sexta-feira, março 11, 2005

Um 11 de Março de há 30 anos recordado à dimensão apropriada para blog
Por Sérgio Ribeiro

O Luís pediu (pediu?, convidou!, desafiou!, ordenou!…) que escrevesse sobre o 11 de Março de 1975. Difícil, sobretudo fazê-lo à dimensão do tempo que tenho e de ser suportável por um blog.

Só duas ou três notas. Com a minha verdade histórica.

O 25 de Abril de 1974, abertas as portas das prisões, onde estávamos presos todos nós, e alguns de nós em particular, depois da euforia e indefinição das primeiras horas, recomeçou a luta (de classes, digo eu…).

Que tomou a forma de controlo da economia. Os 7 grandes grupos económicos que dominavam a economia e a finança tinham um poder sobre a sociedade portuguesa verdadeiramente tentacular, e os novos caminhos, a trilhar em liberdade e democracia, teriam de beliscar esse poder. Que não gosta de o ser. Foi a luta entre um poder político a democratizar-se – e a querer desenvolver e descolonizar – e um poder económico alapado aos proteccionismos de todo o tipo.

O primeiro confronto terá sido com a proposta de um “movimento” de empresários (MDSE) que se propôs “gerir a política”, com Spínola, que fora nº 2 de Champlimaud na Siderurgia Nacional, SA, a servir de ponte. Quase logo, ou ao mesmo tempo, o apelo à “maioria silenciosa” e o ensaio do 28 de Setembro.

Mas o poder político, os governos provisórios – com os partidos neles representados (PPD, PS, MDP/CDE, PCP) – e o MFA, resistiu a essa tentativa do poder económico-financeiro de recuperação do controlo total sobre a vida social portuguesa.

No final do ano de 1974, apareceram os alarmes, catastrofistas e falsos, quanto aos défices e à situação da economia e finanças portuguesas, e apareceram uns planos “de rigor”, com Melo Antunes e Vítor Constâncio a serem protagonistas, mas era evidente que, sem o controlo da banca e sem a subordinação dos grandes grupos ao novo poder político, não haveria novos caminhos.

Os confrontos iam-se agudizando, dentro dos “poderes”, entre o poder político, inseguro e heterogéneo, e o poder económico, nada disposto a perder posições e a submeter-se a objectivos que não controlasse.

Como o poder real estava nas mãos dos militares, o conflito eclodiu em golpe e contra-golpe, utilizando grupos e armas, e foi o 11 de Março. Que, na minha versão, começou por ser uma tentativa do poder económico tomar o poder pela via das forças armadas, com uma reacção, ainda das forças armadas e populares, para se prosseguir pelas portas que Abril abrira, como disse o poeta.

Ganharam estas forças. Do 11 de Março resultou a grande leva de nacionalizações, o esforço para que o poder económico ficasse, de vez, subordinado ao poder político, tal como se ia organizando.
Mais dois apontamentos.


1. A vitória desde logo se sabia (quem sabia…) efémera, porque a luta iria continuar por outras (e todas!) as formas, desde a demissão de ministros do 4º governo provisório que o derrubariam, até ao terrorismo que surgiu em Portugal. E assim foi continuando, com o derrube do 5º governo, com o remendo que foi o 6º governo, com o 25 de Novembro.

2. Apesar de tudo, e não obstante parecer pretender-se esquecê-lo, foi cumprido, escrupulosamente, o calendário que marcava eleições no prazo de ano a contar de 25 de Abril de 1974: a 25 de Abril de 1975 houve eleições para a Assembleia Constituinte! O 11 de Março não o impediu. Talvez sem o 11 de Março, como ele foi, assim não tivesse sido.

Com o 11 de Março foram criadas condições para se fazer um caminho que estava delineado desde 25 de Abril de 1974, mas ele foi, sempre, combatido, sabotado, traído. Continua a sê-lo por quem conta a História de outra maneira.


