Mais um falso sequestro

Em vão procurei os candidatos à presidência da Câmara e da Assembleia Municipal nos dois últimos dias por Ourém. Pelas minhas contas era uma boa altura para começar a chegar às pessoas, a divulgar propostas, a dizer o que está mal e como pode ser corrigido.
Tirando uma singela representação do PS que me deu um papelinho a dar os parabéns com o nome de Paulo Fonseca não encontrei absolutamente nada.
Que se passará? Estarão convencidos que o contato de última hora é suficiente? Ou que já estará tudo decidido? Ou, à imagem das divertidas turistas, terão sido "sequestrados"?
Quer isto dizer que, em Ourém, a campanha ou melhor pré-campanha nem morna está...
Enfim, vou-me embora de mãos a abanar...

Terceiro ciclo Búfalo

Arrancou hoje, no Passagens, o terceiro ciclo Búfalo. Aí poderão saber como em determinado momento do ano, os «saguaros» abrem em flor e podem embriagar-nos, ou deliciar-se com uma pérola como esta:

Em pleno deserto, perseguida por uma nuvem de poeira, a diligência rodava entre os enormes catos e os sinais das patas de um ou outro animal extraviado nos miseráveis pastos do alto Gila River.
Balouçado pelos solavancos da carruagem, alheio aos gritos do condutor e ao barulho das portinholas desengonçadas, o senhor Walter Autry dormitava a um canto, deixando que a poeira do caminho fosse formando nas pregas do seu melhor fato pequenos sulcos amarelos.
Do outro lado da velhíssima carruagem, cujos forros interiores estavam comidos pelo Sol, pelo vento e pela poeira, Stela Autry pousava os lindos olhos azuis na figura de seu pai.
A posição que cada um ocupava poderia ser tomada como símbolo dos seus estados de espírito: O senhor Autry ia sentado na direção da marcha do veículo, de frente para as terras que pareciam vir ao seu encontro – quer dizer, para o futuro. Stela contemplava a longínqua linha do horizonte que ia ficando para trás – dir-se-ia que olhava para o passado.

Desprezo

Há dias, o Notícias de Ourém publicava os programas das diversas candidaturas. Tentei, mas não li. Os textos pareceram-me tão pobres, tão elaborados à pressa, tão decalcados de outras ocasiões. tão comprimidos para caber..., que lê-los era enorme sacrifício a que não me sinto obrigado. Tenho o dever de me informar, mas os candidatos têm de fazer um mínimo de esforço para chegar ao eleitor com alguma agradabilidade e não como um maço pesado de promessas.

Mas esta maneira de chegar às pessoas faz-me pensar numa outra questão que, por ser recorrente, me parece merecer uma certa atenção. Percorro quase todos os dias os blogs de Ourém através do Miradouro (obrigado, Fred!). Neste percurso, deparei-me com o facto de imensos bloggers deixarem questões aos candidatos. Foi o Bisca de três que convidou o executivo camarário a demonstrar como chegou ao grau de cumprimento de 2/3. Foi o Loucura Política que elaborou questões para todas as candidaturas. Nós próprios deixámos questões aqui no OUREM.

Ninguém mereceu uma resposta das candidaturas. Fosse ela qual fosse...

Isto pode não ter muita importância. Quem é este miserável blog para exigir uma resposta? Pensas que alguém perde tempo a ler as tuas perguntas de m...?

Mas a generalização parece querer dizer uma coisa. É que o desprezo que agora manifestam já anuncia, apesar das lindas palavras de propaganda, o ignóbil desprezo com que, uma vez no poder, brindarão o munícipe.

Anda comigo

E como estará esta nossa Ourém?
Apetece-me dizer a alguém:
                                       Anda comigo
                                       Vamos pela estrada fora
                                       Anda ver a tua terra
                                       Como está bonita agora...
Isto lembra-me uma canção doutros tempos.
Será que já estragaram tudo? A avaliar pela publicidade, há enormes melhoramentos, há projetos para tornar o concelho maior (?).
Mas aqui fica o faduncho. Quem canta é um cantor e fadista viseense de nome Gabriel Carlos que também é o viola, e na guitarra portuguesa está Armindo Fernandes.



Anda comigo
Vem por vales e ladeiras
Neste carro tão antigo
Onde cantas as guizeiras
Cheios de graça
Vê quanto garbo e beleza
Há num cavalo de raça
Mas de raça Portuguesa
E lado a lado, até parece
Que vão a bater o fado

Anda comigo
Vamos pela estrada fora
Anda ver a tua terra
Como está bonita agora
Traz o chicote
Dá com ele dois estalos
Que não há espada que valha
O trote destes cavalos

Anda comigo
Porque vais gostar deveras
Por aqui também andaram
Marialvas e Severas
Veste a samarra
Põe o teu chapéu de lado
Traz contigo uma guitarra
E vamos cantar o Fado
Depois dirás, mais uma vez
Como isto é lindo, é Português