sábado, fevereiro 19, 2005

Ao menos por um dia

deixem-me viver a utopia...
Sem capitalismo, sem desemprego, sem opressão
Uma Ourém livre, limpa, restaurada
Longe dos corruptos, facínoras e outros crápulas
E ainda é sábado?

Manhã passada na catedral do consumo cá da zona. Trata-se do reflexo da sociedade capitalista no seu melhor: um excelente espaço.
Há que proceder ao abastecimento necessário para, amanhã, o dia ser dedicado a saborear a derrota anunciada.
Durante este tempo há uma palavra que não me larga: "utopística". Esta Teresa lembra-se de inventar cada coisa...
Porque não utópica? Porque não utopista? Perdoem a minha ignorância, todos já pensaram alto, eu estou a pensar escrito.
E como me hei-de referir a um amigo da utopia? Será Utopifilo? Ou utopofilo? Termos bastante esquisitos e que não encontro em qualquer dicionário?
O mesmo posso dizer se procurar um termo para os que procedem ao estudos de utopias. Utopilogo? Utopologo?
Não vejo saída para esta dúvida dilacerante.
Utopística

“O grande problema da esquerda é que as utopias não chegam a ser concretizadas e isso causa enorme desilusão. Basicamente, o centro de meu argumento é que a esquerda prometeu por aproximadamente 150 anos que, quando ela tivesse poder, transformaria o mundo. Mas isso não aconteceu”. A opinião é do sociólogo americano Immanuel Wallerstein, um dos mais importantes cientistas sociais contemporâneos. Wallerstein dirige o Centro de Pesquisas da ultraprestigiosa École des Hautes Études em Ciences Sociales em Paris. O sociólogo concedeu entrevista ao Jornal do Brasil, 23-5-04, na qual faz referência ao neologismo “Utopística”, criado por ele. Nome que também faz parte do seu livro, Utopística ou as decisões históricas do século 21. Petrópolis: Ed. Vozes, 2003.

Wallerstein reconhece que “precisamos de ideais nos quais acreditar, mas temos que ser mais analíticos em relação à realidade do mundo. Esta é a nossa tarefa por excelência, e é o que chamo de utopística. O sufixo ística, na maior parte dos idiomas ocidentais, acaba indicando um fenômeno analítico. Não se trata apenas de fazer escolhas morais, mas fazer escolhas à luz de uma visão realista sobre para onde o mundo está indo e sobre como encontrar meios políticos de se chegar lá”. Para o sociólogo não basta dizer que ‘Um outro mundo é possível’. Diz ele: “O que temos que nos perguntar é: que outro mundo é este que é possível? Temos imaginado utopias desde então e é exatamente o que não devemos fazer. O que devemos fazer é analisar o mundo real, para onde ele está indo e verificar que escolhas concretas podemos fazer”.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

O piscinómetro de David

Vai ser aplicado um novo sistema de entradas nas piscinas municipais, em Ourém. O nosso venerado presidente anunciou esta decisão na última reunião da Assembleia Municipal, lembrando que, a partir do próximo Verão, as pessoas que queiram aceder ao recinto "pagarão unicamente o tempo que estiverem no complexo", o que não sucedia até ao momento.
Mas, cá para o Ourem, o que se procura é mais receita...
Uma noite de Domingo em grande...



... Recomeço

Mais uma vez a esperança no amanhã.

Já há vários comprometidos para comentar: O Sérgio que todos conhecem, embora um bocadinho mais tarde, a Teresa, outra utópica, o Byn_Tex, um revolucionário a tender para o anarquista.

E o convite estende-se a todos (Julito, Zé Rito, ZéQuim, AlSimon, ZéDomingos, Vitor, Fred...). Falemos. Só há uma certeza: a nossa terra precisa de nós, temos que a melhorar para os nossos filhos. Usem os comentários, o mail para o endereço que deixei.

Que é que estas eleições vão trazer?

Vão significar alguma coisa para a nossa Ourém?

Vão ajudar à mudança?

Sondagens

Talvez caso único na Europa, as últimas sondagens a que tenho tido acesso atribuem à esquerda consequente (CDU e BE) a possibilidade de uma votação entre 12,8% (JN: 7,6% na CDU + 5,2% no BE) e 14% (Público: 7% + 7%).

Que grande partido seria se aquele pessoal se conseguisse entender e se ainda se atrevesse a ir buscar aquela malta de valor e honesta do PS, do PSD e de outras formações para colaborar na construção da utopia.

E, admiravelmente, a sondagem que o Castelo vem realizando vai apresentando uns resultados animadores, embora o voto nulo esteja muito forte. Representará ela efectivamente a vontade do concelho?