Isto digo eu, claro. Que a conto assim. Porque assim a vivi.

11 de Março de 1975

Ainda se fazia a festa, pá...
A Teresa e o Luís Nuno (na altura conhecido, no meio, por Barbas e seu companheiro),viviam em Alpiarça. Eram ferozes anti revisionistas, de extrema esquerda, mas sempre conviveram com os 'inimigos' e respeitaram-se mutuamente, ao ponto de o Luís Nuno ter feito parte da Direcção da maior Associação Desportiva e Recreativa - Os Águias.
Eu, sempre hesitante, estava no Exército ligado a uma estrutura do COPCON. Puxava para a extrema, mas recusava-me a atacar o PCP.
Tínhamos a ilusão que as coisas podiam avançar, mas já havia a certeza de que alguém não apoiava. Spínola armadilhou os paras e atirou-os contra o RALIS. Houve perda de vidas. O soldado Luís foi martirizado e imortalizado.
Ficámos em alerta máximo uns dias. Foram horas em que, para além dos nervos, se conseguia, apesar de tudo, jogar xadrês enquanto as forças em conflito se reequilibravam.
Tive a honra de num desses dias ficar de vigilância à casa, em Cascais, desse ser magnífico que foi conhecido como Camarada Vasco que, poucos dias depois, se não estou em erro, declarava a nacionalização da banca.
Começou a ver-se o processo avançar. No Governo, Silva Lopes e Mário Murteira não se manifestavam contras as nacionalizações, eu penso que até apoiaram, apesar de, agora, exibirem alguma hesitação quando falam no assunto.
Mais de 1000 empresas entraram em autogestão. Os capitalistas, quando sabotadores, fugiam ou eram presos. Houve excessos? Sem dúvida. Mais tarde, houve coisas erradas que viraram as pessoas contra nós. Mas foi bonito...

quinta-feira, março 10, 2005

Publicidade financiada pelo contribuinte



Entretanto o sítio do picapau laranja promove a Coca-Cola...
Via arquivo fotográfico
O empata


O percurso Posted by Hello

Com a circulação e estacionamento no interior de Ourém em estado caótico, é de acreditar que este simpático meio para visualizar a nossa terra tenha uma utilização assaz deficitária, sendo mais uma forma de desperdiçar o dinheiro dos contribuintes. É caso em que se pode dizer: "vale mais ir a pé".
Será que algum dos amigos do OUREM o utilizou?
Memórias do Vinil (11)

El final del verano
Llego, y tu partiras
Yo no se hasta cuando
Este amor recordaras

Pero se que en mis brazos
Yo te tuve ayer
Eso si que nunca
Nunca yo olvidare

Dime dime dime dime amor
Dime dime que es verdad
Lo que sientes en tu corazon
Es amor en realidad

Nunca nunca nunca nunca mas
Sentire tanta emocion
Como cuando a ti te conoci
Y el verano nos unio

Este é mais um exemplo das canções que celebravam os amores de Verão. Tem a particularidade de me ter perseguido durante vários anos através de uma daquelas séries intermináveis produzidas pelos nuestros hermanos. O local específico que me traz à memória é sempre a magnífica Nazaré do meu tempo, pejada de amigos oureenses, com o fabuloso desenho da encosta do sítio e a cena do rocinante (obrigado por esta designação, Marco Jacinto) com as patas no ar.

quarta-feira, março 09, 2005

Ourém na RTPi


A apresentadora Posted by Hello

É já no próximos dias 11 de Março, pelas 22h15, 12 de Março pelas 04h00 e, ainda por confirmar, dia 13 de Março pelas 15h30, que a RTP internacional vai transmitir o programa "Casa Portuguesa" gravado em Ourém, num Cine-Teatro cheio de oureenses.

Desporto, cultura, e artesanato foram alguns dos temas abordados, que agora vão poder ser vistos ou lembrados. A não perder!

