sábado, setembro 17, 2005

O que eles prometem

O NO começou a publicar as linhas programáticas dos candidatos à Câmara de Ourém. Esta semana as associadas a Catarino e Alho. Para a semana, as da CDU (representada por este vosso humilde servidor) e as do CDS (Sandra).
Já todos conhecem o que penso destas propostas e do que julgo serem as suas insuficiências e defeitos, por isso, não vou massacrá-los mais com o assunto.
Só gostaria de deixar um pequeno reparo.
No nosso caso, não são promessas, mas sim propostas que representam verdadeiros compromissos com o eleitor. O que é um pouco diferente de promessa...

O retrato de Françoise Hardy



Pensamos que ninguém nos conhece.
Andamos descontraídos por Ourém e, de repente, alguém pára ostensivamente à nossa frente.
- Não me conheces?
Claro que a conheci logo.
A Lena. A miúda mais espevitada do Fernão Lopes, cujo pai, com uns 80 anos, ainda se deslocava por Ourém numa espécie de bicicleta com um pequeno motor.
Sempre sentadinha na primeira fila com muita atenção às aulas. Mas...
Um dia, teve o arrojo de interromper uma aula, virar-se para a turma com um disco na mão e...
- Sabem quem é? A Françoise Hardy... Gira, não é?
Sempre irreverente, ela prosseguiu:
- Este retrato tem um segredo: todos os que o viram neste momento manterão o mesmo espírito e forma e todos os seus pecados e dislates serão absorvidos por ele. Assim, quem envelhecerá será o retrato e nós ficaremos eternamente jovens...
Perante isto, só podemos dizer: Lena, mostra-nos o retrato da Françoise. Ou será que já o perdeste? É que eu sinto-me cada vez mais velho...
Fraquejar

Parecemos detentores de monumental tenacidade, possuídos pelo espírito da mudança e basta um pequeno facto, cuja solução pode estar à vista, daqueles que não acontece só aos outros, para nos recordar a nossa contingência, a nossa qualidade de humanos de efemeridade incontornável.
E desmotivamos.
E sentimos afrouxar essa força que nos conduziu nestes dois anos. Há coisas simples que ocorrem no momento certo e tornam-se bem complexas...

sexta-feira, setembro 16, 2005

A minha relação com Fátima

No "Notícias de Fátima", há um texto deste candidato CDU. Ainda só tive acesso ao documento electrónico que é um resumo do mesmo e onde não consta a crítica à acção prevista pela autarquia relativamente ao projectado Parque de Negócios. Oportunamente, verei a edição impressa.
Os meus agradecimentos aos responsáveis daquele jornal pela publicação e atenção...
Mais um esquecimento imperdoável

Ao passar junto ao portão do Jeremias, um amigo veio cumprimentar-me.
Saudei-o, falei-lhe e, no final deixou-se fotografar para o blog. Quase o podia ter trazido comigo.
Cheguei a casa e apercebi-me que tinha esquecido o cabo de ligação da máquina.
É imperdoável num candidato responsável. Mas acontece, tem a ver com o peso da idade. Lá para sexta ou sábado da próxima semana conhecerão esse amigo...
Tertúlias do Central - 2

E lá estivemos pela manhã com os amigos oureenses que nos honraram com a sua presença. Tudo muito calmo e informal. Sempre procurando não criar qualquer melindre e não estragar as vendas ao responsável pelo estórico espaço.
Revi pessoas com quem já não falava há uns quarenta anos, voltei um pouco aos tempos de menino com recordações do Largo de Castela que afinal os outros também trazem consigo e não conseguem perder. Eu a pensar que saudosismo de tal ordem só podia existir em mim...
Foi bom.
Na próxima semana continuaremos e vamos visitar outros espaços.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Todos têm múltiplas razões


Eles sabem que nós nunca os enganaríamos Posted by Picasa

Amigos oureenses, contrariamente ao que estão a pensar, só votando em nós é que o vosso voto não é perdido.
Experimentem. Deem-nos uma oportunidade...
A fotografia perdida


