que demonstrado, se a resolução do problema for deixado aos actores no terreno, será cada vez pior.
Por vezes, junto ao Central, estacionava uma furgoneta carregada de livros. Era uma biblioteca itinerante. Entrávamos por ali dentro com sofreguidão em busca de umas horas de evasão. O mais simpático é que, já naquele tempo, podíamos levar os livros para casa e tê-los connosco durante um mês até nova visita.
Tornei-me um frequentador assíduo daquele espaço, até que um dia me disseram: A partir de agora, existirá uma biblioteca em Ourém, serás o sócio número 2.
Que honra! O Dr. Durão era o número 1. A nova biblioteca era perto da casa do Administrador, frente àquele chafariz que ainda resiste à sanha destruidora. Para lá me dirigi e lá continuei a procurar livros para me transportar para outras paragens.
Há dias voltei a encontrar uma daquelas furgonetas estacionada ao fundo da rua D. Carlos. Foi como que um reencontro com a Ourém do meu tempo.