Fonte: O sítio da Câmara
O rocinante do Far-West
Por Marco Jacinto

Enraizou-se nas populações de Ourém a infeliz associação entre religião e os partidos de direita.

O hábito instalado não sobreviveria sem o necessário reforço das pessoas que ou são influentes socialmente, ou se associam ao “hábito” para fortalecerem a sua posição.

É preciso pois ter em conta os constrangimentos que resultam para o indivíduo quando este rompe com o hábito, um fenómeno do comportamento animal sobre o qual muitas questões permanecem sem resposta. É fácil perceber que tendo-se conseguido estabelecer estes laços de promiscuidade entre religião e política (e o clero pouco se marimbando para os resultados na vida das pessoas que resultam das suas dominicais orientações), quando o indivíduo quebra o “hábito” do voto ele simultaneamente sente uma diminuição de pertença à sua comunidade religiosa porque tal como um reflexo condicionado ele associa essa quebra a uma inflexão na sua fé.

O que me parece demonstrar o constrangimento que provoca a quebra do hábito, é o facto de ser claro para toda a gente a mediocridade das pessoas a quem estão entregues as responsabilidades da autarquia e muitos não hesitam mesmo em referir a forma ostensiva como algumas dessas pessoas vivem, sem que se lhe conheçam heranças ou outras proveniências de bens por vias legais.

Mais triste são aqueles para quem o “hábito” não foi adquirido pela hipótese acima lançada, mas sim por este “hábito” se ter transformado num excelente cavalo de batalha político/social. A estes contarei apenas esta história:
Um dia um padre numa cidade do Far West sem saber comprou um cavalo que tinha sido montado durante muitos por um bêbado inveterado. O rocinante obrigava o seu reverendo a parar diante de cada taberna e a parar pelo menos durante alguns momentos. O pastor arranjou por isso má reputação entre os fiéis e acabou, desesperado, por se tornar mesmo um bêbado.
Flores do deserto

Não pode dizer-se que uma Ourém que, em pouco mais de quinze dias, consegue trazer ao seu seio uma Ourem Cyber Party, o Zé Pedro, a Ana Magalhães, o Helder Costa, uma festa do vinho novo e ainda organize um forum estudantil seja um deserto cultural.

Se o aceitarmos temos que reconhecer que existem por lá alguns oásis, um dos quais já se materializa numa associação de jovens que querem manter a sua ligação à terra no local. Tempos bem diferentes daqueles que vivi (e, no fundo, adorei) em que a cultura se resumia a jogar king, dominó, damas, bilhar e a ler quadradinhos e livros de cowboyadas do M.L.Estefânia, Silver Kane e companhia naquelas colecções Búfalo, Bisonte, Califórnia...

E, daqui, relembro o desafio a um dos responsáveis pelo oásis Som da Tinta a contar-nos como viveu e como foram os dias após o 11 de Março de 1975. A sua versão será com certeza diferente daquela que os democratas apregoam e que, hoje em dia, se vê repetitivamente em jornais e revistas ...

terça-feira, março 08, 2005

NO DIA 8 DE MARÇO DE 2005,
UM EPISÓDIO (E UMA LEITURA) LEMBRADOS COMO HOMENAGEM
À MULHER, A TODAS AS MULHERES
Por Sérgio Ribeiro


Há uns dez anos, na comissão dos direitos das mulheres do Parlamento Europeu, discutia-se um parecer sobre a licença de parto.
Havia o risco de se substituir o princípio da igualização no progresso, que vem de Roma, do Tratado de 1957, e que significa que se devem ir aproximando as situações dos vários países Estados-membros daquela que tivesse melhor nível social, por um outro princípio (mau… mas princípio!) das prescrições mínimas, vindo do Tratado de Maastrich, que se traduz por se fixar um nível mínimo para as condições sociais, abaixo das quais nenhum Estado-membro poderia descer.
Quereria dizer que, em vez das semanas de licença de parto se deverem aproximar, progressiva-mente, do regime praticado no País em que este número seria mais elevado, isto é, de um tecto com tendência para ir estando mais acima, se deveria estabelecer um valor mínimo que teria de valer para todos os países, isto é, um chão.