Impressionante


Fonte:A grande fauna

Eis a prova provada de que, mais do que de governos a apoiarem a mensagem da eficácia baseada no máximo lucro, o que precisamos é de governos responsáveis.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Ourem

Um fim de semana em que me será impossível estar por lá.
Fisicamente, porque mentalmente é quase sempre...
Mas seria extremamente interessante conhecer a opinião das pessoas sobre os resultados eleitorais à medida que, no domingo à noite, vão sendo conhecidos.
O que pensam?
Qual a sua importância para o que se vai passar nas autárquicas?
Era engraçado ter as opiniões do Sérgio, do skywatcher, do Jonny, do 1big, do byn_tex, da Fernanda, ...
Se quiserem colaborar, podem utilizar esta via que abrirei desde já.
Uma segunda-feira diferente

E que fazer lá para o fim da tarde, depois da euforia da derrota da direita?
Haverá múltiplas interrogações: O que é que eles vão fazer? Será que se vão outra vez esquecer a que lado pertencem? Será que vão minar isto outra vez com os boys?
Há que permanecer vigilante, há que aproveitar a onda para a fazer chegar a Ourém...
Mas, lá para as seis da tarde, é possível desfrutar na Som da Tinta de mais um convívio:



segunda-feira 21 de fevereiro às 18.00
em ourém

hugo santos
poeta
escritor
professor
de raízes em campo maior
e em torres novas
foi professor em ourém
detentor de muitos prémios,
destacam-se apenas alguns:
prémio de poesia mário viegas
prémio miguel torga (romance)
prémio nacional de conto
manuel da fonseca
prémio nacional de poesia
sebastião da gama

poemas de
hugo santos
ditos por jorge lino

nas palavras do poeta, jorge lino é quem melhor diz poesia
em portugal (e o poeta, embora um fingidor…, não mente)

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

A Cor... para um sábado de reflexão



Cor:
a esquiva anunciação da mão.

Ave
nave
trémulo e apaziguador
coração de bruma

tão de súbito chegado
que na palma se acolhe
ainda incólume.

(passagem obrigatória pela Som da Tinta)
Uma questão pertinente

Amigos oureenses,
onde é que, segunda-feira, se há-de comemorar a derrota da direita?
Que pena eu não poder sair daqui: o patronato não me perdoaria...
Manhã de muito frio

Mas voltei e voltarei enquanto as forças o permitirem.
Tal como ela e muitos outros também eu tive a voz interior que me disse: "vai e escreve sobre Ourém".
Tenho esse direito.
Tenho o direito de expressar as minhas dúvidas sobre tudo o que os outros me derem como certezas. Ao fazê-lo não estou a ofender ninguém. Este espaço é meu. Só o visita quem quer.
Assisti comovido a pequena parte das cerimónias. Aquela bonita história acompanhou-me durante mais de cinquenta anos. Faz parte de mim, assim aquele momento foi como que o acabar de uma era.
Mas não posso negar que estou cheio de dúvidas.
E não é por as expressar que qualquer agente da inquisição tem o direito de se sentir envergonhado ou de me querer calar. Deverá sentir-se envergonhado é por não ter capacidade para suportar as dúvidas dos outros.

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Bom, agora vou ver o resto do debate descansado.
Amanhã, contra a vontade do Paulo Sousa, voltarei, se Ele permitir...
Ensino básico e secundário

É óbvio que a estabilidade do corpo docente é uma necessidade vital.
Mas, na óptica deste humilde comentador, fundamental é diminuir o número de alunos por professor de forma a poder transformar um ensino de massas numa relação em que o docente conhece todas as qualidades e problemas dos discentes.
Não sendo contra o ensino privado, há que acabar com a maluqueira da privatização para gerar negócio.
Idade da reforma

Sócrates: desincentivar as pré-reformas; não defende o aumento legal da idade da reforma. Respeitar os direitos adquiridos dos que estão a descontar há mais de 30 anos. Ufa! Que alívio...
Santana: os que têm mais de 35 anos devem poder optar; outros devem ser estimulados a trabalhar mais uns anos.
Louçã: em desacordo com os anteriores. Alterar as regras de financiamento. Promover os que estão abaixo do salário mínimo. É errado aumentar a idade da reforma. As pessoas podem escolher a forma de viver (passear, trabalhar uma ou duas horas...). Pode ser alterada a parte descontada para a segurança social pelas empresas em função da intensidade do capital.
Portas: não é a favor do aumento da idade da reforma (pudera, os votos que ele perdia...). Vai pagar em subsídio de desemprego aos novos o que desconta aos mais velhos (inteiramente de acordo...).
Jerónimo: dedo na ferida em relação às reformas antecipadas.
Mas porque é que esta gente não explora mais a ideia do Louçã?
A voz do povo

Jerónimo é a surpresa positiva desta campanha. Em todas as suas intervenções, sente-se o pulsar dos problemas sociais e dos produtores. Parece uma boa pessoa.
Santana lá volta com a conversa da tributação da banca da sua autoria.
Sócrates retoma o domínio do debate e desafia Santana. Este não está rouco, mas está em baixo e na defensiva.
Abandonar o governo?

