Novembro-II e III
Por Sérgio Ribeiro
Esta semana de plenário foi “de loucos”. Vale por duas…
Em Estrasburgo, onde se vive em estressburgo, sinto que esta semana exagerei.
Por duas razões. A primeira, teve a ver com a visita dos meus 25 convidados oureenses (e mais 16 de outras terras do distrito de Santarém); a segunda, foi a verdadeira avalanche de rádios e televisões que, por causa da Comissão Barroso, me procuraram para os ajudar a traçar o perfil do ex-1º ministro português.
A visita foi… emocionante. E muito cansativa. Espero que os reflexos se venham a sentir na comunicação social da “nossa terra” (faziam parte da comitiva representantes dos Notícias de Ourém e de Fátima, da Rádio ABC e de O Ribatejo), pelo que me reservo quanto a comentários. Só quero acrescentar, ao que possam vir a contar-nos, que a resposta aos convites que fiz aos “europeus” que trabalham na instituição para virem ver a exposição de fotos sobre os incêndios e para provar as especialidades da “nossa terra” excedeu as melhores expectativas. Durante e depois das provas com o “palhete” nos corredores do Parlamento Europeu muito se falou do “vinho medieval” que está para chegar… à Europa!
Quanto à votação da Comissão de que tenho aqui falado, motivou que rádios e televisões francesas me tenham procurado insistentemente, e correu como esperava e o resultado foi uma confirmação dos votos de Julho, com reforço da Comissão em relação à votação que tivera o seu presidente. Votaram contra menos 100 deputados e embora se tenha abstido o dobro dos deputados que o tinham feito em Julho, a percentagem dos que não votaram favoravelmente passou de 42 para 34%.
Como em Julho, votámos contra. Porque estamos contra as opções políticas que Durão Barroso e a sua Comissão representam. É a nossa posição.
Pelo meu lado, fiz duas explicações de voto:
1. “(…) A Comissão agora apresentada apenas traduz qual a equipa que vai levar por diante a opções políticas contra que estamos e lutamos.
Se tivéssemos dúvidas, o episódio de Outubro, a convergência pontual que suscitou, fariam com que desaparecessem. Mantém-se, e com mais força, os comissários indigitados que ilustram escandalosamente a promiscuidade entre o poder económico-financeiro e as instituições políticas, o substituto do comissário que tanto beliscou a sensibilidade sobre os direitos humanos de alguns deputados repetiu, nas audições, as mesmas respostas preparadas pelos serviços para o putativo comissário que vinha substituir por causa das declarações que fizera nas audições.
Só podíamos reiterar o voto de Julho, votando contra esta proposta de resolução, e denunciar as mistificadoras oscilações de posição de muitos deputados dos grupos signatários desta proposta de resolução.”
2. “Tendo em conta as razões, estritamente políticas, que nos levaram, em Julho, a votar contra a indigitação de Durão Barroso para presidente da Comissão;
tendo em conta as escolhas e as audições dos escolhidos que levaram à composição da Comissão que irá levar por diante as opções políticas contra as quais estamos e lutamos,
votámos contra a Comissão por, na composição proposta, em nada se terem alterado, antes reforçado, as condições políticas que justificaram o voto de Julho, e ainda por razões que explicitámos na declaração de voto sobre a resolução comum relativa a este assunto,
e reafirmamos a nossa defesa de e luta por outras opções políticas, que possam valorizar as vertentes sociais, regionais e ambientais, o objectivo sempre preterido da coesão económica e social.”