O mais grave foi que alguns dos membros da comissão – e mulheres! – fizeram contas e chega-ram a defender que o melhor seria assimilar gravidez a doença, pois isso traria, nalguns casos, mais vantagens de tempo e pecúnia.
Fazendo parte dessa comissão – não o único homem, mas o único de barbas! –, senti indignação por tais posições, talvez pragmáticas…
Não tenho qualquer relutância em aceitar que essa indignação tivesse laivos femininos pois, não sendo mulher, me indignou a equiparação da gravidez e do parto, o período e o acto de gerar e de dar vida, a um período de doença!
Recusei-o liminarmente, indiferente aos cálculos sobre períodos de licença e compensações monetárias para esses diferentes estados. Há muita coisa da nossa vida que tem de ter critérios de avaliação que não sejam mercantis.

Hoje, 8 de Março de 2005, vou à estante e, entre algumas edições da editora que Prelo se cha-mou, retiro um livro da colecção “documentos” – O problema feminino e a questão social – e reproduzo um texto de Lenine seleccionado para essa colectânea publicada em 1973, há 32 anos, um ano antes do 25 de Abril!

“(…) A nós, não nos basta a democracia, nem sequer a democracia para os oprimidos pelo capitalismo, incluindo o sexo oprimido.
A tarefa principal do movimento operário feminino consiste na luta pela igualdade económica e social da mulher, e não só pela igualdade formal. A tarefa principal consiste em incorporar a mulher no trabalho social produtivo, arrancá-la à escravidão do lar, libertá-la da submissão – embrutecedora e humilhante - ao eterno e excepcional ambiente da cozinha e de quartos do crianças. Esta é uma luta prolongada, que requer uma radical transformação da técnica social e dos costumes. Mas esta luta terminará com a plena vitória do comunismo.”

(sobre o dia internacional da operária, 1920)


O cartaz do forum Posted by Hello
Será a actividade da Câmara relevante? (2)

A resposta que tivemos a esta questão, reduzida aos comentários do Joca e do Otelo, não é muito esclarecedora, aliás permite uma conclusão difusa.

Para Joca, a actividade da Câmara é anedótica, dando o exemplo de um deficiente que, nem com a ajuda de um intermediário, consegue ser atendido. A sua descrição lembra-me um caso testemunhado por um daqueles noticiários televisivos em que mostraram uma pessoa numa cadeira de rodas, alguns metros acima de uma estrada e a quem foi destruída a respectiva serventia. Infelizmente, a aplicação cega de decisões é muitas vezes comum a nível autárquico.

Na minha perspectiva, a adaptação à mudança tambem é muito lenta nestas organizações. Por outro lado, a capacidade para ser um agente da mudança também é muito fraca e prejudicada pelo interesse em que as coisas permaneçam como estão, pois são essas condições que facilitam a manutenção do domínio.

Mas o comentário de Otelo é extremamente esclarecedor. Por mais que nos custe acreditar dado o que vemos a toda a hora, a actividade da Câmara é essencial para que exista um pouco de ordem nisto pelo que há que considerar que ela fornece serviços de utilidade de que há uma aceitação geral sobre a sua necessidade.

Nestas condições, podemos colcluir que o grau de pertença da nossa Câmara ao conjunto das organizações relevantes é de 50%.

Mas esta conclusão indicia uma outra: é que, se ela não se transformar para servir efectivamente as necessidades da população e para se adaptar à mudança, ela continuará por muito tempo a ter um grau de pertença de 50% ao conjunto das irrelevantes.

