sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Sem polícia e sem urgências


Ó denodado povo de Ourém, que mal fizeste ao governo do Eng. Sócrates para assim seres tão maltratado? Ainda não se calaram os ecos do fecho da esquadra da polícia (aqui e aqui) e já se anuncia o fecho das urgências entre as 22 e as 8 da manhã (aqui) .
Agora, se adoeceres durante a noite e quiseres assistência, vais ter que te passear pelas belas estradas que te servem.
Este governo é como Saturno. Mais valia não existir porque só come os seus filhos...
Marca #12: Zeca Afonso

Faz hoje vinte anos que o Zeca morreu.

Já era esperado, mas ainda me lembro da notícia, tal como me lembro da relativa ao Adriano e ao Lennon. Notícias tristes que nos anunciam a partida de símbolos importantes para a nossa geração.

Ao longo destes quatro anos, as canções do Zeca passaram pelo OUREM algumas vezes acompanhadas por pequenas referências.

O Público anuncia a realização por todo o país de uma série de homenagens. Aqui fica mais uma: o Zeca perpetuado para sempre no OUREM com um pequeno texto e uma foto que traduz como o vimos: indissociável do 25 de Abril.
Marca #11: O Castelo

No meu tempo, dizia-se “Castelos”, isto é, qualquer referência ao local e às muralhas aparecia no plural o que, sei, não agrada muito a alguns dos seus habitantes que associam à referência um sentido pejorativo.
Diz-se que nenhum oureense que se preze gosta de estar separado mais do que uma semana do seu castelo. Isso acontece comigo que já amaldiçoo uma ausência que vai para cima dos dois meses prolongados por este tempo nada convidativo.
Os Castelos foram para mim lugar de ilusão e decepção, contemplação, deslocação e fruição.
Houve momentos em que não reconheci a sua importância e tive daqueles textos em que acabei por ser o bombo da festa. Mas já lá vai...
Noutros, tinha aquela sensação que andando em aproximação a Ourém, de todo o lado o Castelo se avistava, mas mostrando um aspecto diferente. Era o quilómetro 110, a descida de Alvega, a panorâmica de São Sebastião, a visão a partir da praça. Alguém lhe chamou então “o castelo maluco” devido à sua transformação em aparência constante.
Aqui fica a marca para uma revisita mais fácil ao que nos ocorreu dizer sobre ele neste espaço...
Em Honra do Presidente - 1

Sabendo da sua atração pela Arte, o OUREM deixa aqui, dedicado ao anunciado Presidente, parte do álbum de fotografias de Branca Flor:








quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Nos 20 anos da morte de Warhol




O Público brinda-nos com um artigo sobre o seu lado negro.
Eu deixo-vos um apontador para imagens da sua obra na Web.
Marca #10: Colégio Fernão Lopes


Houve um momento em que um oureense contestou a ligação que nutríamos à escola que nos acompanhou uma série de anos com um argumento do tipo: “Não valia nada. O que nos ensinava tinha, no fundo, o intuito de nos explorar, de ficar com o pouco dinheiro que os nossos pais ganhavam”.
É terrível esta lógica que leva a não reconhecer valor àqueles que prestam uma actividade remunerada que é útil a outros. Como se isso não se passasse em todos os ramos de actividade económica.
Ao mesmo tempo, tal argumento não deixa ver que, na época, o CFL era a hipótese única de se avançar nos estudos e fazer o primeiro ano, o segundo,... sem ser explorado por um produtor de serviços de habitação em Leiria ou noutro local mais afastado, permitindo-nos estar junto à família numa idade em que isso era importante.
E quanto a professores, eu desafio que me apontem escolas onde, globalmente, fossem melhores, isto para não citar casos individuais como o da Dra. Nazaré, do Dr. Laranjeira ou do próprio Dr. Armando quando não estava com os azeites e nos conseguia fazer ver História apenas com as suas palavras...
Talvez seja, no entanto, esse argumento que, banalizando a importância que aquele local teve para a nossa geração, permita a sua lenta mas constante degradação, sem uma acção para a sua recuperação, transformando-o numa espécie de “Colégio de triste destino”.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Oportunidade para acabar com Síndroma Orelhas Moucas?

