terça-feira, março 08, 2005

Ainda as legislativas 2005
Por Byn_Tex

(...) Não estando esquecido da análise das eleições, sinto-me um pouco impotente perante tal cenário. Acho que tenho de fazer uma análise histórica de toda a região, tipo recuar umas centenas de anos na história para ver se consigo entender tal devoção ao PSD, deverá com certeza existir uma raiz para tudo isto. Terá começado com D.Nuno Álvares Pereira? Serão resíduos de um Portugal à distância de séculos? Haverá uma explicação,as coisas não são assim porque são assim.

Quando penso nisso acho que é uma espécie de paralisia entranhada bem fundo nos ossos de quem vota desta maneira. Será a proximidade do fenómeno de Fátima? Poderá ser... Mas , são poucos anos desde 1917 até agora, o que é isso na história do Homem?

Será do clima? será do franqueamento da Serra de Aire e Candeeiros? Terá haver com isso o Maciço Calcário Estremenho?

Será do rosmaninho? ou dos oregãos?

Ou antes da falta de Sol no interior do concelho? que não deixam secar o bolor de séculos ou de anos?

Há em tudo isto um género de vassalagem, contida ou não, se fecharmos os olhos um bocado sentados nos Castelos, podemos pensar que vivemos ainda na Idade Média, extrapolando bem o cenário poderá ser isso que encontramos. Uma população altamente desinformada, que vota por hábito, como o monge.

Quando olhamos para a cidade e suas franjas conseguimos perceber que lá já chega alguma informação, conhecimento e perspicácia.

Será o amarelo hipnotizador? ou o laranja?

Tendo em conta a quantidade de larangeiras existentes no concelho de Ourém, podemos talvez afirmar que as pessoas votam PSD para não perderem os seus frutos..

De podre em podre até à podridão final. Uma cambada de conservadores, com medos, medos de um poder quase absolutista.

Evidente que isto desmoraliza o mais incauto lutador, mas, um dia , tal como no Outono caiem as folhas das árvores também cairá em Ourém essa corte corrupta, absolutista e medieval.
Nem que tenha de cair granizo...

O primeiro passo na minha opinião é a informação, a discussão, a conversa, agitar mentes, fazer as pessoas pensar pela sua cabeça e fazê-las sair da alienação em que se encontram.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma população altamente desinformada, que vota por hábito, como o monge.

Enraizou-se nas populações de Ourém a infeliz associação entre religião e os partidos de direita. O hábito instalado não sobreviveria sem o necessário reforço das pessoas que ou são influentes socialmente, ou se associam ao “hábito” para fortalecerem a sua posição.
É preciso pois ter em conta os constrangimentos que resultam para o indivíduo quando este rompe com o hábito, um fenómeno do comportamento animal sobre o qual muitas questões permanecem sem resposta. É fácil perceber que tendo-se conseguido estabelecer estes laços de promiscuidade entre religião e política (e o clero pouco se marimbando para os resultados na vida das pessoas que resultam das suas dominicais orientações), quando o indivíduo quebra o “hábito” do voto ele simultaneamente sente uma diminuição de pertença à sua comunidade religiosa porque tal como um reflexo condicionado ele associa essa quebra a uma inflexão na sua fé.
O que me parece demonstrar o constrangimento que provoca a quebra do hábito, é o facto de ser claro para toda a gente a mediocridade das pessoas a quem estão entregues as responsabilidades da autarquia e muitos não hesitam mesmo em referir a forma ostensiva como algumas dessas pessoas vivem, sem que se lhe conheçam heranças ou outras proveniências de bens por vias legais.

Mais triste são aqueles para quem o “hábito” não foi adquirido pela hipótese acima lançada, mas sim por este “hábito” se ter transformado num excelente cavalo de batalha político/social. A estes contarei apenas esta história:

Um dia um padre numa cidade do Far West sem saber comprou um cavalo um cavalo que tinha sido montado durante muitos por um bêbado inveterado. O rocinante obrigava o seu reverendo a parar diante de cada taberna e a parar pelo menos durante alguns momentos. O pastor arranjou por isso má reputação entre os fiéis e acabou, desesperado, por se tornar mesmo um bêbado.

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