Ainda as legislativas 2005
Por Byn_Tex

(...) Não estando esquecido da análise das eleições, sinto-me um pouco impotente perante tal cenário. Acho que tenho de fazer uma análise histórica de toda a região, tipo recuar umas centenas de anos na história para ver se consigo entender tal devoção ao PSD, deverá com certeza existir uma raiz para tudo isto. Terá começado com D.Nuno Álvares Pereira? Serão resíduos de um Portugal à distância de séculos? Haverá uma explicação,as coisas não são assim porque são assim.

Quando penso nisso acho que é uma espécie de paralisia entranhada bem fundo nos ossos de quem vota desta maneira. Será a proximidade do fenómeno de Fátima? Poderá ser... Mas , são poucos anos desde 1917 até agora, o que é isso na história do Homem?

Será do clima? será do franqueamento da Serra de Aire e Candeeiros? Terá haver com isso o Maciço Calcário Estremenho?

Será do rosmaninho? ou dos oregãos?

Ou antes da falta de Sol no interior do concelho? que não deixam secar o bolor de séculos ou de anos?

Há em tudo isto um género de vassalagem, contida ou não, se fecharmos os olhos um bocado sentados nos Castelos, podemos pensar que vivemos ainda na Idade Média, extrapolando bem o cenário poderá ser isso que encontramos. Uma população altamente desinformada, que vota por hábito, como o monge.

Quando olhamos para a cidade e suas franjas conseguimos perceber que lá já chega alguma informação, conhecimento e perspicácia.

Será o amarelo hipnotizador? ou o laranja?

Tendo em conta a quantidade de larangeiras existentes no concelho de Ourém, podemos talvez afirmar que as pessoas votam PSD para não perderem os seus frutos..

De podre em podre até à podridão final. Uma cambada de conservadores, com medos, medos de um poder quase absolutista.

Evidente que isto desmoraliza o mais incauto lutador, mas, um dia , tal como no Outono caiem as folhas das árvores também cairá em Ourém essa corte corrupta, absolutista e medieval.
Nem que tenha de cair granizo...

O primeiro passo na minha opinião é a informação, a discussão, a conversa, agitar mentes, fazer as pessoas pensar pela sua cabeça e fazê-las sair da alienação em que se encontram.

segunda-feira, março 07, 2005

Será a actividade da Câmara relevante?

Uma organização que seja relevante possui as seguintes características:
• fornece uma série de serviços considerados pelos utentes como de utilidade máxima no momento presente;
• é reconhecida como capaz de se ajustar rapidamente a uma mudança igualmente rápida das necessidades do utente;
• além disso, os seus serviços são fornecidos de tal forma que os utilizadores possam ter acesso a eles sem recurso a intermediários e
• existe uma aceitação geral, por parte do público, de que a actividade prosseguida pela organização é socialmente benéfica ainda que individualmente não a utilize ou não a possa utilizar.

Será que o município de Ourém pode garantir que reune, ao menos, duas destas características?
Novas perspectivas para a Humanidade

Depois de:
Presidente do Sporting,
Presidente da Câmara da Figueira,
Presidente da Câmara de Lisboa,
Presidente do PSD,
Primeiro-ministro de Portugal,
Que falta a Pedro Miguel Santana Lopes para melhor servir os portugueses ? e a humanidade?...



O candidato... Posted by Hello
Mensagem do presidente David aos oureenses e ao mundo (fooogo!...)

No tempo em que vivemos, a comunicação assume vital importância.

Sem dúvida, que o conhecimento é, há muito, o motor do desenvolvimento. Hoje, a comunicação é o ingrediente (?????) maior no acesso ao conhecimento.

Se é verdade que ainda persistem muitas fronteiras físicas e culturais, é sem dúvida ao nível da comunicação que o processo de globalização está mais avançado, com todos os aspectos positivos e negativos que daí decorrem. É um processo que ninguém conseguirá parar (este ar profético deve vir da ligação a Fátima desde tenra idade...), pelo menos na parte do mundo em que persistimos nos valores da democracia.