Sócrates define o duplo carácter da coligação.
"Para Santana, a coligação é uma sociedade anónima, ninguém é responsável.
Para Portas, a coligação é uma sociedade por quotas."
Portas: "Olhe que eu nunca abandonei o governo". Nem quer abandonar, juntamos nós.
A dupla responsabilidade de Louçã

Com Jerónimo de fora, cabe a Louçã defender as posições da esquerda consequente. E fá-lo com a competência que se lhe reconhece.
"O Portas e o Santana fartaram-se de atacar a banca e não há nenhum banqueiro a queixar-se? Vê-se logo que os seus ataques são fogo de vista."
400000 contos perdoados ao Totta e Açores pelo governo demissionário, enquanto o pequeno empresário e o trabalhador por conta de outrem a nada escapam.
Santana: "A isenção está prevista na lei... Eu fui o primeiro ministro a pôr a banca a pagar mais do dobro". PSL tem sempre algum trunfo escondido.
O demagogo Portas

Lá vem com o rol de conquistas, o grande salvador de postos de trabalho.
Até que ponto estes postos correspondem a produção de riqueza?
Acusa Sócrates de ser pouco sério em termos intelectuais. Esta é muito forte, e Sócrates fica calado.
Portas parece uma matraca faladora...
Sócrates em grande

Portas quer os louros da primeira baixa nas taxas do IRS. Um brincalhão...
Sócrates dá uma monumental desanda na política de direita que conseguiu as taxas de crescimento mais baixas.
Santana replica com a curva de confiança.
Sócrates e Louçã aparecem em grande forma. Santana e Portas mostram caras de pau enquanto o líder do PS parece dominar o debate, ele manifesta uma confiança que nunca lhe tinha encontrado anteriormente.
Jerónimo está em baixo...
Os cinco

Eis tudo a postos para o grande debate.
De um lado, Santana e Portas.
Do outro, Sócrates, Jerónimo e Louçã.
Seria engraçado que isto correspondesse a uma identidade de objectivos.
Lá se vão as ruínas


As ruínas da Capela Posted by Hello

A Câmara procedeu à sua aquisição simbólica por um euro e vai desencadear as obras de recuperação necessárias em ordem a tornar ali possível o culto religioso.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Lúcia de Jesus

Não deixa de ser estranho, contudo, que em oitenta anos do século XX – do século XX dos mass media e da opinião pública – uma pessoa que viveu a que poderia ser descrita (neutralmente) como uma das experiências espirituais mais importantes do mundo nunca tenha dado uma entrevista sozinha, deixada em frente a dois ou três jornalistas por uma ou duas horas, circulado até quem sabe num circuito de conferências em escolas religiosas que fosse.
(continuar a ler Lúcia de Jesus)

Uma facadinha na relação com o patronato

Já tenho os olhos tortos de tanto teste ver.
Urge fazer uma paragem.
E reflectir...
Ter a consciência que estamos em campanha eleitoral.
Descobrir que já foi publicada a portaria que levará o Medieval ao mercado e que, agora, cumpre aos produtores garantir e defender a qualidade do produto.
Mas estes testes não me saiem da cabeça.
Ontem, no Público, António Barreto atacava os programas partidários relativamente à educação. Atacava por cima, como observador externo.
Eu achava bem que os partidos me respondessem:
- Como vão fazer para que os alunos entrem na UNiversidade a conhecer um mínimo de Matemática? É incrível nada sabem de Estatística...
- Como vão fazer para que os seus conhecimentos de Português sejam bem melhores?
É que, parece-me mais que demonstrado, se a resolução do problema for deixado aos actores no terreno, será cada vez pior.
O reencontro

Por vezes, junto ao Central, estacionava uma furgoneta carregada de livros. Era uma biblioteca itinerante. Entrávamos por ali dentro com sofreguidão em busca de umas horas de evasão. O mais simpático é que, já naquele tempo, podíamos levar os livros para casa e tê-los connosco durante um mês até nova visita.

Tornei-me um frequentador assíduo daquele espaço, até que um dia me disseram: A partir de agora, existirá uma biblioteca em Ourém, serás o sócio número 2.

Que honra! O Dr. Durão era o número 1. A nova biblioteca era perto da casa do Administrador, frente àquele chafariz que ainda resiste à sanha destruidora. Para lá me dirigi e lá continuei a procurar livros para me transportar para outras paragens.

Há dias voltei a encontrar uma daquelas furgonetas estacionada ao fundo da rua D. Carlos. Foi como que um reencontro com a Ourém do meu tempo.

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