Uma nova oportunidade Posted by Picasa

Esta foto tinha ficado por Ourém na última estadia. E que representa?
Não se trata, propriamente, de convencer nuestros hermanos a restaurar este belo edifício e a pôr cá uma delegação da Zara, como fizeram em Leiria, mas a verdade é que a minha sensibilidade diz-me que estamos perante um imóvel de interesse municipal que a miserável política dominante tende a deixar degradar-se até à ruína fatal.
Com a CDU seria bem diferente...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Uma candidatura amiga da cultura


Além das palavras, são precisas acções Posted by Picasa

... e ainda:

criar condições para a deslocação regular de oureenses para assistir a espectáculos de teatro, bailado, ópera, música clássica...

Da importância dos espaços de encontro
Por Marco Jacinto

Ainda há dias lia no livro "Mémoire de singe et paroles d'homme" de Boris Cyrulnik, um psiquiatra e neurologista, a importância da existência de espaços de encontro como aqueles que sempre existiram, como os fontanários associados ou não a praças onde a dinâmica social assumia especial importância, onde a oralidade com as suas estórias/história, experiências e tudo o mais que ali se proporcionasse constituia no fundo aquilo que é a humanidade onde quer que ela esteja (além do seu papel incontornável na constituição da identidade e coesão da comunidade e tudo aqui implicado) um depósito permanente de conhecimento que gerações e gerações vão acumulando.

(em comentário ao post "Desfrutar as localidades onde vivemos")
Desfrutar as localidades onde vivemos

Há alguns anos, as vias de circulação que atravessam as localidades do nosso concelho eram verdadeiros pontos de encontro dos seus habitantes e seus ajudantes incontornáveis num dia a dia, em certos aspectos, romântico e lúdico e, noutros, relativamente duro.

Eram caminhos não asfaltados, por vezes, em pedra, por onde as pessoas circulavam a pé, em bicicleta, em cima de carroças e onde se dava aquele formidável convívio da vizinhança e da interajuda. Tinham ainda a particularidade de parecer aquelas cidades do Far West onde existia uma única rua e as casas se dispunham de um e outro lado ao longo da mesma.

O desenvolvimento transformou completamente este estado de coisas, embora não tivesse alterado substancialmente a configuração.

Não sei o que deu na cabeça aos nossos políticos que, em vez de construirem as vias de circulação em torno das localidades com pontos de entrada chave, oportunisticamente aproveitaram-se das vias existentes e transformaram-nas em estradas de uma rede onde se circula a alta velocidade e, onde, como dizemos aqui, saímos de casa, pomos um pé de fora e estamos no meio da mesma prontos a levar com automóvel ou camioneta em cima.

A candidatura CDU compromete-se a modificar este estado de coisas e a devolver a todas as localidades do nosso concelho uma vivência com uma componente pedonal prioritária.

Vamos aproveitar estrategicamente a obrigação de limpeza florestal até cem metros do perímetro urbano das localidades, articulando-a com o desenho de um conjunto de vias que interligue as localidades do concelho e permita que se passe pelas mesmas sem perturbar a vida dos seus habitantes. Imagine-se um anel de asfalto em torno das localidades a partir do qual sai a estrada para as localidades adjacentes - que poderá ser a actual - e onde existirão pontos de entrada conducentes a parques de estacionamento.

No centro, o asfalto dará lugar à calçada, a esplanadas, a árvores frondosas e a pessoas que terão maior tendência para falar e para desfrutar o lugar onde vivem.

Imagine-se a nossa avenida sem aquele trânsito caótico.