É neste contexto que a Câmara Municipal de Ourém se apresenta na INTERNET, com um rosto renovado, com mais informação, e também com uma perspectiva mais utilitária.

Apresentamo-nos ao mundo, dando a conhecer a realidade de um concelho equilibrado em que o emprego, a educação, a cultura, o ambiente, as acessibilidades, entre outros factores de desenvolvimento, são parte de um bom nível de vida (o tal que é medida pelo poder de compra per capita? Quem é que não conta para as estatísticas?) que temos e que continuamos a melhorar.

Igualmente nos apresentamos aos oureenses dando-lhes um melhor conhecimento da sua terra e colocando à sua disposição um conjunto de informações úteis e instrumentos de trabalho que visam tornar mais fácil o relacionamento dos munícipes com a Câmara Municipal, para tratamento de muitos assuntos relacionados com a vida pública ou com pretensões particulares que, por imperativo legal, são tratados ao nível municipal.

A todos deixamos este contributo para adequada comunicação com Ourém, com o pedido de eventuais sugestões (geralmente desaparecidas nas caixas de mail) que possam contribuir para a boa qualidade do serviço que queremos prestar.



O Presidente da Câmara Municipal
Dr. David Catarino

Fórum estudante



É já nos próximos dias 17, 18 e 19 de Março que vai ter lugar a segunda edição do Fórum Estudante do Centro, um evento que traz dezenas de instituições de ensino ao Centro de Negócios de Ourém, dando a conhecer cursos e respectivas saídas, com muita animação à mistura.

E o Ourem pergunta: Qual o programa? O servidor da Câmara não tem espaço para ele? Ou não há programa?
Guerra total ao Presidente David

De longa data, sugerimos à Câmara a introdução da possibilidade de comentários nos textos da sua página.
O nosso desejo não foi satisfeito.
Assim, decidimos integrar neste blog uma secção que reproduzirá alguns posts do sítio da Câmara em formato blog. A partir daí os amigos oureenses já poderão introduzir os seus comentários. Escusado será dizer que zelaremos pela moderação e educação que, quase todos reconhecem, sempre nos tem caracterizado.
Temos notado, para além disso, que, sempre que usamos uma fotografia do sítio da Câmara, a mesma desaparece. Claro que passaremos a proceder à necessária descarga de forma a este blog não ficar desfigurado.
Procuramos assim contribuir para a necessária crítica à acção das forças que ali dominam e dar uma ajuda à sua legítima expulsão através do acto eleitoral que se avizinha.
A palavra de ordem é: fora com os laranjas e com o presidente David!

domingo, março 06, 2005

Leiria Laranja e Aviz Vermelha


A Pública e a Única, revistas, respectivamente, do Público e do Expresso, traziam dois artigos bastante engraçados acerca destes locais de resistência à onda rosa.

No caso de Aviz ressalta claramente o trabalho dos autarcas, referindo-se a política de emprego seguida e mostrando-se alguns resultados em termos de ruas limpas, casas bem conservadas e recordação do património de luta já anterior ao 25 de Abril.

No caso de Leiria, os símbolos têm a ver com a Igreja e com o desenrascanço individual ligado a quatro ou cinco pessoas em quem assenta a imagem do distrito e a quem o próprio PS necessita de recorrer. E afirma-se:

a região, sob o ponto de vista identitário, não inclui zonas do distrito como Caldas da ainha ou Bombarral e inclui outras que estão fora do distrito, como Fátima e Ourém. Ou seja, o mapa da região ideológica corresponde mais à diocese de Leiria-Fátima do que ao distrito de Leiria.

Ilusão cíclica ou mentira sistemática?