Vitor Frazão (VF) ganhou as eleições para a concelhia do PSD com 61% dos votos expressos. No Castelo, acesa polémica questiona a capacidade de gestão do nóvel candidato à liderança da Câmara.
Devo dizer que não percebo as desconfianças das pessoas.
VF teve capacidade para convencer o seu eleitorado interno e ganhar. Nesse sentido, foi mais competente do que Moura e do que a simpática presidenta, nada indicando que as coisas se alterariam na gestão da Câmara pela irreverência ou juventude deste candidato. Assim, se vier a ganhar as eleições autárquicas, VF tem todo o direito de exercer a presidência da Câmara, independentemente dos preconceitos que as pessoas tenham relativamente a ele. O importante será o seu programa e a capacidade de o pôr em prática e, desde já, ansiamos por ver umas linhas sobre as suas intenções relativamente ao nosso concelho. Este humilde blog curva-se e põe-se, desde já, à disposição de VF para a sua publicação.
Uma coisa sabemos: ele não se esquiva a cumprimentar e falar com as pessoas quer sejam ou não seus adversários políticos.
Do lado do OUREM, pode contar com uma oposição séria e colaborante sempre que da sua acção se detectem benefícios para a nossa terra.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Um Carnaval prolongado

Alberto João Jardim demitiu-se de Presidente do Governo regional da Madeira.
Pretende, assim, forçar à realização de novas eleições que estendam o seu poder despótico (bem visível nas referências de mau gosto que fez aos seus opositores) até 2011 e permitam a procura de uma resposta à escassez de transferências gerada pela nova lei das finanças locais, resposta que agora já vê no investimento privado e na entrada de capital estrangeiro.
Diga-se, em abono da verdade, que as opções de Jardim, atendendo ao seu ideário assente na adoração da iniciativa privada, pecam por tardias. Há muito tempo que deveria ter deixado de chantagear o poder central para financiamento do seu pavoneamento em momento de eleições sem real contrapartida nas condições de vida da população.
Assim, longe de estar em causa qualquer sentimento de libertação madeirense ou a melhoria das condições de vida da população, o que Jardim procura - com o tonto do Ganda Nóia a apoiar - é quem lhe suporte o crescimento do negócio e a manutenção no poder. Por isso, o Carnaval madeirense vai continuar.
Marca #9: Bombeiros

Habituei-me, desde muito pequeno, a nutrir especial admiração e respeito pelos bombeiros da nossa terra, cujos feitos eram falados nas nossas famílias e conversas de juventude.
Talvez por isso, uma das minhas primeiras façanhas (que me valeu monumental sova) foi tentar deitar fogo à casa do Largo de Castela, a partir da caruma armazenada numa sala ao lado da cozinha, apenas com o objectivo de ouvir a sirene e os ouvir chegar com o som característico.
A partir de então, a minha atitude manteve-se e ter um grande amigo no seu comandante enche-me de orgulho e diminui aquela sensação desagradável de ver pouco a pouco a Ourém do meu tempo desaparecer.
Aqui fica mais uma marca dedicada a eles...

domingo, fevereiro 18, 2007

Fadunchinho
Hélia Correia


Amigos!
amigos rendi-me ao fado
se é fado
que mais podia eu fazer?
havia
na minha voz um trinado
que já pertencia ao fado
muito antes d’eu me render

Andámos
de candeia às avessas
devagar ele, eu às pressas
ele a chorar, eu a rir,
morámos
cada qual em sua casa,
nem me arrastava ele a asa
eu nem o podia ouvir

ele era
galaró de pena e crista
que eu queria longe da vista
e longe do coração.
À espera
no tal amor mal amado
julgando cair no fado
caía a mulher no chão

o fado,
por amor a mim mudou,
amigos,
ouçam-me agora cantar,
o fado,
gosta de mim como eu sou
e eu confessou que me estou
já prestes a apaixonar

Amigos,
Amigos rendi-me ao fado,
e o fado
também a mim se rendeu,
que o fado foi fadado em pequenino
vinha escrito no destino
que o seu destino era meu.


Oiça Fadunchinho por Amélia Muge (do album Não sou daqui)
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