Isto não é possível com as outras candidaturas, mas é-o com a CDU.

terça-feira, setembro 13, 2005

Gostar mais da nossa terra e da língua que partilhamos



Também acredito que adorarão ver os vossos filhos entusiasmados com um concurso anual que considerará os seus textos (em prosa ou verso) e os seus desenhos e os publicará para deleite deles próprios alguns anos passados...
Primeiro Esboço


Para daqui a quatro anos Posted by Picasa

Amigos oureenses, eis o primeiro esboço, sujeito a revisão (para melhor, entenda-se) daquilo que em termos de utilização de sistemas de comunicação e informação poderemos apoiar a construir se nos concederem o vosso voto. É um projecto a três / quatro anos onde, naturalmente, o primeiro obrigará ao respeito pelos compromissos da anterior gestão e sua revisão e negociação.
E as imobiliárias, as construtoras...?

... claro que contamos com todos e logicamente com a sua experiência para nos ajudar a Restaurar Ourém por todo o concelho e a implementar um programa de manutenção da nossa habitação tradicional por aqueles becos e ruelas das nossas localidades, dando-lhes uma nova função e mantendo-lhes o testemunho histórico relativamente ao modo de como foi a vida dos que por lá passaram...
Há obra, logo...

Ontem, no debate Prós e Contras, da RTP1, muitas vezes pareceu surgir esta ideia como legítima: “Há obra, logo perdoa-se-lhe o clientelismo, a corrupção, o favorecimento da especulação...”.
Reconheço que a consciência que se começa a desenhar acerca dos problemas associados ao financiamento das autarquias, pode ajudar a resolver o problema, a prazo. Mas que fazer até lá?
Na minha opinião, em Ourém, o problema nem se põe. Se há obra na nossa terra, é de destruição em favor dos ditos... que beneficiam com...
Portanto, nem é legítima uma comparação com Oeiras, onde para muitas pessoas hoje se põe aquele dilema.
E na nossa terra não há obra porque grande parte dos elementos que terão surgido da acção de Catarino são não-obra, são orientação errada de recursos.
Amigos oureenses, é preciso apostar numa candidatura diferente, numa candidatura que, eventualmente, consumirá um quinto ou um décimo do actual orçamento camarário, mas o fará com uma orientação de recursos que terá monumental impacto na actividade económica do concelho suportada na pequena e média empresa e na criação de emprego para os jovens oureenses.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Uma clara demarcação

O apoio ao pequeno e médio empresário através do Centro de Desenvolvimento de soluções informáticas que garantirá estágios aos estudantes do concelho e será responsável pelos portais do móvel, do turismo, da saúde e do emprego, pela descentralização administrativa e pela criação da rede digital das bibliotecas do concelho é uma linha de demarcação clara perante outras candidaturas totalmente omissas relativamente à necessidade de um choque tecnológico em Ourém e ao papel que a autarquia pode ter no mesmo...
Memórias etnográficas de Ourém