Esta manhã, quando cheguei ao blog, tinha lá este comentário (sempre esperado, sempre desejado) do Sérgio

Bom dia, Luís
Na ressaca de uma noitada com o Helder e amigos - em que fizeste falta! - apanho com a tua interessante caracterização ministerial e com este a nota sobre impostos. Regresso a um 'outro mundo'. E lembro, do meu velho Quelhas, o que retive sobre impostos directos e indirectos, sua diferença na vertente social, Indirectos quase-cegos e naturalmente injustos, directos susceptíveis de concretizarem alguma justiça social. Em Portugal, a questão maior nos impostos parece-me estar no seu pagamento: quem paga e quem não paga. E porquê?
Desculpa lá, Luís, mas receio bem que o teu benefício da dúvida, a tua esperança, seja bem mais querida e cíclica ilusão. Legítima mas muito perigosa em política!

E dou por mim a matutar: terei feito mal em depositar esperanças no PS, em dar o benefício da dúvida (até Setembro, lembrem-se) a este governo?

Será que o ministro fez mal em aludir a uma possível subida de impostos? Eu até o compreendo: isto está tão mau que, se o homem não quiser provocar muitas feridas sociais, tem que buscar mais receita. Ele vai procurar mais receita para não utilizar as receitas que a direita tem engatilhadas: despedir funcionários públicos e diminuir e atrasar reformas de pensionistas. Então até parece que é legítimo.

Mas, parece que foi ontem: recordo um encontro de Sócrates com os empresários, um encontro em que ele próprio se atreveu a brincar:"Meus senhores, os impostos não vão aumentar". Ao longo da campanha isto foi sendo reafirmado e não foram precisas 24 horas sobre o anúncio do novo governo para aquela promessa ser desmentida.

Com Durão foi a mesma coisa. Este até prometeu um choque fiscal que se traduzia em baixar impostos e depois foi o que se viu.

Assim, é com muito desgosto que vejo os políticos a recorrerem sistematicamente à mentira. Não sou eu que crio e vivo em ilusões, eles é que usam sempre promessas que não querem cumprir com o objectivo de cativar o eleitorado.

Choca-me e entristece-me muito que isto aconteça na área política que eu considero mais recomendável. Aliás, gostava que os socialistas oureenses se pronunciassem sobre isto. Concordam com o que está a acontecer? Ou devo preparar-me para que amanhã Sócrates venha já desmentir o seu colaborador?

Há dias, em conversa com um amigo mais causticado com a actividade dos políticos, ele dizia-me: "sabes, Luís, estou convencido que o problema não está nas doutrinas, nos programas. O problema está nas pessoas que as vão pôr em prática". E continuava com uma enormidade destas: a social democracia e a democracia cristã são tão ou mais capazes de trazer a felicidade às pessoas e a justiça do que o socialismo. Basta que os seus praticantes lhes respeitem os princípios".

É verdade, teria sido preferível que Sócrates dissesse: "meus amigos, eu não sei o que vou encontrar. Tentarei não aumentar os impostos, mas se tiver de ser...". A política tem que ser a actividade mais transparente do homem. Um partido só merece o nosso voto depois de nos dizer tudo o que poderemos esperar da sua actuação.

Uma nota adicional sobre a questão dos directos e dos indirectos. O Sérgio tem razão quando me lembra a mensagem do Quelhas quanto à concretização de alguma justiça social. O problema que estes teóricos do Quelhas e das outras escolas esquecem é que isso implica um sistema de informação fidedigno sobre os rendimentos. Que nunca se implementa e que atira os impostos directos sempre para cima dos mesmos. Assim, em determinado contexto, não me parece errado que o padrão de consumo indicie o tipo de contribuinte presente e tentar fazer justiça a partir do mesmo, no seu acto: isentar leite, arroz, carne e outros consumos de primeira necessidade e taxar a 40 ou 50% bebidas, altas cilindradas e consumos de luxo não prejudicará os explorados e oprimidos a não ser que eles andem a esconder a sua verdadeira situação.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...