domingo, novembro 18, 2007

Em busca de «O último moicano»



Em 1757, os franceses, juntamente com os seus aliados índios, os iroqueses, procuraram tomar o Forte William Henry. 
Cora e Alice empreenderam uma viagem para ir ter com o pai, o comandante da guarnição. A acompanhá-las estava o major Heyward Duncan, noivo de Alice, e Daviv Gamut, o professor de música. O grupo era escoltado pelo índio Magua chamado Volpe Astuta, um espião ao serviço dos franceses, que pretendia entregar os viajantes à sua tribo. 
O plano foi malogrado por Nathaniel, Olho de Falcão, um caçador yankee, e pelo seu amigo Chingachgook, único sobrevivente, juntamente com o filho Unkas, da estirpe dos nobres guerreiros Moicanos. 
As raparigas foram capturadas pelos índios Huron e pelo pérfido Magua que pretendia levar Cora como troféu de guerra. Uncas, agora apaixonado por Cora, acorreu a salvá-la, mas foi morto por Volpe Astuta ao pé da sua amada. Olho de Falcão vingou-o e com a sua pontaria infalível atingiu o índio perverso.
(breve descrição de «O último moicano», obra escrita em 1826 por J. Fenimore Cooper)

Alguns anos depois, na década de sessenta do século passado, alguns jovens procuravam informação na biblioteca de Vila Nova de Ourém, apoiados pela anfitriã Luísa Pereira, sobre a colonização do continente americano, mas alguns deles aproveitavam para outro tipo de leituras. E as bocas eram muitas...
- É pá - dizia o Manel como sempre entusiasmado com a sua ficção – este livro diz que os espanhóis destruíram as civilizações da América Central e parte da América do Sul, que reduziram os seus povos à condição de escravos e até pilharam as suas riquezas...
Os outros já não o podiam ouvir. A Mena murmurava baixinho: "respeitinho, respeitinho". O LizManel procurava concentrar-se nas suas estórias de pajens, alheando-se daqueles comentários e dos objetivos do trabalho.
E ele prosseguia:
- Não me admiro que, daqui a uns anos, ainda apoiem as invasões dos americanos...
Até que, imperial como sempre, o futuro alferes Sampaio, cioso dos livros que contemplava e que tinha de escolher para leitura e sempre um passo mais à frente, interrompeu:
- Por que non te callas?







Fonte: Boletim Informativo da Fundação Caloustre Gulbenkian de 1960
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