É um livro de Ana Saraiva, editado pela Câmara de Ourém, que, curiosamente, conheci no dia em que foi sorteada a ordem das várias listas às próximas eleições autárquicas.
Trata-se de uma obra excelente que mereceu uma edição de luxo. Reside aí a minha principal crítica. Apesar do tipo de edição, a letra é excessivamente pequena, densa, acinzentada o que perturba a leitura a estes leitores como eu que já acumularam algum cansaço.
Voltando à obra, não consigo evitar uma questão: como é que a Ana, conhecidas as dificuldades que qualquer autor não consagrado tem, conseguiu a sua publicação?
Reflecti um pouco sobre este assunto e, não querendo tirar qualquer mérito à autora, pensei chegar a uma justificação. Em primeiro lugar e, como razão determinante, temos obviamente a qualidade do trabalho produzido. Mas todos sabemos que diariamente são rejeitados trabalhos de qualidade. Ou porque o mercado não os absorve, ou porque o autor não é consagrado... Olhamos para a Ana e vemos o cidadão comum e não o génio, Saramago, Pessoa, Camões... como justificar esta edição de luxo?
A segunda razão tem a ver com o facto de, profissionalmente, a Ana estar no lugar certo. Ela é funcionária da Câmara, isso ajuda a abrir as portas ao trabalho de qualidade e neste caso procedeu-se à sua divulgação sem alguém se ter apropriado do mesmo, como por vezes acontece...
Em terceiro lugar, eu julgo que o tema foi importante. Esta obra vai ser obra de referência por dois motivos. Assim, todos os que quiserem avançar no estudo da etnografia de Ourém deverão consultá-la, ela é incontornável. Por outro lado, existirá uma tendência para ser considerada como orientadora metodológica: se um concelho diferente quiser fazer trabalho semelhante poderá aperceber-se de como as coisas surgem neste livro e utilizá-lo como guia local. E todos sabemos como é importante ao criarmos e transmitirmos conhecimento a existência de um guia para esse processo.
Finalmente, a obra traz prestígio aos que apostaram na sua edição. E lá está o prefácio de David Catarino e a referência a Vítor Frazão. Felizmente tiveram o bom senso de não pôr lá as fotografias para não a transformarem em mais propaganda, isso tirar-lhe-ia todo o valor. Mas não resistiram à tentação de beneficiar da sua produção...
Deixemos agora a questão: e se a obra da Ana fosse efectivamente uma obra de qualidade, mas ela não fosse funcionária da Câmara e o tema não fosse a etnografia de Ourém e o presidente não se sentisse muito prestigiado por ela. Imaginem que, por exemplo, se chamava "Poesia do desespero" ou "Crónica da destruição de Ourém". Seria publicada? Teria apoios à produção?
É de acreditar que isso não acontecesse. Mas isso demonstra que uma pessoa de valor pode ter destinos diferentes para os seus produtos de acordo com determinadas contingências.
Temos obrigação de modificar este estado de coisas. É preciso que as autarquias apoiem os jovens autores, é preciso que lhes deem visibilidade, é preciso que apoiem a sua distribuição. Esta obra teria venda assegurada na FNAC, na Bertrand, até nos próprios escaparates de livraria do Continente. Tal realidade não pode ser ignorada. Apoiar os não consagrados, sujeitando-os naturalmente a um crivo de qualidade, é o melhor que num concelho se pode fazer pelos seus autores. Se todos fizerem o mesmo, já viram a riqueza cultural a que se chegará no nosso país?
Dentro em breve, teremos de votar para escolher a afirmação ou o esquecimento de políticas que visam apoiar autores não consagrados. Por isso, todos seremos responsáveis pelo que as autarquias poderão oferecer aos nossos filhos.
Termino. Com os parabéns à Ana pela excelente obra que realizou, com os parabéns à Som da Tinta pela sessão de “A...gosto de...” que vai realizar com a autora, concretizando uma divulgação que espero se repita por muitas vezes para autores oureenses e, com certeza, com os parabéns para todos os que na Câmara a apoiaram, independentemente da sua posição e das suas motivações, e nos permitiram chegar a este momento, desejando que novos apoios se repitam.

domingo, setembro 11, 2005

Tertúlias do Central

A partir da próxima sexta-feira, quase todas as manhãs, o Central pode ser palco de animadíssimos debates entre oureenses acerca de qualquer ponto do nosso programa, isto é, dos problemas que afectam a nossa terra.
Mais, a partir desses encontros poderemos melhorar o nosso programa.
Assim, todos ao Central! Lugar de honra de todas as gerações e tendências oureenses...
O orçamento

O anedótico Mendes acusa o governo de Sócrates de não divulgar o orçamento para 2006 pelos receios de perder as autárquicas.
Fico danado com estes argumentos.
Quantas vezes foi o orçamento divulgado antes de Outubro?
O que interessa o orçamento em termos de influência para as autárquicas? Então não são os programas dos diversos candidatos que valem? Será por essa razão que não se conhece uma ideia nova do PSD para Ourém?
Não será que o que Mendes pretende é aproveitar-se do mesmo, da natural impopularidade que será associada, para esconder as insuficiências dos seus programas? Será isto sério?
Sou insuspeito, não apoio o governo de Sócrates, já nem lhes dou o benefício da dúvida, mas não tenho receio em afirmar: oureenses, não os oiçam...
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